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13/05/2022

Dom Emanuel Gomes de Oliveira e a Educação Superior em Goiás

Série História da Igreja em Goiás

Dom Emanuel Gomes de Oliveira e a Educação Superior em Goiás - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

O Estado de Goiás, no final da década de 1920 e início da década de 1930, passava por grandes desafios no que diz respeito à carência de suas estruturas. No campo da educação não era diferente. Foi esse contexto que Dom Emanuel Gomes de Oliveira encontrou logo que assumiu a sua função como bispo de Goiás, em 1924.  Diante dessa carência existente, uma de suas prioridades foi a educação. Portanto, ele deu uma contribuição considerável nessa área, principalmente lançando as bases para a implantação da educação superior em Goiás.

 

No processo de instauração da educação superior em Goiás, D. Emanuel foi pioneiro, pois, mediante o seu trabalho consolidou-se no futuro o que viria a ser a primeira universidade do Centro-Oeste brasileiro. Dom Emanuel Gomes de Oliveira sempre atuou na educação, ficou conhecido como o “Arcebispo da Instrução”, durante o seu episcopado (1924-1955) se dedicou a fundação de escolas em todo o estado de Goiás. Sendo salesiano, uma de suas preocupações era a propagação da educação em todos os níveis. Ele considerava a instrução e educação como faróis na vida. Assim sendo, o seu trabalho consolidou os fundamentos para o início da educação superior na recém-criada, Goiânia, a nova capital de Goiás.

 

O referido bispo foi padre salesiano, cujo carisma é a educação. Isso foi crucial para sua atuação em Goiás. Ainda como sacerdote salesiano, fora formado para o trabalho nos colégios. Diante da sua extensa diocese, não mediu esforços para que a educação fosse acessível a todos, nos diversos níveis.

 

Para tão grande seara, não havia mão de obra qualificada em Goiás que pudesse atender toda essa demanda educacional, por isso, D. Emanuel estimulou a vinda das congregações religiosas para colaborar nas escolas. Trouxe os salesianos para atuar em Silvânia e depois Goiânia, os padres do Verbo Divino para cuidar do seminário, os Estigmatinos para Morrinhos, os Franciscanos para Anápolis. Das congregações femininas vieram as Filhas de Maria Auxiliadora para Silvânia, as Agostinianas que já estavam em Catalão vieram para Goiânia, as Dominicanas, que já estavam na cidade de Goiás, foram também para Goiânia e Formosa, reforçou as Franciscanas que já estavam no Colégio Santa Clara, bem como as Irmãs de Jesus Crucificado para Ipameri.

 

Dom Emanuel teve uma forte atuação para a implantação da educação superior em Goiás, e foi ele a lançar as bases, que depois resultou na fundação da primeira universidade de Goiás. O primeiro fato a ser considerado é a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, em 1937, que se dá graças a iniciativa de D. Emanuel com o apoio da Sociedade de São Vicente de Paulo. Obra essa que teve o apoio da então primeira dama, Gercina Borges Teixeira e de diversos seguimentos da sociedade. A Santa Casa tornou-se o maior hospital referencial da região e abrigou as primeiras faculdades criadas por D. Emanuel: Enfermagem, Farmácia e Odontologia.

 

Um outro acontecimento importante desse período foi a criação da Sociedade de Educação e Ensino de Goiás, criada por D. Emanuel em 1948, sociedade civil cuja a finalidade era manter viva a chama do ideal de instruir e educar. E foi por meio dessa associação que o bispo fomentou o surgimento de uma universidade em Goiás.

 

Na celebração de seus 25 anos de ordenação episcopal que também aconteceu em 1948, foi do seu desejo a realização de um Congresso Eucarístico em Goiânia. Esse congresso teve grande impacto eclesial e social, pois D. Emanuel lançou a ideia de criação da Universidade do Brasil Central, assim sendo, nomeou uma comissão de estudos que, em outubro, entregou um minucioso relatório ao governador Jerônimo Coimbra Bueno. Acompanhado de um anteprojeto de lei, que por meio do deputado Hélio Seixo de Brito, transformou na Lei n.192, de 20 de outubro de 1948, que criava a Universidade do Brasil Central.

 

Dom Emanuel se empenhou na fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que se agregaria às faculdades já existentes, Faculdade de Farmácia e Odontologia e a Faculdade de Enfermagem. No entanto, houve muitos entraves para que esse processo de desenvolvimento da educação superior pudesse deslanchar em Goiás, um deles era a manutenção dos custos. Sendo assim, D. Emanuel foi ao Rio de Janeiro, para conversar com alguns parlamentares com quem ele tinha contato, e com isso conseguiu colocar no Orçamento da União que subsidiava a educação, a demanda de Goiás, e foi aprovado a verba ordinária de Cr$ 2.500.000,00, por ano para cada uma das faculdades. Isso contribuiu para que se construísse os primeiros prédios dessas faculdades, na Praça Universitária. Em meio a esse processo ainda nasce mais duas faculdades, a Faculdade de Ciências Econômicas e Agrárias, motivada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás e a Faculdade de Belas Artes. Mesmo em meio aos desafios, dificuldades e provações, D. Emanuel não desistiu deste ardoroso sonho de colocar Goiás na esteira do desenvolvimento educacional.

 

Quando D. Emanuel faleceu em 12 de maio de 1955, de acordo com a Revista da Arquidiocese de Goiânia publicada em 1961, havia em Goiás 57 escolas de ensino primário, 31 ginásios, 5 colégios de ensino médio, 21 escolas normais, 4 escolas técnicas de comércio e 5 faculdades de ensino superior.

 

Padre Maximiliano Costa
Mestre em História

 

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