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09/04/2021
É Páscoa! A festa das festas
Onde está hoje, ó morte, a tua vitória? O drama de Maria Madalena regressa em cada esquina e também agora neste tempo da Páscoa, pois nem sempre é fácil distinguir o triunfo do fracasso. E o momento que estamos atravessando, talvez, seja um deles.
A vida parece dominada pela morte e isso em vários níveis.
- 1. A vida do mundo, quando subsistem ou se avolumam os problemas ecológicos e ambientais de toda a ordem, e os que produzem o lixo tentam empurrá-lo para diante do nariz dos pobres, longe de suas moradias.
- 2. A vida humana, quando alguns continuam a arrogar-se o direito de se fazerem seus donos – ou pelo aborto, pela pena de morte, pelas armas químicas, pelas guerras, pela eutanásia. Ou com a situação clamorosa que estamos vivendo de uma pandemia que já ceifou a vida de 400 mil brasileiros.
- 3. A vida espiritual, quando os valores éticos e morais parecem obsoletos e os defensores das causas mais destruidoras da dignidade humana e das suas conquistas presumem arvorar-se em campeões do progresso e da liberdade.
A Ressurreição de Cristo é a proclamação da vitória da vida, apesar dos sinais da morte. Na Ressurreição de Cristo, apercebemo-nos que o nosso mundo está possuído por um “fermento de vida”: “Senhor que dá a vida”.
É o Dom do Ressuscitado. O fruto por excelência da Páscoa de Cristo. O Espírito Santo dará vida aos nossos corpos mortais (Rm 8,11) e vencerá todas as formas mortais e mortíferas de vida. A Páscoa é uma festa tão grande que a celebramos todas as semanas. Cada domingo é dia de Páscoa, é dia de Jesus ressuscitado. É o dia do Senhor, como exprime a palavra domingo.
O domingo tem de ser para nós o dia de Jesus ressuscitado, que nos enche de esperança e de coragem para enfrentar os trabalhos e agruras da semana. Há de ser dia de oração mais intensa: na missa bem vivida, na leitura meditada da Palavra de Deus, no rosário na igreja ou em família. Saibamos organizar os programas de domingo, evitando tudo o que pode afastar de Deus.
Vamos encher-nos de fé e de amor ao Senhor, para que a sua alegria penetre em nossos corações e a possamos transmitir aos outros com entusiasmo. O mundo que pôs a sua segurança nas riquezas materiais precisa do anúncio da verdadeira felicidade que só Cristo ressuscitado lhe pode trazer. As riquezas são inseguras, como temos verificado neste ano de pandemia.
Com o exemplo de nossa fé e de alegria, a nossa palavra cheia de vibração, temos de levar os que nos rodeiam ao encontro de Cristo ressuscitado. A Igreja felicita Maria neste tempo pela ressurreição de seu Filho. Que ela nos encha de alegria pascal para celebrar com mais fé e entusiasmo a sua presença viva na Eucaristia.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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