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02/04/2019
Não adianta orar e jejuar se não amar os irmãos
A oração na Quaresma e em toda a vida é o respiro do homem. Não se pode viver sem oração. E Jesus nos ensinou como rezar. Recentemente, o Papa disse que a oração mais perfeita é o “Pai-Nosso”, porque é a oração que Jesus nos ensinou. “O Pai-Nosso é uma oração que acende em nós o mesmo amor de Jesus pela vontade do Pai, uma chama que leva a transformar o mundo com o amor”, disse ainda o Santo Padre.
Sabemos que a Santa Missa é a grande oração da Igreja. Na Sagrada Eucaristia, não só celebramos, mas participamos do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Nós nos unimos a Cristo, que sofreu, morreu e ressuscitou para uma vida nova. Ao receber a comunhão, recebemos a semente da vida eterna. Essa é a mais sublime e solene celebração da Igreja.
Mas não podemos somente fazer a oração do Pai-Nosso ou ir à missa. Precisamos nos habituar a rezar constantemente. Existe a oração e o espírito de oração. O espírito de oração é quando nos colocamos na presença de Deus o dia inteiro, em tudo o que fazemos. Então, a vida vira oração.
Jejum
Jesus, antes de começar a sua missão, fez 40 dias de jejum no deserto, quando foi tentado pelo demônio. Ao longo da história da salvação, no Antigo Testamento, vários profetas, e também o povo de Deus, tinham o costume de fazer jejum, prática que continua até nossos dias.
O jejum é uma prática espiritual especial da Quaresma que nos leva a uma intimidade maior com Deus. Também é conversão e nos move a deixar alguma coisa que é nossa, algum alimento que poderíamos ter, para os pobres. Às vezes comemos demais e outros não comem. Então, o jejum é em vista disso, de poder ajudar aqueles que não têm alimento. Jejum também nos faz sentir que precisamos da força de Deus para perseverar no caminho do seu Reino.
Caridade
Apesar da importância dessas atitudes, não adianta orar e jejuar quarenta dias ou mais, ou passar a vida jejuando, se não amar os irmãos. O amor é a prática mais nobre do cristianismo. São Paulo dizia que o amor permanecerá. A esperança e a fé vão cessar na vida eterna, porque veremos a Deus face a face, e não vamos mais precisar esperar. Já teremos a Deus. Mas a caridade e o amor permanecerão.
Sem caridade é impossível agradar a Deus e viver a vida terrena na fraternidade. A Campanha da Fraternidade deste ano nos move a um interesse maior para as políticas públicas. A olhar para os lados, para frente, para trás, tentando perceber do que este mundo está precisando e nos movimentarmos, para que boas políticas públicas se concretizem, para o bem comum. Ações solidárias também podem ser organizadas nas paróquias, por meio de mutirões, por exemplo.
O amor de Deus chega até o próximo por meio de nós, e pode vencer todos os poderes destruidores da natureza e da alma humana. Nesta Quaresma, vamos todos orar e jejuar, mas também praticar a caridade!
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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