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27/04/2020

O dizimista em tempos de pandemia

Vemos ainda que o uso das redes sociais não integra totalmente a vida pastoral, como a recepção dos sacramentos, a catequese e também o dízimo.

O dizimista em tempos de pandemia - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

É um fato indiscutível que, em tempos de pandemia, nossa rotina sofreu bastante impacto em diversas áreas, sendo uma delas a rotina dos fiéis na Igreja. O uso das redes sociais pelos padres e fiéis leigos vem sendo um bom aliado para evangelização, contudo, está longe de ser o suficiente, por diversos motivos: elas não alcançam todos os interessados em acompanhar as programações de suas paróquias, não abrangem grande parte das situações da ação evangelizadora e missionária da Igreja, não permitem a convivência entre fiéis. Vemos ainda que o uso das redes sociais não integra totalmente a vida pastoral, como a recepção dos sacramentos, a catequese e também o dízimo.

 

Nesse último exemplo, a interação virtual entre a paróquia e o fiel dizimista está cheia de “ruídos”, como as dificuldades enfrentadas por alguns para a realização de transferências bancárias por aplicativos. Em outros casos, fiéis que não estão no grupo de risco têm preferido agendar com a secretaria paroquial o melhor horário para fazer sua devolução e até mesmo de um irmão próximo. Há também aqueles que preferem separar o dízimo do mês, esperando para devolver quando a paróquia retornar sua programação de costume.

 

O orçamento familiar é outro fato latente que está gerando grande impacto e sofrimento no lar. Por isso, é importante revermos, com honestidade, os princípios que regem nossa devolução do dízimo, pois a postura do dizimista pode mudar diante das diversidades tanto orçamentárias quanto as da lida com os meios eletrônicos. Conforme o Documento 106 da CNBB, esses princípios são expressos por meio de quatro dimensões: religiosa, missionária, caritativa e eclesial.

 

A dimensão religiosa nasce da espiritualidade das primícias (cf. Gn 4,1-5); da certeza de que Deus é o dono de todos os bens; sinalizando ao coração do homem um senso de gratidão e reconhecimento temporal de que primeiro amamos a Deus sobre todas as coisas. Por isso, o primeiro ato é o de devolver os primeiros frutos do trabalho e não de fazermos como Caim que, mesmo sendo uma bela oferta, devolveu no tempo dele o que lhe sobrara. Dar, antes de mais nada, a primeira parte é sinal de dar tudo de si (cf. Gn 22; Jo 3,16; Lc 23,46), em prol da missão evangelizadora da Igreja.

 

A dimensão missionária tem por objetivo instaurar o Reino de Deus. Para isso, esse princípio abrange toda a ação evangelizadora da Igreja, desde o primeiro anúncio do Evangelho até o desenvolvimento dessa Boa-Nova na vida de cada fiel, como os diversos investimentos em iniciativas para o anúncio da Palavra, recursos de comunicação social, catequese, retiros, formações diversas, eventos para crianças, jovens, casais e idosos tanto dentro ou fora das instalações da Igreja.

 

A dimensão da caridade é o fruto da dimensão missionária, sendo ela o testemunho concreto daquilo que recebemos da Igreja, ou seja, Deus mesmo em nosso íntimo que nos apresenta aqueles irmãos a serem assistidos em suas necessidades básicas e caridoso consolo. Deus está junto de nós e age conosco diante das obras de caridade que fazemos direta ou indiretamente aos nossos irmãos e Ele está em nossa consciência para nos ajudar a avaliar nossos atos (cf. Ap 22,12).

 

A dimensão eclesial dá-nos o senso de pertença eclesial, isto é, compreendemos que formamos uma só família e cuidamos de nós e do nosso lar (Paróquia e Diocese). Por isso, comprometemo-nos na manutenção do Templo, dos espaços litúrgicos, dos livros e vasos sagrados, dos salários dos funcionários, côngruas dos padres, da devolução do dízimo paroquial para Cúria, das despesas em geral.

 

A Igreja não obriga ninguém a devolver integralmente a décima parte (cf. 2Cor 9,7). Porém, esse ato demonstra um caminho de maturidade de fé e de um senso eclesial claro de pertença, a ponto de proclamar: é nesta Igreja que crescemos, pertencemos a ela e queremos colaborar, de forma concreta, com sua ação evangelizadora, com a edificação do Reino de Deus, que nos concedeu a redenção e a vida eterna por seu Filho Amado.

 

 

Pe. Arpuim Aguiar de Araújo
Administrador paroquial da Paróquia Santa Luzia / Novo Horizonte - Goiânia

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