O Edifício Religioso e suas Curiosidades

“O belo sinal da manjedoura, tão cara ao povo cristão, causa sempre espanto e admiração”. Assim inicia o papa Francisco na Carta Apostólica Admirabile Signum.

Uma tradição de fé com oito séculos que continua viva e presente em nosso meio desde o dia 25 de dezembro de 1223, na cidade de Greccio, Itália. São Francisco ali morava e desejava vivenciar a epifania. Pediu ajuda a Juan, mostrou o local e prontamente este homem providenciou uma manjedoura com feno, um boi e um burro. Ali foi celebrada a Eucaristia e, como “não havia figuras: o presépio foi feito e vivido por todos os presentes”, conforme descreveu o biógrafo Tomás de Celano.

Na Praça de São Pedro, todos os anos é montado o presépio oficial, que busca representar a natividade através da cultura. Este ano, são os artistas da comunidade de Chopcca, região de Huancavelica, no Peru, que foram os responsáveis por dar vida à cena do nascimento de Jesus. As imagens do Menino Jesus, da Virgem Maria, São José e dos reis magos têm tamanho natural, traços do povo “hilipuska” e estão vestidas com trajes típicos. A riqueza da cultura peruana também está representada nos alforjes (um tipo de saco) contendo alimentos típicos, nos animais pertencentes a fauna local como as ihamas, alpacas, vizcachas, parihuans e o grande símbolo peruano, o condor andino. Para anunciar a chegada do Salvador, um anjo criança tocará o Wajrapuco, um instrumento de sopro típico.

“Este presépio representa os valores do povo de Huancavelica, do povo peruano, que manifesta sua fé em Jesus que sempre nos acompanha. Apesar de cada crise, de cada dificuldade, o Senhor está sempre perto de nós para que possamos sair como uma comunidade de fé”, afirmou o bispo Dom Carlos Alberto Salcedo Ojeda, na apresentação do presépio aos meios de comunicação.

Fabiana Longhi
Arquiteta
Especialista em Espaço Litúrgico e Arte Sacra
Longhi Arquitetura – Arquitetura do Sagrado