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03/05/2021

Vidas de Fé Transformadas com a Pandemia

As dores causadas pela pandemia fortaleceram a fé e a Igreja doméstica

Vidas de Fé Transformadas com a Pandemia - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

Não faz muito tempo, levávamos uma vida que acreditávamos ser normal. Oração, vida em comunidade, trabalho, estudo, lazer. De forma inesperada por todos, contudo, surgiu o novo coronavírus a quase 17 mil km de nós, em Wuhan, na China, doença que já infectou mais de 148 milhões de pessoas em todo o mundo e que há mais de um ano desafia todos nós a manter cuidados sanitários e distanciamento social para que a doença não nos acometa e cause ainda mais mortes e o saturamento do sistema de saúde. De acordo com o boletim diário da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás sobre a covid-19, atualizado em 25 de abril, a taxa de ocupação dos leitos estava em 91,43%, com 491 leitos ocupados e 46 disponíveis em todo o estado. Já em Goiânia, a taxa de ocupação estava em 73,31% e 206 leitos ocupados e 75 disponíveis.

 

Diante de tudo disso, a Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da casa comum, do papa Francisco, parece cada vez mais fazer sentido para todos nós. “Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos” (nº 2).

Procuramos seguir a vida enquanto, lentamente, chega-nos as vacinas que são uma esperança importante para a humanidade. Em nossas comunidades paroquiais, as pessoas buscam em Deus as respostas para este tempo desafiador. Adriana Maria Pereira Lobo, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Balneário Meia Ponte, em Goiânia, é casada e mãe de uma filha. Na paróquia ela é responsável pela Pastoral Familiar e, quando possível, participa da vida da comunidade presencialmente. Para ela, a Igreja tem sido um diferencial em sua vida de fé neste momento. “Não consigo imaginar passar por esse momento sem fé, pois ela me sustenta, é minha força e minha fortaleza”, disse em entrevista. O tão sonhado pós-pandemia é muito aguardado por ela, que não espera ter uma vida como antes. “Não acredito que será como antes. Este período de pandemia tem nos ensinado a dar mais valor às pessoas, às amizades, às nossas comunidades, aos padres”.

 

Valdirene dos Santos e José Cândido da Silva são casados e também pertencem à Paróquia do Balneário Meia Ponte. Eles continuam participando da vida da comunidade presencialmente, quando possível. Os dois foram acometidos pelo novo coronavírus e atribuem à fé as forças necessárias para superar a doença. “Enfrentamos a doença com fé e otimismo, e com a graça de Deus e oração, repouso, apoio dos amigos, da Igreja e dos padres, não deixamos de acreditar na vida em momento algum, e vencemos esta batalha sem maiores complicações. Nossa fé foi essencial”. Desse tempo difícil eles tiram muitas lições. “Esta realidade nos ajudou a descobrir novas maneiras de alimentar nossa fé, fazendo ainda mais de nossa casa uma verdadeira Igreja doméstica”.

 

Na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Senador Canedo, Ana Paula Perim e Lucimar Rodrigues, pais de três filhos, são ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística. Um filho é acólito e as outras duas são da Pastoral da Acolhida. O calor humano e a igreja cheia são o que mais eles sentem falta desde que não foi mais permitido aglomeração. “Sinto falta do calor humano, do aperto de mãos, do sorriso nos lábios, dos ritos, que devido a pandemia tiveram que ser retirados das santas missas, como aqueles da Semana Santa, o lava-pés e tantas procissões lindas que não podemos mais realizar. Faz muita falta a multidão de pessoas na porta da igreja, o nosso padre nos recebendo com um caloroso aperto de mãos na chegada e na saída da igreja, antes e após as santas missas”. Quando tudo isso passar, a família de Lucimar e Ana Paula não quer viver mais como antes da pandemia. “Mesmo com todo o sofrimento, a pandemia me proporcionou mais intimidade com Deus. Fomos obrigados, de certa forma, a desacelerar e ficar em silêncio até mesmo dentro de nossas casas. Aprendemos a conviver com nossa família, marido, esposa, filhos. A olhar nos olhos e fazer da nossa casa uma Igreja doméstica. A tomar consciência de que só o Senhor nos basta, de buscar por ele, de ter uma confiança cega e completa de que com Jesus passaremos por todas as situações”.

Igreja doméstica, a fé alimentada em casa

Em março, na entrevista sobre a Semana Santa, padre Cristiano Faria dos Santos disse que “nós transformamos nossas casas em escolas, transformamos nossas casas em escritórios e também podemos transformar nossas casas em igrejas”. É isso que tem feito Jocemar Lima Moura dos Santos, 53 anos, da Paróquia Santa Luzia, no Setor Novo Horizonte. Pertencente ao grupo de alto risco, ela está impossibilitada de participar das celebrações e desde que teve início a pandemia, Jocemar vive a fé em casa. Seus dias não têm sido nada fáceis. “Faço parte da catequese Bom Pastor e não tem como desenvolver essa pastoral virtualmente. Esse modo de viver a fé com missas transmitidas é muito superficial, mas fazemos o que podemos. Tenho sofrido muito, mas Deus tem sido minha força. Às vezes me pego chorando, desesperada por ter deixado de viver a minha Igreja como era antes”, desabafou. Ela também tem aprendido muito com a pandemia. “Apesar de tantas frustações e do isolamento social, aprendi a conhecer Jesus de uma forma significativa, a lidar melhor com as redes sociais, conheci pessoas maravilhosas que me ensinaram muito, fiz um grupo da minha Pastoral com 12 pessoas e rezamos o terço todas as quintas-feiras à noite e pretendemos não parar mais, mesmo voltando a vida normal, pois percebemos que nos faz muito bem”.

 

Fúlvio Costa

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