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11/11/2022

Senhor, dai pão a quem tem fome. E fome de justiça a quem tem pão

Senhor, dai pão a quem tem fome. E fome de justiça a quem tem pão - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

Sou incapaz de contar quantas vezes rezei esta prece antes das refeições nos encontros de pastoral e no tempo de seminário. A oração é sempre atual, assim como a fome é sempre cruel. Pedir ao Senhor pão para os famintos e para nós, que temos pão, a justiça, é a expressão de um coração alargado pela força do Evangelho. A Igreja nos dá duas oportunidades fortes de reflexão-ação sobre a fome com a celebração do VI Dia Mundial dos Pobres e já, aqui no Brasil, envolvidos pela temática da Campanha da Fraternidade 2023.

 

Ao constatar a fome da multidão, Jesus ordena: “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16) e, assim, chama todos à responsabilidade. Quem vê alguém passando fome e se diz seguidor de Cristo não pode ficar alheio à essa realidade. Diz o texto-base da CF 2023 que “a fraternidade cristã só se torna realidade com profecia e compaixão – e há que se dizer que, diante da fome, a profecia começa sendo compaixão para depois tornar-se algum tipo de ação concreta, individual, comunitária, eclesial e socioambiental” (n. 156)

 

Em agosto deste ano, um caso tomou manchetes mundo afora. Uma criança de 11 anos, na região metropolitana de Belo Horizonte liga para o 190 e clama: “Estamos com fome!”. Esta frase não é o tipo de pedido ou denúncia que se espera no atendimento de ocorrências da Polícia Militar. A condição de Miguel, seus irmãos e sua mãe Célia Arquimino Barros é apenas um dos retratos nesta triste realidade que não é só de um país que passa fome, mas de um “Planeta Fome”, como cantou Elza Soares no álbum homônimo lançado em 2019. “Planeta Fome” foi a resposta que calou toda a plateia após zombar da forma como aquela menina estava vestida e que, aos 13 anos, cantou em público pela primeira vez na Rádio Tupi. Aquela garota pobre de tudo se tornou uma estrela e a voz do milênio.

 

Igual à Elza, existem muitas meninas e meninos por aí. Para o “Menino” Miguel e outros habitantes do planeta fome, a menina que veio deste mesmo planeta cantou que “é muito triste não ter casa, não ter pão”. Os habitantes do planeta fome sentem fome de muitas coisas, mas não deixam de alimentar seus sonhos, desejos e, também, necessidades e representam “o futuro da nação”.

 

Pensar globalmente e agir localmente, ao sair de casa, ao parar no sinal, ou chegar à sua igreja. Grandes problemas exigem valores simples como a solidariedade. O “País do Sonho”, mesmo num planeta fome, é “encontrar um país onde ser solidário seja um ato gentil”. Não podemos desistir “eu prometo que vou encontrar e esse país vai chamar-se Brasil”.

 

Ainda não podemos dizer “virei o jogo”, mas podemos com insistência repetir: “tenho proteção e meu coração sempre a me guiar, cada ocasião pede uma oração para confortar”. Portanto, se alguém do planeta fome, gritar perto de você, escute com o ouvido do coração, responda com as mãos abertas e eleve uma oração: “Senhor, dai pão a quem tem fome e fome de justiça a quem tem pão!” E se não tiver pão, como ensinava o passionista Dom José Mauro Bastos, “que sejamos pão”.

 

 

Marcus Tullius
Mestrando em Comunicação Social pela PUC Minas, coordenador-geral da Pascom Brasil e membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB

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