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19/04/2021

Cristo é o dom do Pai

Cristo é o dom do Pai - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

Seguindo a dinâmica do Ano Litúrgico, o tempo da Páscoa é particularmente festivo. Transbordamos de alegria, pois a vida venceu a morte. Como exclamam as antigas orações cristãs do oriente e do ocidente: Cristo feriu a morte com um golpe mortal. Assim, não mais morreremos, mas com ele ressuscitaremos para a vida em plenitude. É justamente nesse espírito que, cumprindo nosso propósito formativo, dessa vez nos dedicaremos ao canto Cristo é o dom do Pai, belamente composto pela querida Ir. Miria Kolling, de feliz memória.

 

A DINÂMICA DO ANO LITÚRGICO – A Páscoa é o grande centro da vida cristã. O Senhor ressuscitado é o sol de todo o Ano Litúrgico, isto é, seu principal ponto de orientação. Como os planetas giram em torno do sol e são iluminados por ele, os outros mistérios celebrados recebem sua luz da Páscoa. Embora, por motivo pedagógico, para assemelhar-se ao fluxo natural da vida, o iniciamos pela celebração do nascimento de Cristo. Como expressão da fé cristã, de maneira mais ampla, o Ano Litúrgico é todo pascal. É o evento da Páscoa que tudo transforma, que renova o que era velho e reacende então, de forma definitiva, a chama da esperança que nos orienta rumo à eternidade. Um acontecimento de tamanha magnitude não pode ser festejado numa única celebração. Eis porque o dia da Páscoa se dilata em oito dias consecutivos de celebração (a Oitava Pascal), em um período de sete domingos seguidos (o Tempo Pascal) e, mais que isso, em todo o Ano Litúrgico, especialmente aos domingos, nossa oportunidade semanal de celebrar a Páscoa. Isso significa dizer que a vida do cristão é uma vida pascal, infundida da ação generosa de Jesus que nos envolveu em seu mistério de amor dando-nos vida, e vida em abundância. Celebrar a Páscoa é, assim, celebrar a nossa fé. É celebrar a nossa condição de renascidos em Cristo, com Cristo e por Cristo para uma herança que não terá fim, na comunhão com todos os anjos e santos, com toda a criação.

 

O CANTO NO RITO – Ao escolhermos um canto de Preparação dos Dons, situamo-nos num momento bastante específico da celebração da Eucaristia. Auxiliados por uma imagem, podemos pensar a Missa como a alternância entre pontos altos, entre ápices, e momentos de estabilidade e repouso. Os primeiros constituídos pelo Hino de Louvor (Glória), pela proclamação do Evangelho, pela Profissão de Fé, pela Oração Eucarística e pela bênção e despedida. Os segundos, como forma de mediação ritual, que sempre culmina na realização dos primeiros. A Preparação dos Dons é, portanto, um desses momentos de estabilidade e repouso, em que, enquanto a comunidade se mantém sentada, aquele que preside faz a passagem da Mesa da Palavra para o Altar, modificando o foco da nossa atenção. Infelizmente, nem sempre acompanhamos com a devida atenção a riqueza de simbolismos que reveste esse momento: a acolhida dos dons, o preparo do cálice e da patena com o pão a ser consagrado, a prece de oferecimento, a ablução das mãos. Não raras vezes nossas liturgias são demasiadamente movimentadas, fazendo com que dividamos nossa atenção com a entrega de donativos, apresentações, ou mesmo, com um canto muito carregado de barulho. 

 

Seria bastante conveniente resgatarmos o valor desse importante momento ritual, concentrando-nos no que realmente importa, acalmando nosso coração e deixando ecoar a Palavra proclamada e que ainda nos inquieta; deixando que a passagem de uma mesa à outra nos interpele. Eis por que o canto de Preparação dos Dons pode ser pensado como um Canto Suplementar, isto é, que não tem obrigatoriedade no rito. Caso aconteça, pode ser entoado apenas pelo grupo dos cantores, ou encerrar-se numa peça instrumental. Caso não ocorra, dá lugar à recitação da bênção por parte do celebrante, com consequente aclamação por toda a assembleia: Bendito seja Deus para sempre! 

 

O canto que escolhemos consegue ocupar esse espaço sem degenerá-lo em excesso de movimento e barulheira. Retoma a aclamação de bênção e o significado pascal da liturgia dominical. Enfim, é simples e, por isso, guarda a possibilidade de participação de todos os presentes, sem desviar o foco e fazer com que nos percamos de nós mesmos e do rito.

 

O CANTO EM SI MESMO – Como temos insistido, uma primeira fonte de avaliação sobre a oportunidade de um canto e sua inserção no contexto ritual da Missa é, certamente, o seu texto. Em se tratando da música litúrgica, o texto tem primazia com relação à melodia. Nesse caso, o canto por nós analisado equilibra duas importantes fontes: a palavra de Deus (fonte bíblica) e a verdade da fé reforçada pela tradição teológica (como na referência: lex orandi, lex credendi). O refrão do canto apresenta a ação redentora de Cristo como dom do Pai (Hb 9,9-14). Com isso, faz relação direta entre a iniciativa de Deus, desde o princípio dos tempos, com a criação gratuita do mundo, e a nova criação em Jesus, oferecido como dom por todos nós. O refrão, porém, traz ainda dois outros elementos bastante convenientes tanto para o momento ritual em que o canto está inserido, como para o tempo litúrgico da Páscoa. Imediatamente após a profissão, em caráter jubiloso, da entrega generosa de Cristo por nós, exclama-se o brado pascal, que é repetido: aleluia, aleluia! Como sabemos, o aleluia, que poderia ser traduzido como louvai a Deus, é uma forte expressão da pascalidade do domingo. 


Especialmente no Tempo Pascal, portanto, a repetição de “aleluias” em toda a liturgia faz-se ainda mais importante, para realçar a excepcionalidade do tempo, como extensão do grande acontecimento da Páscoa. Pensando a inclusão do canto no momento da Preparação dos Dons, no entanto, tal louvação pascal está articulada à aclamação própria ao rito de bênção judaico: Bendito seja Deus para sempre. Eis uma nova forma de dizer, louvai a Deus pela Páscoa que realizou por nós e em nós! 

 

Acerca disso, também não podemos desprezar as estrofes do canto, que garantem a sua íntima relação com a fonte bíblica. Cada uma das estrofes está embasada num salmo de louvor. A primeira estrofe repercute o texto presente nos salmos 117 (118) e 136. A segunda estrofe, reforça o sentido do salmo 27, constatando Cristo como nosso salvador. A terceira, atesta a certeza de que a Páscoa é o acontecimento da nossa existência, como exposto no salmo 118: “eu não morrerei, mas viverei”.

 

DICAS PARA A EXECUÇÃO – Cuide para que o ritmo não seja acelerado demasiadamente, evitando exageros e, assim, favorecendo a participação de toda a assembleia no canto. O caráter festivo da Páscoa exige que todos participem, unidos em fraternidade.

 

Explore a riqueza de instrumentos disponíveis em cada comunidade. Onde isso não for possível, estenda o tempo de silêncio entre a repetição do refrão e a nova estrofe, prolongando a duração do canto ao menos até a chegada dos dons ao altar, sem necessidade de repetições cansativas.

 

Equipe do Canto Litúrgico

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