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18/09/2017

Seminário Santa Cruz: 157 anos formando padres para nossa igreja

E já se foram 157 anos de dores, dificuldades e muitas alegrias...

Seminário Santa Cruz: 157 anos formando padres para nossa igreja - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

No alto dos seus 157 anos de existência, o Seminário Propedêutico Santa Cruz é uma importante casa de formação de sacerdotes da Igreja no Brasil. Sim, falar deste ambiente introdutório aos estudos eclesiásticos do caminhar sacerdotal é fazer menção a uma trajetória que começa em meados do século XIX, na antiga Vila Boa (cidade de Goiás), então capital da Província de Goiás, que, pelos percalços do tempo, se torna itinerante e passa por Ouro Fino (MG), Silvânia, Anápolis e encontra terreno fértil e duradouro em Goiânia.
Formar padres para a Igreja sempre foi o norte do Seminário Santa Cruz. Mas formar pessoas para a sociedade também está em seu cerne, desde a sua fundação. Seus arquivos históricos dão conta de que, em 1876, a casa acolhia 59 alunos, “não somente candidatos ao sacerdócio, mas também outros alunos que queriam aproveitar a qualidade do ensino da instituição”. Para o padre José Luiz da Silva, formador no Santa Cruz há nove anos, a missão desta casa é “formar as pessoas para a Igreja e para o mundo, de modo que possam ajudar os fiéis em suas paróquias, em seus lugares, levando-os ao encontro com Jesus Cristo”.
Apesar de centenário, as atuais instalações do Seminário Santa Cruz, desde 1983 no antigo Centro de Treinamento de Líderes, no Jardim das Aroeiras, são ainda pouco conhecidas. Temos contato com os padres nas milhares de missas que são rezadas todos os dias, mas pouco nos perguntamos de onde vem o padre ou onde ele foi formado. Na Igreja de Goiânia, os jovens deixam a sociedade para ter uma formação humana, espiritual, intelectual e pastoral, para que depois do processo formativo possam desempenhar um trabalho edificante na pessoa de Jesus, de volta ao seio social ao qual cresceu. E esse percurso começa no Seminário Santa Cruz.


“A qualidade da formação é o que explica o longo processo formativo por que passa o candidato até chegar ao sacerdócio. Por isso ele se recolhe ao seminário, que é a sementeira onde vai crescer e frutificar as vocações 100, 60 e 30 por um. Aqui é a sementeira da Igreja e os futuros padres saem das famílias, das comunidades, vão para os seminários que cultivam essas sementes para darem frutos. Desse modo, o seminário se torna o coração da Igreja Arquidiocesana e a comunidade precisa compreender essa paternidade e ter carinho por esse lugar, que é casa de comunhão que dá à Igreja homens santos e sacerdotes para Nosso Senhor Jesus Cristo.” (Pe. José Luiz)

 

Processo formativo
A dimensão vocacional tem início muito antes do sim que os jovens dão à Igreja, quando deixam suas casas e ingressam no seminário. Por isso é importante pensar a família sempre como Igreja doméstica porque é lá, na oração diária com os seus primeiros catequistas, os pais, que eles passam a amar a Deus a partir das pequenas experiências. Na comunidade paroquial, esse amor aflora e o discernimento vocacional se torna mais evidente. É nesse momento que se apresenta o Seminário Santa Cruz. “Neste ano introdutório, apresentamos aos jovens a história vocacional não só dele, mas a história vocacional bíblica, para que, a partir da Palavra de Deus, ele possa discernir sua vocação para responder melhor aos estudos filosóficos e teológicos e ao chamado de Deus em sua vida, futuramente”, explicou o formador. Mas esse processo não se encerra nessa etapa, completa o padre. “O discernimento vocacional se dá no Seminário Santa Cruz, no Ano Propedêutico, mas também no aprofundamento da Filosofia e Teologia”.

 

Etapas da caminhada vocacional
- Encontro com o padre na paróquia

- Envio do jovem à Pastoral Vocacional

- Ano Propedêutico no Seminário Santa Cruz

- 3 anos de Filosofia no Seminário Maior Interdiocesano São João Maria Vianney, com estudos no Instituto Santa Cruz

- Mais 4 anos de teologia no Seminário São João Maria Vianney, com estudos no Instituto Santa Cruz, pela PUC Goiás

 

Festa e Jubileu
No último dia 15 de setembro, nosso arcebispo Dom Washington Cruz presidiu missa por ocasião das novas instalações do Seminário Santa Cruz, São João Maria Vianney e São João Paulo II. A celebração contou com a presença dos bispos auxiliares, Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes, além de bispos de outras dioceses, do corpo de formadores dos Seminários Santa Cruz e São João Maria Vianney e de vários padres da Arquidiocese. Na missa houve também a Dedicação da capela e a sagração do altar, além da comemoração dos 157 anos do Seminário Santa Cruz e 11 anos do Instituto de mesmo nome.

