Você está em:
24/01/2020
Catequese Bom Pastor e a Evangelização Infantil
“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas” (Lc 18,16)

O ano era 1954 quando, em uma casa na cidade antiga de Roma, uma mulher chamada Sofia Cavalletti iniciou uma grande aventura catequética. Sem ter um projeto ou programa desenvolvido, sem saber para onde exatamente queria ir e sem nenhum instrumento –exceto a Bíblia –, a italiana havia reunido três crianças em sua sala para lhes ensinar a Palavra de Deus.
Elas ficaram tão fascinadas com as lições daquela catequista inexperiente que, quando a mãe delas foi buscá-las, os olhos de um deles se encheram de lágrimas; não queria ir embora, porque não havia nada mais importante na vida do que o que estava aprendendo.
Dessa maneira simples, nasceu a Catequese Bom Pastor, considerada no mundo catequético da Igreja como uma inspiração do século XX, que apresenta uma grande contribuição para a catequese na Igreja do terceiro milênio. Um verdadeiro presente para a Igreja com átrios espalhados nos cinco continentes, totalizando mais de 55 países no mundo. No Brasil está inserida em 12 cidades, são mais de 40 átrios.
A Catequese Bom Pastor pretende levar a criança a experiências de contemplação e comunhão com o Senhor. A formadora Helena Pereira, fazendo referência à Sofia, explicou que “com menos de seis anos, a criança tem um potencial religioso que não deve ser desperdiçado, isto é, tem uma verdadeira fome e anseio por Deus, e é capaz de responder ao seu amor com verdadeira paixão”.
Sofia Cavalletti costumava dizer que “entre Deus e a criança existe uma união real e misteriosa”. Na criança, a imagem de Deus é muito clara, então Deus e a criança são duas riquezas de amor que mutuamente se atraem.
Essa catequese tem como fontes a Bíblia e a Liturgia e se baseia nos princípios de Maria Montessori, privilegiando, assim, os valores espirituais da infância que, por sua vez, ajudam a formação moral da criança à luz da Palavra de Deus.
O átrio, local onde acontecem as atividades, constitui um ambiente preparado, um lugar onde a criança começa a conhecer as grandes realidades de sua vida cristã, porém, acima de tudo, começa a vivê-las em meditação e oração. Não é somente um local de instrução religiosa, mas também de trabalho que se torna um colóquio da criança com Deus.
Arquidiocese de Goiânia
Aconteceu, na Cidade da Comunhão (CPDF), de 13 a 19 de janeiro, o curso intensivo de primeiro nível, com conteúdo doutrinal e pedagógico da Catequese Bom Pastor. Participaram 106 catequistas de diversos lugares do Brasil, 60 eram de nossa Arquidiocese. O curso foi ministrado pela equipe nacional de formadores, tendo Carmem Tieppo como coordenadora e pioneira do método no Brasil.
No projeto arquidiocesano de iniciação cristã, a Catequese Bom Pastor é responsável pela evangelização das crianças entre 3 e 12 anos. Existem hoje oito átrios na Arquidiocese, sendo três na Paróquia Jesus Bom Pastor, Jardim Guanabara; três na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Bairro Ilda, em Aparecida de Goiânia; um na Paróquia São Sebastião, Jardim América, e um na Paróquia Santa Luzia, no Novo Horizonte.
Padre André Victor, coordenador da Catequese e Iniciação Cristã da Arquidiocese de Goiânia, está à frente da comissão que conta com catequistas de diversas paróquias: Tânia Maria Braz Braga, padre Diêmersom Bento de Araújo, Aline Fernanda Lopes Freitas Targino, Gustavo Siqueira Aleixo, Marize Carvalho Coutinho do Patrocínio Freitas, Márcia Monteiro Mendonça de Almeida Castro e Stela Bandeira Helrigel Cruvinel.
“Os catequistas que participaram do curso estão aptos a abrir átrios e ministrar o primeiro nível da Catequese Bom Pastor, sempre com orientação da comissão e da equipe de formadores”, explicou Tânia Braga.
“Antes de fazer o curso da Catequese Bom Pastor, eu era uma catequista insegura, não sabia como trabalhar os temas com as crianças de forma que elas pudessem absorver o conteúdo e também ter uma experiência pessoal com Jesus. Depois que fiz o curso, tudo ficou muito claro e simples, graças à organização por temas e tempos, conforme os documentos da Igreja. Essa catequese tem os materiais adequados para cada idade e o método Montessori, muito eficaz. O papel do catequista é apenas conduzir, porque nada é do catequista. Como diz a Sofia Cavalletti, o catequista anuncia uma Palavra que não é sua, mas de Deus. Estimula um potencial que pertence à criança e o fruto também não é do catequista, mas do Espírito Santo. Por isso, os frutos são abundantes e bons.A minha experiência, no pouco tempo que estou na Catequese Bom Pastor, é presenciar a alegria da criança de saber que é amada pelo Bom Pastor e que Ele a conhece e a chama pelo nome e isso reflete também na família da criança. É maravilhoso! É um presente de Deus!” Tânia Braga, Coordenadora da Catequese Bom Pastor em Goiânia há dois anos e oito meses
Fernanda Freitas