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16/12/2019

Redentoristas em Goiás

Ação de graças pelos 125 anos da chegada dos redentoristas em Goiás e 25 anos da Província redentorista em Goiás

Redentoristas em Goiás - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

Já faz 125 anos desde que os primeiros missionários redentoristas chegaram ao estado de Goiás. Vindos da Alemanha, chegaram primeiro ao Rio de Janeiro (RJ). Após 16 dias de viagem, aportaram no dia 21 de outubro de 1894. Em Goiás, eles chegaram no dia 12 de dezembro do mesmo ano, após 26 dias de viagem a cavalo e 480 km percorridos.  O primeiro objetivo aqui era cristianizar a Romaria do Barro Preto, hoje Trindade. Por isso, todo o esforço feito por Dom Eduardo Duarte da Silva, então bispo de Goiás, foi recompensado. Foi ele quem viajou até a Alemanha para solicitar o auxílio de uma congregação religiosa para tal evangelização no sertão goiano.

 

O conteúdo desta máteria também é capa da edição 291 do Jornal Encontro Semanal e traz  a homilia do nosso arcebispo, Dom Washington Cruz, proferida no dia 12 de dezembro, no Santuário-Basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Ele resgata aspectos importantes da história dos redentoristas em Goiás e comenta fatos marcantes acontecidos na Arquidiocese de Goiânia, como o reconhecimento no ano 2000 da Matriz de Campinas em Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e, mais recentemente, em 2016, o título de Sacrossanta Basílica Menor, como sinal de gratidão e de reconhecimento pelo importante bem espiritual que aqui acontece.

 

O arcebispo também fala sobre o Ano devocional ao Pe. Pelágio Sauter, que aconteceu na Arquidiocese, de 23 de novembro de 2018 a 23 de novembro de 2019, e lembra que a evangelização começou em Goiás de modo muito simples, por meio do testemunho e das virtudes, já que a língua era um dos primeiros desafios dos missionários alemães em solo brasileiro.

 

Destaque também, neste conteúdo histórico apresentado por Dom Washington, para os 25 anos da criação da Província de Goiás, cuja instalação aconteceu em 11 de dezembro de 1994. Assim, o arcebispo agradece aos redentoristas pelo incansável trabalho de evangelização nesta porção do povo de Deus. “Hoje, depois de 125 de presença dos redentoristas no Brasil, alegramo-nos em ver plenamente consolidada a Província Redentorista de Goiás e o seu trabalho missionário junto aos romeiros do Pai Eterno, aos devotos da Mãe do Perpétuo Socorro na Basílica de Campinas, a presença junto às paróquias de Goiás, do Mato Grosso, do Tocantins e do Distrito Federal, a colaboração dos redentoristas com a Missão do Suriname e de Lisboa, o anúncio pelas ondas do rádio, pela televisão, pela internet, nos livros e jornais; e a pregação dos retiros e a orientação pessoal aos fiéis.”

Leia, a seguir, o conteúdo completo da homilia de Dom Washington Cruz

 

Queridos irmãos e irmãs

Hoje, 12 de dezembro, celebramos solenemente a festa litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira da América Latina. A partir de sólida tradição, a Igreja guarda com diligência e amor o registro histórico das quatro aparições ocorridas na cidade do México, no ano de 1531. A primeira aparição ocorreu no dia 9 de dezembro e, por isso, esse dia dedicamos à memória de Juan Diego, o vidente de Nossa Senhora de Guadalupe, canonizado em 2002 pelo papa São João Paulo II, tornando-se o primeiro santo católico indígena da América. A quarta aparição de Nossa Senhora de Guadalupe ocorreu no dia 12 de dezembro, quando também a sua imagem apareceu estampada no manto do índio Juan Diego.

 

Feliz Aquela que acreditou
Em razão desta data festiva dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe, nas leituras bíblicas desta celebração, ouvimos e meditamos sobre o lugar e a presença de Maria na história da salvação. O Evangelho nos foi narrado por São Lucas. Historicamente, Lucas não conheceu Jesus e foi evangelizado por Paulo, que também não conheceu pessoalmente Jesus. Embora não sendo testemunhas oculares dos fatos, são deles os textos bíblicos mais longos do Novo Testamento, escritos depois de muita pesquisa e após consultar os testemunhos antigos. Por isso, Lucas ficou encantado com a fascinante conclusão de Isabel diante de Maria: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”.

