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16/11/2020

Série Oração do Cristão

Salve Rainha: a oração de quem confia sua vida à proteção da Virgem Maria

Série Oração do Cristão - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

A história que envolve a criação da oração da Salve Rainha faz parte de um sublime mistério, que, no decorrer dos séculos, foi sendo desvelado, apresentando pessoas e situações que participaram da criação dessa vigorosa oração.

 

A história mais provável é que um monge beneditino teria composto a oração por volta do ano de 1050, trata-se do alemão Herman Contrat. Sua história de vida tem uma relação muito íntima com o catolicismo e, por sua vez, com a Virgem Maria. Ao nascer, foram constadas inúmeras doenças que poderiam afetar sua vida social e intelectual, como a fenda labial, uma espécie de abertura no céu da boca e nos lábios, que causa dificuldades na dicção, a atrofia muscular espinhal, que dificulta a locomoção, além do raquitismo, isto é, uma enfermidade que provoca o amolecimento e enfraquecimento dos ossos.

 

Reconhecendo o risco de morte que corria a criança, sua mãe, Miltreed, consagrou Herman à Virgem Maria, deixando-o, ainda muito novo, aos cuidados dos monges. No mosteiro, perante as complicações da saúde, ele se permitiu ser moldado na graça de Deus e a Ele dedicou toda sua vida, realizando escritos espirituais, poesias e composições de hinos.

 

Nesse contexto de fragilidade física causada pelas doenças, Herman teria ficado cego, aumentando assim sua angústia, mas, acima de tudo, sua fé. O monge, diante das crises de sua saúde, teria composto a Salve Rainha como uma forma de “reconhecimento” da presença maternal da Virgem em sua vida, como também, de “súplica”, pois à Santa Mãe de Deus ele apresentava suas dores físicas e espirituais.

 

A Salve Rainha possui uma escrita harmônica, poética e musical que ressalta a prece de alguém que está em um momento de abundante sofrimento, mas também de esperança e confiança na proteção da Virgem Santa.

 

O autor inicia o cântico oracional saudando a Virgem Santíssima com o Salve e a reverencia como Rainha e Mãe de Misericórdia, isto é, aquela que não permanece indiferente ao ver a dor dos seus filhos, pois o amor dela se torna vida, doçura e esperança nossa e de todos que confiam em sua poderosa intercessão. De forma humilde, o monge admite que luta contra o pecado e as mazelas do dia a dia, por isso, exclama com grande grito: “a Vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.

 

Na labuta da vida, precisamos recorrer a quem tem autoridade para nos defender e em Maria, eia, pois, advogada nossa, o amparo nos vem por esses Vossos olhos misericordiosos, que a nós volvei e que nos protege das ciladas do inimigo. Certo de que a esperança é uma virtude teologal no qual faz o cristão passar confiante pelos desafios naturais do mundo, Herman sabe que durante sua caminhada terrestre, ele pode pedir à Mãe Santíssima o descanso na morada celeste: e depois desse desterro, Mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso Ventre.

 

Se Herman escreveu toda a oração, ainda fica em aberto esse mistério, contudo, existe a possibilidade de São Bernardo de Claraval (séc. XII), um grande devoto da Virgem Maria, ter coroado o final da oração com a tríplice exclamação: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria!”, que veio após a expressão “Mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre”.

 

A oração da Salve Rainha se tornou um marco da devoção popular e dos adornos litúrgicos da Santa Igreja. Exprimindo sempre Jesus Cristo, ela foi incluída no Santo Rosário, nas orações cotidianas chegando até na Liturgia das Horas como último canto da noite, rezado nas completas. Essa oração musical é iluminada e revestida de devoção tanto aos mais simples na compreensão quantoaos mais cultos na intelectualidade.

 

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

 

Pe. Vilmar Barreto

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