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29/10/2021
Meditando com São José: José Obedientíssimo
A desobediência foi o primeiro crime cometido neste mundo, trazendo as mais desastrosas consequências para toda a humanidade. Foi a origem de todo mal espiritual e temporal. O pecado de Adão transmitiu-se a todos os seus descendentes e, com exceção de Maria Santíssima, todos nós trazemos na alma, desde o primeiro instante da nossa existência, a mancha da culpa original, que nos torna inimigos de Deus, sujeitos à morte e a todas as misérias.
Só Maria, que já pairava na mente do Eterno, quando na sua infinita misericórdia prometeu a nossos primeiros pais um Salvador, apenas Maria Santíssima, da qual devia nascer o Redentor do mundo, foi preservada da mácula original, proveniente do pecado de desobediência. Puríssima, imaculada, tendo consagrado a Deus a sua virgindade, sem poder prever o singular privilégio que lhe estava reservado, perturbou-se quando o anjo Gabriel lhe anunciou que ela conceberia e daria à luz um Filho; mas, logo tranquilizada pelo anjo que lhe falava em nome do Altíssimo, exclamou: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”.
Se pelo crime de desobediência entrou o mal neste mundo, por esse ato de submissão da Santíssima Virgem começou a reparação do mal, iniciando-se o mistério da Encarnação.
O Santo Patriarca, que por disposição divina devia ser o virginal esposo de uma esposa virgem, ignorando também o inefável mistério, turbou-se quando a viu com os sinais da maternidade e quis deixá-la. Mas a ele também tranquilizou o anjo, dizendo-lhe que não a deixasse, porque ela concebeu por obra do Espírito Santo, e José obedeceu também ao anjo, recebendo sua esposa.
Essas duas criaturas puríssimas, que viveram sempre unidas na mesma comunhão de vida, de pensamento e de amor, Maria e José, ambos deviam iniciar a sua missão por um ato de obediência que abrisse caminho à reparação completa da culpa original: a Virgem consentindo na Encarnação do Verbo em suas puríssimas entranhas e José submetendo-se inteiramente à vontade do Eterno Pai.
Obedientíssimo foi o Santo Patriarca, levando Maria e o Menino Jesus ao Templo para o consagrarem a Deus, cumprindo a Lei de Moisés. Obedientíssimo foi também ao poder civil, fazendo com sua esposa a penosa viagem a Belém para se inscreverem no recenseamento prescrito pelo édito de César. Obedientíssimo à voz do anjo que o mandou fugir com sua família para o Egito, a fim de salvar a vida de Jesus e voltar do exílio à terra de Israel depois da morte de Herodes.
Humilde e submisso em tudo à vontade de Deus, na peregrinação, na pobreza, no trabalho e em todas as tribulações da vida, São José nos dá o exemplo da obediência, dessa virtude hoje tão rara, e que é, entretanto, o fundamento da ordem e da paz em todas as relações da vida.
Fonte: Clube do livro Católico/Minha Biblioteca Católica
Diácono Amarildo Martins
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