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07/03/2022
Famílias a Caminho: O quarto mandamento

Está previsto para acontecer, em Roma, nos dias 22 a 26 de junho, o tão esperado − e preparado! − Encontro Mundial das Famílias, em sua décima edição. O tema é: “Amor em família: vocação e caminho de santidade”.
Propomos a você uma contribuição para entrarmos em comunhão com o papa e toda a Igreja nesse grande evento. Mais ainda, um itinerário de formação que contribuirá para o seu crescimento humano e espiritual. Falar sobre família é preciso, mas falar sobre família nas perspectivas da doutrina católica e, consequentemente, bíblica é necessário.
O tema do encontro mundial sugere assuntos que precisam mesmo ser trabalhados, uma vez que se foram apagando da memória coletiva, inclusive da comunidade cristã. Afinal, o que nos vem à mente quando falamos em família, amor, vocação... caminho e santidade? Pois é! Convido você a refletir para aderir e contribuir.
No que tange o tema, as possibilidades de abordagem são várias e todas elas, certamente, preciosas. Vamos juntos, então, trabalhar com base na Palavra de Deus, especificamente, no quarto mandamento do decálogo.
Caminhar a partir de onde?
Como fazer um caminho de santidade, como propõe o tema do Encontro, sem pensar num ponto de partida? Caminho supõe movimento, meta, disciplina... mas também SAÍDA. Santa Clara de Assis diz: “Nunca perca de vista seu ponto de partida”. Portanto, caminhar, com clareza sobre o percurso, sobre onde se quer chegar, mas também de onde se parte.
A família, com todos os seus problemas e dilemas; com todas as suas crises e transformações continua a ser aquela instituição querida, formada e sustentada pelo Divino Criador. Ela é insubstituível em seu papel na dinâmica social e da própria existência humana. Deus em sua Providência a quis e a quer! Disso não podemos duvidar: a família é o ponto de partida para qualquer roteiro que se queira para a vida pessoal, social, espiritual etc.
Um Mandamento que surge no caminho
A primeira vez que o mandamento “Honrar pai e mãe” aparece na Bíblia está inserido num contexto de marcha, de caminhada. Entra como mandamento na dura peregrinação do Povo de Israel pelo deserto rumo à terra prometida. Eram constantes o risco e a tentação de “desistir” dos idosos, considerá-los um peso e deixá-los abandonados à própria sorte. Assim surge a intervenção do Divino Legislador: “Honra teu pai e tua mãe”.
Os desdobramentos daquelas palavras escritas na “segunda tábua” estão relacionados ao amor, ao cuidado e ao respeito. Honrar é cuidar, promover, pôr em evidência, destacar. Vemos no Catecismo da Igreja que o mandamento, apesar de aplicar-se primeiramente aos pais e mães, amplia-se às demais autoridades que cumprem missões de tutela para conosco como nossas lideranças civis e eclesiásticas (Catecismo da Igreja Católica, n. 2199).
Se estamos mesmo dispostos a trilhar esse “caminho de santidade”, é necessário contemplar o mundo com seus intricados e diversos aspectos e recuperar a lucidez. Se não, corre-se o risco de pormos tudo a perder. São João Paulo II diz: “não é exagerado insistir que a vida das nações, dos estados, das organizações internacionais ‘passa’ através da família e ‘fundamenta- se’ sobre o quarto mandamento do Decálogo” (Carta às famílias (2/2/1994), n. 15). Ou seja, tudo começa ali, onde as relações interpessoais são “aprendidas” e vivenciadas: no núcleo familiar.
Já São Paulo Apóstolo ensina: “Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, pois é isso que é justo. ‘Honra pai e mãe’ – tal é o primeiro mandamento, com uma promessa ‘para que sejas feliz e gozes de longa vida sobre a terra’” (Ef 6,1-3).
Pe. Elenivaldo Manoel dos Santos
Paróquia São Sebastião em Goiânia
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