 

O Encontro de duas primas
O encontro das duas primas, Maria e Isabel – contado por Maria ao evangelista Lucas –, revela duas disposições muito importantes: o serviço e a alegria. Maria também estava grávida e também precisava ser cuidada. Mas não se fechou em sua condição e em suas necessidades. Enfrentou todas as montanhas, aquelas montanhas de terra e pedra e aquelas montanhas de dificuldades pelas quais estava passando. E fez isso não com morosidade, mas “apressadamente”, decidida a partir e a ajudar uma prima que precisava ainda mais do que ela.

 

A Alegria do Evangelho, A Chegada da Boa Notícia
A outra disposição muito marcante entre as duas primas, entre Maria e Isabel, é de profunda alegria. A isso o papa Francisco chama de Alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium). Trata-se da Boa Notícia, que não pode ser afogada pelas lágrimas e pelas dificuldades. No encontro daquelas duas primas, certamente havia dores, riscos, incertezas e muito trabalho doméstico acumulado. No entanto, João Batista, filho de Isabel, considerado o maior de todos os profetas, foi o primeiro a se alegrar com a Boa Notícia da visita de Maria e de Jesus. São Lucas narra com insistência, por duas vezes, nesta passagem do Evangelho que João Batista, ainda em gestação, no encontro daquelas duas primas grávidas, “pulou de alegria” no ventre de Isabel. E Maria também era só alegria e gratidão: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.

 

Deus enviou o Seu Filho
São Paulo experimentou como conversão esse grande acontecimento da chegada do Senhor e, então, assumiu a decisão pelo “bom combate”. Saiu mundo afora, como “apóstolo das nações”, para contar aos gálatas e a nós que “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher”. O Santíssimo Redentor veio “para resgatar” e para “todos recebermos a dignidade de filhos”. E nos ensina São Paulo que, por causa do Filho de Deus, nascido de Maria, também nós recebemos a “dignidade de filhos” e, assim como Jesus, o Espírito Santo também nos leva a clamar a Deus como Abá, como Pai nosso! “Tudo isso por graça de Deus”.

 

Ela está sempre junto...
Maria trouxe Jesus em seu ventre, para visitar Isabel, Zacarias e João Batista ainda em gestação. Maria trouxe Jesus ao presépio mais lindo e o mais real de toda a história da humanidade. Maria guardou todas as coisas sobre Jesus em seu coração. Maria acompanhou Jesus, de Nazaré a Jerusalém, da manjedoura à cruz. Maria ficou no centro da comunidade de Jesus, aguardando, em oração, o pentecostes da Igreja. Maria continuou, ao longo dos séculos, sendo a fiel discípula missionária, que continuou visitando a terra em aparições para trazer o conforto, a admoestação e a fé em seu filho Jesus. Maria veio também, num dia como hoje, dia 12 de dezembro, no México, em Guadalupe. E veio com o rosto de índia, e falou na língua indígena náuatle, porque sabe que o Deus que habitou em seu útero quis se encarnar também no ventre de todas as culturas, de todos os povos e de todos os nossos corações.

 

O santíssimo redentor veio para o resgate de todos!
A Virgem de Guadalupe apareceu ao índio Juan Diego em 1531, quando os povos do velho mundo ainda não tinham certeza se os indígenas da América eram humanos e se tinham alma. Foi somente seis anos depois da aparição da Virgem de Guadalupe, no ano de 1537, que o papa Paulo III declarou, na bula Sublimis Deus, que os índios são humanos e, por isso, não podiam ser escravizados. Nossa Senhora de Guadalupe nos ensina que, se Jesus veio habitar no coração humano, é porque todos os corações podem ser um presépio que pulsa a vida divina. Então, nossos corações podem ser revestidos por um corpo de cor negra, morena, indígena ou branca; nossos corações podem viver grandes sofrimentos e estarem jogados nas periferias injustas deste mundo; e haverá até corações que são arrancados com crueldade dos ventres maternos. A mensagem mariana, porém, nos diz que é para o resgate de todos os corações que nos veio o Santíssimo Redentor.