No dia anterior (14), Dom Washington abriu o Ano Jubilar dos Seminários, que se estenderá até 14 de setembro de 2018. Em sua homilia, o arcebispo se ateve a motivar os seminaristas: “Quando o Senhor chama uma pessoa a uma determinada missão, lhe dá as qualidades necessárias para dela se desempenhar”. Sobre a celebração de Dedicação do templo, ele explicou: “A primeira coisa que o templo nos diz é que existe um templo cósmico, constituído pelo universo inteiro – imagem de um outro templo, que é, sim, parte do universo sensível, porque constituído de seres humanos e para os seres humanos, mas que também o supera imensamente”.

 

Programa de formação
O Ano Propedêutico, ou seja, introdutório do Seminário Santa Cruz, teve início em 2008, após um breve fechamento da casa por conta de reformas estruturais. Esse período também foi propício, segundo padre José Luiz, para a gestação do Ano Introdutório, atendendo ao pedido da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores Dabo Vobis, do papa São João Paulo II – sobre a formação dos sacerdotes. O documento pede que esse ano introdutório seja uma preparação aos estudos de Filosofia e Teologia.

 

O Ano Propedêutico do Seminário Santa Cruz está organizado da seguinte forma:
1 – Arco anual: Compreende as grandes celebrações do seminário, com o objetivo de formar, ajudar a pessoa no discernimento vocacional. No primeiro semestre, no Tempo da Quaresma, o ápice são as celebrações pascais, o encontro com as famílias e a missão no fim do semestre. No segundo semestre, o eixo pedagógico é a missão com a visita nas dioceses.
2 – Arco semestral: Como explicado acima, no Tempo da Quaresma, os seminaristas vivem mais internamente até a Páscoa do Senhor. “Toda a nossa formação converge para a Páscoa do Senhor”, frisa padre José Luiz. No 5º Domingo da Páscoa, eles rezam com as famílias e se confraternizam. Um ponto alto, ainda no semestre é o retiro espiritual em Pentecostes. “Encerramos o semestre com uma missão de porta em porta nas dioceses, anunciando o Querigma, que é o primeiro anúncio de Nosso Senhor, Jesus Cristo”, pontua o formador.

3 – Arco semanal: Eles começam a manhã de segunda-feira com oração e a Lectio Divina (Leitura Orante da Bíblia). É um dia dedicado ao silêncio e oração. Na parte da tarde, ainda na segunda-feira, eles limpam a casa, obedecendo ao programa de formação, que é pautado nas dimensões humana, comunitária, intelectual, pastoral e espiritual, sendo as mais fortes a comunitária e a espiritual. As aulas acontecem nas manhãs de terça, quarta e sexta-feira, em sete disciplinas: Língua Portuguesa, Liturgia, Música e Comunicação, introdução à Bíblia, introdução à Filosofia, introdução à Psicopedagogia (para ajudar os jovens nos estudos). Na manhã de quinta-feira, em silêncio, acontece a adoração ao Santíssimo Sacramento. Trata-se de uma manhã de experiência pessoal com Cristo. Já o sábado é dedicado à formação humana.

Números
Atualmente, o Seminário Santa Cruz conta com 12 seminaristas, sendo quatro da Diocese de Rubiataba-Mozarlândia, três da Diocese de Ipameri, um da Diocese de Jataí, e quatro da Arquidiocese de Goiânia. “São poucos, mas nós agrademos a Deus. As nossas comunidades e as nossas famílias precisam ter a consciência de rezar pelas vocações sacerdotais. Não é dizer que o jovem tem cara de padre, mas olhar nos olhos dele e afirmar: ‘a Igreja, na sua missão, precisa de jovens que queiram doar a vida, que se coloquem a caminho, sendo um bom cristão, para assim ser um bom padre’”.

Você já pensou em ser padre?
Estar no seminário é viver uma experiência incrível. A formação nos proporciona diversas atividades diferenciadas para nos desenvolvermos em nosso objetivo, que é o sacerdócio. A casa nos propõe experiências que nos ajudam no desenvolvimento simultâneo em várias áreas formativas. Acredito que fui chamado pelo Senhor, portanto, dar o meu sim e ter o privilégio de morar nesta casa e se deixar formar, com certeza é algo que marca nossas vidas e nos motiva, seja pela vida em comunidade, pelas atividades diárias, como pelo trabalho, os estudos, a oração e o lazer. Aqui é a nossa casa, e por isso temos um zelo por cada espaço, cada ambiente. Eu, de modo particular, procuro me esforçar junto com todos em cada atividade proposta. Marcos Moreira de Sousa, 19 anos (Arquidiocese de Goiânia),Seminarista do Ano Propedêutico

Linha do tempo
1860 – Seminário Santa Cruz é criado sob o Decreto Imperial de Dom Pedro II, em 3 de março.

