A Unijuc, os nossos objetivos e o direito à vida

O objetivo central da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Goiânia (Unijuc) é “a integração entre os profissionais no âmbito do Direito e da Justiça, favorecendo o testemunho coletivo da fé católica, promovendo a inserção destes no processo de transformação social”. Todavia, nossa atuação na prática ultrapassa esse mero destaque.

A Unijuc tem se empenhado em fazer crescer entre os profissionais do direito (advogados, juízes, promotores de justiça, delegados, assessores do Poder Judiciário, bacharéis em direito concursados ou não ...), uma frutuosa formação pessoal e espiritual tão cara à Igreja, para que possam, enfim, levar essa formação para suas vidas particulares, trabalho e a sociedade como um todo.

Para tanto, nos dedicamos à formação dos membros que se encaixam em comissões de trabalho dividindo, didaticamente, tanto o estudo quanto os afazeres. E como existem afazeres!

Hoje, a Unijuc possui as seguintes comissões em pleno funcionamento: Defesa da Vida, Defesa do Sagrado, Estudo do Direito Matrimonial Canônico e Estudo do Acordo Brasil-Santa Sé. A atuação de cada uma delas depende muito de seus membros, contudo acaba englobando todos os demais, a depender da amplitude do tema.

Um dos temas que hoje está em voga e a que a Unijuc tem se dedicado especialmente é a defesa da vida. Para os próximos dias estão marcadas duas audiências públicas na ADPF 442 no STF. A ação judicial, movida pelo partido político PSOL, pretende debater e descriminalizar o aborto até 12 semanas (3 meses). O tema é sensível e essencial para o exercício dos valores cristãos. A vida é inalienável e seus termos, inegociáveis, desde o momento da concepção até a morte natural. Aborto e eutanásia não diferem de homicídios em seu desrespeito frontal à vida humana. A Unijuc tem promovido palestras em algumas paróquias para debate e informação sobre esse tema. Infelizmente, muitos de nós, católicos, agimos como se não fosse nosso problema. Não se trata de uma atitude exclusiva dos católicos, entretanto, é a eles a quem falamos neste momento.

É preciso tomar atitudes urgentes! Ser a favor da vida e deixar que uma minoria barulhenta faça com nossos valores e os da maioria esmagadora da população uma mera marionete, não é ser católico muito menos um defensor da vida. Aceitar que o STF usurpe do Poder Legislativo o poder de legislar, para que os caprichos de alguns sejam satisfeitos a contragosto de uma maioria que entende o valor da vida, e ao custo da morte de seres humanos por esquartejamento, envenenamento e outras formas particularmente cruéis, não é ser cristão. Precisamos acordar. Precisamos viver a nossa fé e, nessa vivência, entender que “não sou mais eu quem vive, mas Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). É Cristo que vive em mim e é Cristo que vive em cada um daqueles inocentes que são atacados covardemente no útero materno, local que deveria ser de aconchego e segurança. Lembre-se que Cristo também foi morto covardemente por uma minoria que achou que seus caprichos estavam acima da vida. Cristo, ainda no útero, saudou João Batista. É a vida mais inocente e mais frágil que ali está e que precisa de proteção.

Promover a formação de nossos membros, de nossas comunidades e paróquias, e lutar por esses e outros tantos pontos da fé e doutrina, que são vilipendiados dia após dia, também é o objetivo da Unijuc. Estamos empenhados nessa tarefa, prontos para os desafios que nos são colocados.

Emanuel Jr.
Advogado e Diretor da Secretaria da UNIJUC