 

Maria, a companheira de uma viagem transcontinental
No ano de 1894, dez padres redentoristas alemães, junto de Dom Eduardo Duarte, estavam a bordo de um navio, atravessando o oceano, com a meta de chegar a Goiás. O navio estava abarrotado de gente e a viagem de muitas semanas se tornava sufocante e cansativa. Alguns dos padres passavam mal, com desarranjos e muito desconforto. Falavam apenas o alemão, sua língua materna. Seu tradutor era Dom Eduardo, que os consultava em latim e depois traduzia à tripulação sobre as necessidades daqueles redentoristas. Numa viagem de tantas incertezas, em direção a uma terra desconhecida, havia um conforto para as suas almas. Caminhando pelo tombadilho do navio, da popa ao mastro, dedilhavam as contas do rosário, pendurado na cintura de suas batinas. E balbuciavam aquela mesma declaração de Isabel a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”.

 

A Virgem Maria continua na companhia dos Redentoristas
Maria não acompanhou os redentoristas apenas numa travessia pelo Oceano Atlântico. Os redentoristas forjaram o seu carisma na escola espiritual de Maria. Por isso, daqueles dez redentoristas pioneiros, na estrada do Rio de Janeiro a Goiás, cinco deles permaneceram em São Paulo, para conduzir o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Outros cinco embrenharam-se para o sertão de Goiás, quando ainda não existia Goiânia. A devoção mariana os levou a assumirem, em todo o Brasil, a propagação de Nossa Senhora, também sob o título de Perpétuo Socorro. Também esse Santuário onde celebramos é a ela dedicado. No ano 2000, às portas do século XXI, esse templo foi reconhecido como Santuário, porque aqui acorrem, vindos de diferentes lugares, os filhos da Mãe do Perpétuo Socorro. Há três anos, mais precisamente no dia 22 de maio de 2016, essa igreja recebeu o título de Sacrossanta Basílica Menor de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, como sinal de gratidão e de reconhecimento pelo importante bem espiritual que aqui acontece.

 

A chegada em Goiás e o começo da Missão
Os primeiros redentoristas que vieram ao Brasil fizeram uma viagem de quase dois meses para chegar até Goiás. Do Rio de Janeiro até São Paulo fizeram o percurso de trem. Depois, de São Paulo até Goiás vieram em lombo de animal. Aqui chegaram, diante da Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, exatamente às 13 horas do dia 12 de dezembro de 1894, há exatos 125 anos. Cheios de gratidão a Deus e à Virgem Maria, entoaram o Te Deum. Terminou a viagem. Era o começo da missão redentorista no Brasil Central.

 

Chegada dos Redentoristas a Campininhas, Goiás, no dia 12 de dezembro De 1894
“Estávamos nas proximidades do Inácio Pereira, um bom quarto de hora antes de Campininhas, prestes já para atravessar o ribeirão, quando começou a gotejar. A chuva foi-se avolumando até se degenerar numa verdadeira tromba d’água. Poucos minutos apenas e os caminhos transformaram-se em autênticos ribeirões. O vento furioso atirava-nos a chuva contra o rosto, enquanto que os animais mal podiam adiantar-se. Foi molhados até os ossos que entramos na vila. Tocamos os cavalos diretamente para a igreja. Aí nos esperava um senhor pequeno, de insignificante aparência e trajado com suma pobreza. Era o piedoso vigário Pe. Inácio. Repletos de gratidão para com Deus e Nossa Senhora cantamos o ‘Te Deum’. Novamente montados demandamos nosso ‘convento’, ao tempo que algumas pessoas corriam das casas para inspecionar os novos hóspedes” (Pe. Lourenço Gahar, Crônica da Fundação, pág. 32).

 

Aqueles primeiros redentoristas, que chegaram aqui há 125 anos, eram missionários, e tinham “até” o que falar. Eram homens inteligentes e preparados; tinham conhecimentos sobre arquitetura, engenharia, música, filosofia, teologia, e cultura geral. Mas como falar uma língua tão diferente daquela de seu país de origem? Evangelizaram pelo seu testemunho e pelas virtudes, com um vocabulário limitado e com poucas palavras. Entretanto, o povo goiano os compreendeu muito bem e, com a Igreja, reconheceu em Padre Pelágio um venerável de virtudes heroicas.

 

Ano devocional ao Pe. Pelágio
Encerramos, agora, o ano devocional de Pe. Pelágio. Durante um ano ininterrupto, com amor e gratidão, nossa Igreja arquidiocesana rezou para que Deus nos envie um sinal expresso de milagre, pela intercessão de Pe. Pelágio.

