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06/08/2018
Um chamado à Santidade
Vocação

Falar de vocação é fazer memória do amor generoso de Deus, que sempre tem a primeira iniciativa. É por benevolência Dele que recebemos nosso primeiro grande chamado: a vida, dom paternal de Deus, que em seu amor gratuito chamou e chama todos à existência. Respondemos a essa vocação primordial acolhendo nossa vida como um dom e, ao mesmo tempo, nos colocando sempre como parceiros e defensores da vida.
Mas Deus, que nos cria e oferece a vida como um grande dom, também nos chama à comunhão com Ele. Essa comunhão se torna perfeita em Cristo. E podemos afirmar que é essa a nossa segunda vocação e a que dá sentido e resposta ao motivo de existirmos. Existimos para conhecer e amar a Deus, e o fazemos por meio do Filho, Jesus Cristo. Deus e Pai “nos predestinou à adoção como filhos, por obra de Jesus Cristo” (Ef 1,5).
Nosso chamado à vida recebe, então, um sentido verdadeiro nessa segunda vocação em Cristo e na Igreja: a vocação cristã. Pelo batismo somos filhos no Filho. Com Jesus e em Jesus, podemos chamar Deus de Abba, Pai! (cf. Rm 8,15), Pai Nosso! Esse sacramento nos faz membros de Cristo, morada da Santíssima Trindade e templos do Espírito Santo. Com o batismo, chamados em Cristo à comunhão perfeita com Deus, todos nós recebemos um chamado universal à santidade, nossa meta e destino: “Sede perfeitos assim como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). O sacramento incorpora a pessoa na comunidade cristã, tornando-a participante da vida divina e impulsionando-a para a vivência da vocação cristã, do chamado universal à santidade” (cf. LG 9.39-42; GS 32).
Para realizar esse caminho de perfeição ou vivenciar nossa vocação batismal, cada um recebe, em particular, um chamado específico. Dele, surgem as especiais consagrações ao matrimônio, ao sacerdócio, à vida religiosa. Todas elas visam ser um caminho de santidade. Nossa resposta à graça batismal nos insere numa dinâmica permanente de resposta/missão.
Pela tríplice relação: vida, batismo, missão consigo compreender meu chamado, minha vocação. Reconheço que elas não estão isoladas, mas se complementam e se plenificam.
Também compreendo que tudo que sou como pessoa, como sacerdote já me foi dado na criação, no momento em que Deus me formava. Acredito que toda vocação é dada na criação.
Porém, do lado humano, nós vamos compreendendo tudo gradativamente, acolhendo a vida, vivendo a graça batismal, escutando a voz de Deus e respondendo à vocação a que ele nos chamou. O caminho que escolhemos como resposta a esse chamado dirige-se para a única meta, nossa santificação.
Pe. João Batista de Lima
Administrador paroquial da Paróquia Santa Cruz em Aparecida de Goiânia
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