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25/05/2020

54º Dia das Comunicações Sociais

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais

54º Dia das Comunicações Sociais - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

Para marcar o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2020 (celebrado há 54 anos), o papa Francisco dirigiu mensagem aos povos de todo o mundo, defendendo que sejam “tecidas” e divulgadas histórias com exemplos edificantes. Ele convida-nos a contar histórias que inspirem as pessoas a buscar transformações positivas em suas vidas, a combater o ódio com a força do amor e da fé, a entender que estamos ligados uns aos outros nas dimensões humana e divina. O Santo Padre conclama: “Essas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, trazidas à vida em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios”.

 

 

Resumo

 

“Para que possas contar e fixar na memória (Ex 10,2). A vida faz-se história”

Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração, pois, para não nos perdermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos.

 

Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade de uma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros.

 

1. Tecer Histórias

As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e comportamentos [...] Não tecemos apenas roupa, mas também histórias: de fato, servimo-nos da capacidade humana de “tecer” quer para os tecidos, quer para os textos. As histórias de todos os tempos têm um “tear” comum: a estrutura prevê “heróis” – mesmo do dia a dia – que, para encalçar um sonho, enfrentam situações difíceis, combatem o mal movidos por uma força que os torna corajosos, a força do amor. Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar razões heroicas para enfrentar os desafios da vida.

 

2. Nem todas as Histórias são Boas

[...]Frequentemente, nos “teares” da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade.

 

[...]precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Precisamos de paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje.

 

3. História das Histórias

[...] a Bíblia é a grande história de amor entre Deus e a humanidade. No centro, está Jesus: a sua história leva à perfeição o amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus. Assim, o homem será chamado, de geração em geração, a contar e fixar na memória os episódios mais significativos desta História de histórias: os episódios capazes de comunicar o sentido daquilo que aconteceu.

 

[...] A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como ele continua a tornar-se presente. O Deus da vida comunica-se, narrando a vida.

 

O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a história faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a.

 

4. Uma História que se Renova

Na história de cada homem, o Pai revê a história do seu Filho descido à terra. Cada história humana tem uma dignidade incancelável. Por isso, a humanidade merece narrações que estejam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou.

 

Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode renascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho. [...] Essas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, trazidas à vida em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios.

 

5. Uma História que nos Renova

[...] Mesmo quando narramos o mal, podemos aprender a deixar o espaço à redenção; podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço.

 

[...] fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história contém maravilhas estupendas.

 

Para o conseguirmos fazer, confiemo-nos a uma Mulher que teceu a humanidade de Deus no seio e – diz o Evangelho – teceu conjuntamente tudo o que lhe acontecia. De fato, a Virgem Maria tudo guardou, meditando-o no seu coração (cf. Lc 2,19). Peçamos ajuda a ela, que soube desatar os nós da vida com a força suave do amor.

 

Tecendo Ideias

A seguir, comentários sobre mensagem para o 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais, feitos por Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães – bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB – e por Dom Levi Bonatto, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, onde é responsável pelo Vicariato para a Comunicação, e bispo referencial para a Comunicação no Regional Centro-Oeste da CNBB.

 

COMUNICAÇÃO. Ah! A comunicação!

O primeiro Dia Mundial das Comunicações Sociais, criado pelo Concílio Vaticano II, foi celebrado pelo papa Paulo VI, no ano de 1967, com uma bela mensagem, cujo título foi simplesmente “os meios de comunicação social”. Aquela mensagem dizia que a Igreja Dom Joaquim Mol“se sente intimamente solidária com o gênero humano e com sua história”, conforme ensinou a Gaudium et Spes, e “quer chamar a atenção dos seus filhos e de todos os homens de boa vontade para o vasto e complexo fenômeno dos modernos meios de comunicação social, como a imprensa, o cinema, o rádio e a televisão (não existia internet e nem redes sociais), que são uma das notas mais características da civilização moderna”.

 

Impressiona a visão da Igreja naquele momento! Hoje, ainda mais, o fenômeno da comunicação caracteriza a atual civilização e torna-se indispensável a tudo que é realizado. Podemos ficar extasiados diante dos mais sofisticados meios e formas de comunicação, que nunca imaginávamos ser possíveis.

