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04/12/2023

Ação de Grças pela 3ª Edição Típica do Missal Romano

Ação de Grças pela 3ª Edição Típica do Missal Romano - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

Celebração no Santuário Nossa Senhora Aparecida – 03.12.2023

1º Domingo do Advento – Início do uso obrigatório da 3ª edição do Missal Romano em português

 

 

Saudações: aos romeiros e romeiras; aos concelebrantes; a Dom Orlando Brandes; a todos os que acompanham a celebração pelos meios de comunicação, TVs, redes sociais...

 

Estou aqui em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB. Vim presidir esta eucaristia do 1º domingo do advento, data em que toda a Igreja no Brasil começa a utilizar obrigatoriamente a nova edição do Missal Romano, tradução para o Brasil. Nossas comunidades, país afora, acompanharam o trabalho delicado e exigente de bispos e peritos nas línguas latina e portuguesa. Eles, por muitos anos se debruçaram sobre os textos, afinaram seus ouvidos para a melhor comunicação dos textos litúrgicos, e finalmente nos entregaram a tradução final. Com a ajuda de número incontável de muitos outros colaboradores, especialmente das Edições CNBB, foram entregues mais de 60 mil exemplares do missal, distribuídos até para as mais longínquas comunidades. Agradecidos, hoje podemos dizer que o Missal chegou do Oiapoque ao Chuí e, neste primeiro domingo do advento todos nós católicos podemos celebrar com a nova tradução das orações litúrgicas da Igreja.

 

Talvez você se pergunte: mas por que uma nova tradução, ou um novo missal como alguns costumam dizer? Não é difícil compreender isso. Basta recordar-se de que a língua de um povo, como expressão cultural, é viva. Também a Tradição é viva. Isto é, à medida que comunicamos a mesma fé, encontramos novas formas ou melhores expressões para comunicá-la. Assim como uma pessoa aperfeiçoa, amadurece seu vocabulário e modo de se comunicar, a Igreja também aperfeiçoa seu modo de rezar. Que maravilha!

Foi São João Paulo II que no ano 2000 nos entregou a última versão do missal em latim, ou 3ª edição típica. Coube, depois, a cada Conferência Episcopal providenciar a tradução para a sua respectiva língua. Desde já registro a gratidão de todos nós àqueles que colaboraram no Brasil por cerca de 20 anos para que hoje, neste 3 de dezembro, pudéssemos utilizar a tradução da 3º edição típica do missal em cada uma das comunidades, capelas, paróquias, santuários. Sabemos que alguns dos colaboradores de primeira hora já se encontram em Deus. Por eles também rezamos nesta eucaristia.

 

Iniciamos, hoje o advento. Nossos olhos e nossos corações se voltam para o mistério de Deus que veio, vem e virá ao nosso encontro. Partilho com vocês uma breve experiência vivida quando eu era um jovem padre, em Juiz de Fora, minha arquidiocese de origem.

 

Iniciando o tempo do advento, eu pregava sobre a vinda de Jesus, o Filho de Deus, no Natal. Eis que uma menina bem pequena, atenta e sentada nos degraus do altar, se virou para mim e disse em voz alta, de modo bem mineiro: “Uai, ele já não veio?” Aquela observação estava correta.
 

Nas orações de hoje, seguindo o missal, faremos memória daquela primeira vinda. No prefácio rezaremos: “Revestido de nossa fragilidade ele veio a primeira vez, para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação”. Na bênção final, vamos orar assim: “O Deus onipotente e misericordioso vos santifique com o esplendor do advento de seu Filho, em cuja vinda credes...” Sim, cremos que o Verbo de Deus se fez carne e nasceu da Virgem Maria, mistério celebrado na solenidade do natal do Senhor.

 

Assim, concordando com a pequena menina, agradecemos a primeira vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois afinal Ele já veio. Mas, ao mesmo tempo aguardamos a sua segunda vinda. Fazemos memória do nascimento de Jesus e esperamos sua vinda gloriosa. Também rezamos no prefácio de hoje, como consta no missal: “Revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez, para conceder-nos em plenitude os dons prometidos que hoje vigilantes esperamos”. E na bênção final: “sejais recompensados com o prêmio da vida eterna, quando ele vier de novo na majestade de sua glória”.

 

Portanto vivemos entre a primeira vinda e a segunda vinda. Na história estamos entre o nascimento de Jesus, o Natal, e sua vinda futura, cujo dia e hora o próprio Jesus afirmou: ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas só o Pai. (cf. Mateus 24,36).

 

Mas enquanto aguardamos esse dia da vinda gloriosa, Jesus não deixa de vir ao nosso encontro. E como é isso? Recorremos a outra oração do prefácio para responder. Diz assim a oração litúrgica da Igreja, que está registrada no missal: “Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização do seu Reino”.

 

Irmãos e irmãs, contemplem a beleza do advento como apelo a acolher o Senhor que vem ao nosso encontro em cada pessoa humana. Medite bastante essa afirmação. Como vamos acolher na fé o Senhor que vem ao nosso encontro presente nos irmãos e irmãs? Como vamos testemunhá-lo na caridade? Não é sobre isso que nos falava o Senhor no evangelho de São Mateus proclamado no último domingo? “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.

Então, nenhum de nós pode escapar de se encontrar com o Senhor em cada pessoa humana. Se negarmos isso, como podemos celebrar o Natal ou primeira vinda? Ou mais, como poderemos esperar sua vinda gloriosa?

 

Por tudo isso, o Senhor nos exorta no evangelho de hoje à atitude da vigilância. São expressões fortes de Jesus: Cuidado. Ficai atentos. Que ele não vos encontre dormindo. Vigiai! Essa vigilância não é outra coisa senão ter os olhos abertos para reconhecer a presença do Senhor que se faz próximo de nós em cada irmão, em cada irmã.

 

Fiquem atentos! Vigiem! Para que os irmãos não padeçam de fome e de sede, não passem frio, nem sejam esquecidos à beira do caminho.

 

Fiquem atentos! Vigiem! Para que ninguém fique desabrigado, sem teto. Nem desempregado, sem condições de manter sua família.

 

Fiquem atentos! Vigiem! Para não ceder à tentação de explorar os irmãos, ou de aceitar a corrupção ou mesmo de ser violento.

 

Fiquem atentos! Vigiem! Para não descuidar da vida, dos dons recebidos, para não destruir a casa comum.

 

Fiquem atentos! Vigiem! Para que não corra que o Cristo venha ao seu encontro e você não o reconheça.

 

Lembre-se do que rezamos: Em cada pessoa ele vem ao nosso encontro.

 

Irmão e irmã, iniciando o advento estabeleça para você um propósito, e quem sabe cada família ou cada comunidade faça também um propósito em comum: ficar vigilante e tratar cada pessoa como expressão do Senhor que vem ao nosso encontro.

 

Um dos prefácios do Natal reza: “E reconhecendo a Jesus como Deus visível a nossos olhos, aprendemos a amar nele a divindade que não vemos”. Que o Senhor nos dê a graça de chegar ao Natal reconhecendo em cada pessoa humana aquele que nossos olhos não veem, mas porque fiel às suas palavras, ele, nosso Senhor, se faz presente em cada irmão, em cada irmã.

 

A Senhora de Aparecida, a mulher do advento, nos mova para ir ao encontro do seu Filho, para acolhê-lo e apresentá-lo ao mundo. Nos mova, ainda, para reconhecê-lo em nossos irmãos e irmãs. Amém.

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

 

 

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