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18/06/2021
Acolher a Romaria no lar
Mais uma vez será realizada em nossa Arquidiocese de Goiânia, a Romaria do Divino Pai Eterno. Em razão da pandemia do coronavírus, pelo segundo ano consecutivo, essa importante e histórica festa acontece virtualmente. Não podemos, portanto, caminhar em peregrinação para um encontro com o Divino Pai Eterno, mas podemos viver entre irmãos a fé que depositamos nele. De fato, é a isso que nos chama o tema proposto para este ano “Pai Eterno, diante de vós somos todos irmãos”.
Mesmo que não possamos estar presencialmente na festa, por enquanto, podemos rezar em família pelo fim da pandemia, pedindo as bênçãos do Divino Pai Eterno para que em 2022 estejamos juntos novamente em Trindade. Na Palavra desta semana, quero refletir com todos acerca do sentido dessa romaria que é a cara do nosso povo e da nossa Igreja particular de Goiânia, para que possamos viver essa unidade, embora tenhamos que estar fisicamente distantes.
A romaria se tornou uma tradição que enriquece espiritualmente a manifestação religiosa do povo goiano e brasileiro. Ser romeiro, fazer a peregrinação, é caminhar para um encontro com o Divino Pai. A romaria é espelho, também, da vida: nelas, na romaria e na vida, há uma necessidade constante de transcendência, um remeter-se permanente na direção ao Pai. Romaria não é simples viagem, não é turismo, assim como a vida não é simples transcorrer de dias. Enquanto vivemos, somos romeiros a caminho de um encontro definitivo com Deus, na casa do Pai. Atendemos a um chamado para que a vida adquira sempre mais sentido. É o que a fé nos proporciona.
Mesmo distantes fisicamente, estaremos vivenciando a romaria pelos meios de comunicação, por meio das TVs Pai Eterno, Aparecida, Rede Vida e das rádios Difusora Pai Eterno, Rede Vale FM e Trindade FM. A romaria nos proporciona um encontro com a Santíssima Trindade para mergulharmos nesse mistério de amor, que deve refletir em nós o reconforto, a alegria, a firmeza na fé que dá sentido e sustenta a vida. A experiência do amor do Divino Pai é o incentivo que abre o nosso coração a tantos irmãos que necessitam de companheiros na romaria, que é a vida. E, muitas vezes, necessitam de um bom Samaritano que cuide das suas feridas, sobretudo neste difícil tempo de pandemia.
A Romaria ao Santuário, que não é possível agora, se constitui em um momento e um lugar privilegiado que incentivam e aprofundam esse diálogo cotidiano com o Divino Pai Eterno. Na volta para nossas casas, é lá o santuário do encontro. A Romaria do Pai Eterno vem para incentivar o diálogo com Deus, aquele diálogo que, em nossas orações, entretemos com Ele em diferentes momentos e lugares do nosso dia a dia. Por isso, nos ensina o papa Francisco: “A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja” (Amoris Laetitia, n.1). “A Igreja é a família de famílias, constantemente enriquecida pela vida de todas as igrejas domésticas. Assim, em virtude do Sacramento do Matrimônio, cada família torna-se para todos os efeitos um bem para a Igreja. Nessa perspectiva, para o hoje da Igreja, será certamente um dom precioso ter em consideração também a reciprocidade entre família e Igreja: a Igreja é um bem para a família, a família é um bem para a Igreja” (n. 87).
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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