1872 – Inauguração do seminário, em 6 de janeiro, na Vila Boa, então capital da Província de Goiás. Seu primeiro reitor foi padre Nicolau de Almeida. A casa começou com 38 estudantes.

1876 – Aumenta o número de estudantes para 59. Na época a casa acolhia estudantes que não queriam ser padres. Eles eram atraídos pela qualidade do ensino.

1879 – Com a saída de Dom Joaquim para a Bahia, o presidente da Província de Goiás, Luiz Augusto Crespo, suspendeu o pagamento aos professores, o que levou ao fechamento do seminário.

1880 – Monsenhor Joaquim Vicente de Azevedo conseguiu reabrir o seminário.

1881 – Com a chegada de Dom Cláudio José Ponce de Leão a Goiás, em setembro, iniciou-se um período de crescente progresso para o seminário.

1889 – Com a proclamação da República e a separação da Igreja com o Estado, e em razão da transferência de Dom Cláudio para Porto Alegre (RS), Goiás acolheu Dom Eduardo Duarte Silva, que assumiu num período de penúria financeira.

1892 – “Milagrosamente”, Dom Eduardo conseguiu recursos para transferir o Seminário Santa Cruz para Ouro Fino (MG).

1893 – Dom Eduardo teve de deixar Goiás por pressões políticas e passou a residir em Uberaba (MG), que na época também era território da diocese. O seminário foi fechado e o prédio ocupado pelos Correios.

1906 – Criada a Diocese de Uberaba, Dom Eduardo é nomeado seu primeiro bispo.

1907 – Dom Prudêncio Gomes da Silva chega a Goiás e toma posse da diocese com o claro objetivo de reabrir o seminário.

1911 – O seminário conta com 63 estudantes que moram de maneira improvisada.

1914 – Padres da Congregação do Verbo Divino (Verbitas) assumem o seminário.

1917 – O seminário volta a fechar as portas devido a uma crise financeira. Dom Prudêncio decide vender o prédio, mas falece em 1921, antes de concretizar o negócio com a União.

1923 – Dom Emanuel Gomes de Oliveira assume a diocese. As dificuldades financeiras e a saída dos Padres do Verbo Divino da direção do seminário, ele decide transferi-lo para Bonfim, hoje Silvânia, onde funcionou na casa de Dona Joaninha.

1941 – Começam as aulas no novo prédio, construído sob uma colina próxima à estação da estrada de ferro, a seis quilômetros da cidade.

1956 – Criada a Arquidiocese de Goiânia, Dom Fernando, seu primeiro arcebispo, dá início ao seu mais audacioso projeto físico e de maior investimento econômico que é o prédio do Seminário Santa Cruz, no hoje Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF).

1962 – Seminário funciona nas dependências do Colégio São Francisco, em Anápolis.

1963 – Seminaristas do Santa Cruz são encaminhados ao Seminário Maria Imaculada, em Brodósqui, na Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP).

1964 – Seminaristas que estudavam o antigo ginásio retornam para Goiânia, para o prédio ainda em construção até 1967.

1974 – Formação do Clero é interrompida desde 1967, mas, por ocasião do Jubileu de prata de ordenação sacerdotal de Dom Antonio, foi realizado um trabalho vocacional na Arquidiocese, cujos frutos possibilitaram a reabertura do seminário.

1976 – Começa a atual experiência do Seminário Maior, que oferece os estudos de filosofia e teologia. Havia, naquele ano, 18 jovens. Dom Fernando passa a morar com os seminaristas, na Rua 19, Centro, no primeiro andar do Edifício Dom Abel.

1983 – Seminário Santa Cruz assume suas atuais instalações, no antigo Centro de Treinamento de Líderes, localizado no Centro Pastoral Dom Fernando. A partir deste ano acolhe os seminaristas do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney.

2006 – Começa idealização de ampla reforma do Seminário Santa Cruz. Os seminaristas da Arquidiocese são encaminhados ao Seminário Maior Interdiocesano São João Maria Vianney.

2008 – Reforma tem início em cinco etapas. Sendo que a última delas se deu com a construção da capela. No mesmo ano começa a experiência da etapa Ano Propedêutico.

2017 – Seminário Santa Cruz celebra 157 anos com 12 jovens seminaristas no Ano Propedêutico. Dom Washington Cruz abre o Jubileu dos Seminários e celebra dedicação da capela.

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