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06/06/2020

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

Caros irmãos e irmãs,

 

A cada ano, no domingo seguinte à Solenidade de Pentecostes, a Igreja celebra o Mistério da Santíssima Trindade, que é o mistério central da fé e da vida cristã. É o próprio mistério de Deus revelado pelo Filho encarnado. O Catecismo ensina que “ao enviar, na plenitude dos tempos, seu Filho único e o Espírito de Amor, Deus revela seu segredo mais íntimo: Ele mesmo é eternamente intercâmbio de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e destinou-nos a participar deste intercâmbio” (Catecismo da Igreja Católica, 221).

 

Embora nenhum mistério ultrapasse o da natureza da Santíssima Trindade, um Deus em três Pessoas divinas, do nosso ponto de vista, um mistério igualmente surpreendente é que nosso Deus, infinito e insondável, nos ama além dos nossos desejos mais profundos. Assim, somos chamados a abraçar a Bondade não criada, que é Deus mesmo. Nós fomos feitos para Ele, a tal ponto que Santo Agostinho, impressionado com essa percepção, escreveu uma das linhas mais belas da Antiguidade em suas Confissões: Fizeste-nos para Ti, ó Senhor, e nosso coração ficará inquieto até descansar em Ti”.

 

“...a Solenidade da Santíssima Trindade está intimamente ligada à Celebração do Corpus Christi

 

Esse segredo mais profundo de Deus é o que Jesus nos deu a conhecer: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15). Por isso, na contemplação do rosto de Cristo, sobretudo pendendo da cruz, é que o apóstolo São João encontrou a possibilidade de penetrar profundamente no mistério de Deus, a ponto de afirmar: “Deus é amor” (1Jo 4,16). Nesse sentido, podemos dizer que a Solenidade da Santíssima Trindade está intimamente ligada à Celebração do Corpus Christi.

 

A Eucaristia é o memorial do dom que Jesus Cristo faz de sua vida por toda a humanidade. É, ao mesmo tempo, um sinal tangível do amor que Ele queria nos deixar. No dom da Eucaristia, Cristo esconde-se atrás das aparências do pão para nutrir toda a nossa vida e nos oferece Seu Sangue, escondido atrás das aparências do vinho, derramado para a redenção de todos e de cada um de nós em particular. Em uma palavra: o Santíssimo Sacramento é Jesus, o revelador do Pai.

 

O papa João Paulo II afirmou:

 

Com efeito, na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo. Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no Sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor (Ecclesia de Eucharistia, 1).

 

Assim, ao adorar o Corpo de Cristo presente neste admirável Sacramento, cada membro da Igreja pode entrar naquela comunhão com o seu Divino Redentor e, por meio dessa íntima e interpessoal relação, conhecer o mistério da Santíssima Trindade e participar daquela comunhão a que Deus nos chama. Por essas duas solenidades litúrgicas somos, portanto, chamados a entrar nesse mistério de comunhão de amor com o Pai, no Filho, pelo Espírito Santo.

 

Essa comunhão nos impulsiona, inevitavelmente, à procura de uma maior comunhão entre nós, filhos do mesmo Pai, redimidos por Cristo e templos do Espírito Santo. Tal comunhão funda-se na fé que atua através da caridade, manifestada na responsabilidade e no cuidado mútuos, sobretudo, em tempos difíceis como os que estamos vivendo.

 

Adoremos o Senhor Jesus no Santíssimo Sacramento. Penetremos mais profundamente na comunhão com a Trindade. Procuremos viver o amor fraterno com gestos concretos de cuidado mútuo. Esse poderia ser um resumo daquilo que as solenidades que celebraremos nos convidam a viver.

 

 

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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