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12/10/2019

Santa Dulce dos Pobres

Igreja canoniza a primeira santa nascida no Brasil

Santa Dulce dos Pobres - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

A freira baiana que dedicou sua vida aos pobres e enfermos é elevada à dignidade dos altares. Sua história é exemplo para todos os cristãos, pois é uma santa do nosso tempo, que sempre se colocou à disposição do próximo desde a infância.

 

O papa Francisco canoniza, neste domingo (13), às 5h (horário de Brasília), a primeira santa nascida no Brasil. Conhecida como o “Anjo bom da Bahia”, ela nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador (BA), com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Depois de consagrada para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, passou a se chamar irmã Dulce em homenagem à sua mãe, Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, que faleceu quando a irmã tinha 7 anos de idade.

 

Mas de onde veio a vocação para a caridade? Veio de família. Aos 13 anos, passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, que foi transformada num centro de atendimento. O lugar ficou conhecido como “A Portaria de São Francisco”, devido ao número de carentes que se aglomeravam à sua porta. Na mesma época, ela manifesta pela primeira vez o desejo de se dedicar à vida religiosa, após visitar, com uma tia, áreas onde habitavam pessoas pobres.

 

A freira baiana dedicou boa parte dos seus 77 anos de vida aos pobres e doentes e o reconhecimento pela Igreja de que ela viveu em grau heroico as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade, acontece exatamente 27 anos após o seu falecimento. É a terceira canonização mais rápida da história. À sua frente só a de São João Paulo II, que ocorreu nove anos depois de sua morte, e a de Santa Teresa de Calcutá, concluída 19 anos após seu falecimento.

 

O trabalho de irmã Dulce tornou-se conhecido a partir de 1936, quando ela fundou um posto médico. A primeira organização operária católica no estado da Bahia foi a União Operária São Francisco, fundada por ela, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia. Em 1949, a freira criou um ambulatório, onde era um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio. Ali, acolheu os primeiros 70 doentes. É dela também o legado de ter construído o maior hospital da Bahia, que começou em um simples galinheiro. Uma década depois, em 1959, foi instalada a Associação Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). Outra obra dela também, o Albergue Santo Antônio, foi inaugurado no ano seguinte.

 

A OSID até hoje é um dos maiores complexos de saúde com atendimento totalmente gratuito do Brasil. Ao todo, são 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do SUS. São feitas 18 mil internações e 9,3 mil cirurgias anuais em Salvador.

 

Milagres

O que leva irmã Dulce definitivamente aos altares, no entanto, são os milagres atribuídos a ela. Em janeiro de 2001, Claudia Cristina dos Santos, na época com 31 anos, teve uma forte hemorragia que se espalhou pelo corpo por 18 horas seguidas. Isso aconteceu quando ela foi dar à luz a Gabriel, seu segundo filho, na cidade de Itabaiana (SE). Os médicos disseram à família que só algo maior que a medicina poderia salvá-la. Os familiares chamaram o padre José Almi de Menezes para ministrar a unção dos enfermos. Mas ele também deu a ela uma pequena imagem de irmã Dulce e pediu a intercessão da religiosa. Logo, a hemorragia cessou e Claudia sobreviveu. “Ninguém conseguiu explicar o porquê daquela melhora, de forma tão rápida, numa condição tão adversa”, disse o médico Sandro Barral, um dos integrantes da comissão científica que analisou o milagre. O segundo milagre foi a cura da cegueira de José Maurício Moreira, que sofreu sem visão por 14 anos, em função de um glaucoma.

O tratamento durou dez anos e não havia mais esperanças para ele voltar a enxergar, pois seu nervo óptico, que é responsável pela comunicação com o cérebro, foi totalmente destruído. José Maurício ficou completamente cego dos dois olhos no réveillon de 1999 para 2000. Ele foi ainda acometido por uma conjuntivite viral que provocava fortes dores nos olhos. Muito debilitado, na madrugada do dia 10 de dezembro de 2014, o homem suplicou a ajuda de irmã Dulce para cessar as dores com uma pequena imagem dela, que colocou na região dos olhos. Ele adormeceu e quando acordou já estava enxergando. Maurício relatou dessa forma o acontecido. “Nunca pedi para voltar a enxergar, até porque por meio dos diagnósticos médicos era impossível. O que ela me deu foi muito mais do que a cura da conjuntivite e o alívio da dor”, recordou.

Canonização

Com a canonização de irmã Dulce, o Brasil passa a ter três santos. A primeira foi a Madre Paulina, que nasceu na Itália, mas veio morar no Brasil com a família aos 10 anos de idade. Ela foi canonizada em 19 de maio de 2002, por São João Paulo II. O segundo, primeiro nascido em terras brasileiras, é Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o frei Galvão, canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI. No dia 20 de outubro, o arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, scj, irá presidir uma missa na Arena Fonte Nova, na capital baiana, em ação de graças pela canonização de irmã Dulce. Além da missa, haverá apresentações de vários cantores.

 

Fúlvio Costa

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