 

Jubileu de Prata da Província de Goiás
Sustentada pelo sólido alicerce da santidade, a Província Redentorista de Goiás também comemora os 25 anos de sua criação. Sua instalação canônica ocorreu no dia 11 de dezembro de 1994. Hoje, depois de 125 de presença dos redentoristas no Brasil, alegramo-nos em ver plenamente consolidada a Província Redentorista de Goiás e o seu trabalho missionário junto aos romeiros do Pai Eterno, aos devotos da Mãe do Perpétuo Socorro na Basílica de Campinas, a presença junto às paróquias de Goiás, do Mato Grosso, do Tocantins e do Distrito Federal, a colaboração dos redentoristas com a Missão do Suriname e de Lisboa, o anúncio pelas ondas do rádio, pela televisão, pela internet, nos livros e jornais; e a pregação dos retiros e a orientação pessoal aos fiéis.

 

Gratidão
Queridos redentoristas, obrigado pela bela caminhada e pelo gigantesco testemunho de vossa presença na história da Igreja em Goiás. Obrigado ao povo que colaborou com a vossa missão e vos ajudou a se santificarem e a plantarem, no Brasil, o carisma que Deus doou a Santo Afonso Maria de Ligório.

Lembro, ainda, com muito carinho e saudade, e recomendo a Deus, o Pe. Ângelo Licatti, o Pe. Bariani e todos os demais padres e irmãos redentoristas falecidos da Província de Goiás.

 

Não estou eu aqui, que sou a tua mãe?
Diante das aflições, das angústias, das incertezas, das doenças, das crises e dos sofrimentos, desejo, por fim, recordar a todos os redentoristas, dos mais jovens aos mais idosos, as palavras de conforto que, no dia 12 de dezembro de 1531, a Virgem de Guadalupe disse ao índio Juan Diego:

 

“Não estou eu aqui, que sou a tua Mãe? Acaso não estás sob a minha proteção e amparo? Não sou eu a tua saúde? Não estás porventura no meu regaço e entre os meus braços? De que mais precisas?”.

 

Se a Mãe está conosco, então, vamos em frente! Amém!

 

Guardiões do carisma redentorista
A Província Redentorista de Goiás tem novo superior provincial desde janeiro deste ano. Pe. André Ricardo de Melo foi eleito e agora é quem anima toda a Província e os confrades que compõem a unidade redentorista de Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins. Os redentoristas que estão dentro deste território fazem parte desta província e o Provincial é o animador, tem a missão de animar todos os congregados, os redentoristas no exercício da sua missão, como explicou o padre.

 

Numa entrevista divulgada no site da Associação Filhos do Pai Eterno – Afipe, o Pe. André falou sobre a devoção ao Divino Pai Eterno. “Eu sou um verdadeiro apaixonado pelo Santuário-Basílica e pela devoção ao Divino Pai Eterno, porque cresci à sombra do Santuário. Como um goiano que sou, eu não poderia olhar esta devoção com outros olhos, a não ser com certa paixão. Primeiro, porque a minha história está muito ligada a ela. O meu Batismo, que é a entrada na vida cristã, eu recebi ali, em Trindade. Então, para mim é muito importante, diz muito na minha vida. Agora, no cenário da nossa Congregação na Igreja do Brasil, é de uma importância tremenda. Podemos dizer, seguramente, que é uma das maiores romarias do Brasil, que agrega e atrai milhares de devotos todos os anos para Trindade. Então, é uma missão importante e bela, pois estamos falando do amor de Deus Pai. Não tem nada mais importante do que isso, é o coração da mensagem cristã: dizer, levar o amor do Pai Eterno”.

 

Carisma dos redentoristas

Anunciar, pelo Evangelho, a misericórdia de Deus. Um Deus apaixonado pelo ser humano, que se fez carne e habitou entre nós.

 

Missão
Levar a todos a Copiosa Redenção a todos os povos. Essa missão vai guiada pelo Espírito Santo, que se manifesta com seus dons, agindo em cada confrade, de acordo com o dom que o Espírito Santo lhe deu. Por isso, anunciamos essa redenção, através dos meios de comunicação social, santuários, paróquias e santas missões populares.



Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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