 

Exatamente por isso, hoje, o papa Francisco, ao celebrar o 54º Dia Mundial das Comunicações Sociais, interpela-nos, forte e sabiamente, sobre um aspecto comunicacional constitutivo da cultura humana, que pode ter ficado para trás: narrar histórias. Isso mesmo! Recuperar a nossa condição de contadores de histórias que ensinam, emocionam, inspiram, constroem, unem, criam lastros e redes humanas, qualificam conhecimentos. Ele diz que na “confusão de vozes e mensagens” precisamos de narrações humanas, “que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita”.

 

Ainda diz o papa Francisco, poeticamente: “servimo-nos da capacidade humana de ‘tecer’ quer para tecidos, quer para textos”, porque o ser humano “é o único que tem a necessidade de narrar-se a si mesmo”.

 

As histórias ruins, não! Não aos “teares” da comunicação manipulada e manipuladora, da comunicação de fake news, que não são outra coisa do que transmissão de mentiras, que diminuem a dignidade humana.
 

Se nos especializarmos em contar história, teremos a alegria de descobrir, como ensina o papa Francisco em sua mensagem, a História de histórias, a Sagrada Escritura, que reúne o testemunho de fé de tantas famílias e pessoas, no deserto da vida, até chegarmos à História de Jesus, o Senhor de nossa história.
 

Renovemos nossa história recordando histórias.

 

Somos protagonistas e narradores de histórias

Dom Levi BonattoEm sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, o papa Francisco ressalta que o homem é um ente narrador, que gosta de contar e de ouvir histórias, tem fome de histórias. E é verdade. Nós sempre estamos ávidos por notícias. E se pararmos um pouquinho para pensar, verificaremos que as histórias têm muita influência em nossa vida.

 

Observando os personagens narrados, as histórias que são contadas nos livros e outros tantos meios de comunicação, a pessoa pode ir se formando nas virtudes, pode ir formando a sua personalidade, o seu caráter. É claro que o papa também alerta que nem todas as histórias são boas, como aquelas usadas em proveito próprio, para conquistar ou manter o poder.

 

“A história das histórias”, que é a Sagrada Escritura, ganha destaque na mensagem, por narrar a história do relacionamento do homem com Deus. A “história que se renova”, citada, é a História de Cristo, que está toda no Evangelho. Ali, vemos Jesus introduzindo uma narrativa toda especial, por meio das parábolas, usadas para falar de Deus, para falar com Deus e para explicar as coisas de Deus. A parábola, nós sabemos, é uma história inventada para explicar um fato sobrenatural, repassar um ensinamento moral ou religioso. E as parábolas de Cristo, todos entendiam, inclusive as crianças tinham facilidade para compreender suas mensagens.

 

“Devemos procurar ler narrativas positivas, sobre coisas que edifiquem”

O papa sugere a leitura de boas obras literárias, que podem ser positivas para edificar a personalidade, como a biografia dos santos, modelos de virtudes e perseverança na fé. Devemos procurar ler narrativas positivas, sobre coisas que edifiquem, que construam na alma das pessoas algum fundamento. Claro que vai contra um outro tipo de narrativa, de notícia, de informação, que são aquelas falsas, evidentemente, mas também aquelas pessimistas, aquelas informações apocalípticas, que deixam uma marca cinza na alma das pessoas, não as motivam, levam-nas mais para baixo.

 

Por fim, o Santo Padre insiste que a nossa história deve ser valorizada, que nossa história é digna de ser contada, pois temos a ajuda do Espírito Santo, nosso grande companheiro durante toda a vida. Somos, ao mesmo tempo, protagonistas e narradores da história.

 

A mensagem pelo Dia Mundial das Comunicações Sociais termina com uma oração muito bonita a Nossa Senhora, falando da sua comunicação, de como ela guardava todas as coisas em seu coração, meditando-as. Embora ela tenha falado muito pouco (vemos poucas palavras suas no Evangelho), disse o suficiente para que tivesse uma grande biografia, um grande papel na história da salvação.

 

Eliane Borges

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