“Marta, Marta!”

Quantas vezes nos deixamos engolir pelo dia a dia? Neste mundo moderno em que vivemos, estamos cada vez mais cobrados e atarefados. Se pararmos para refletir, sempre temos algo a fazer, seja uma obrigação do trabalho, seja uma tarefa no nosso lar, na escola, na universidade, etc. Nessa vida intensa, é possível que possamos nos esquecer de dar valor àquilo que mais importa e acabamos por negligenciar a vida de oração, de modo a nos distanciar, cada vez mais, da nossa relação pessoal com Deus.

No Evangelho deste Domingo (Lc 10,38-42), nós vemos duas figuras: Marta e Maria. Jesus entrou num povoado e Marta o recebeu em casa. Enquanto Jesus pregava, Maria o escutava e Marta ficava ocupada com seus afazeres. Assim, Marta reclamou a Jesus que sua irmã não estava a ajudar.

Quantas vezes somos como Marta? Atarefados, preocupados, angustiados, com tantas coisas para fazer. Essa, infelizmente, é a realidade do mundo hoje, mais cobrança e menos dignidade e empatia. Não temos como fugir e fingir que não temos responsabilidades, mas temos como ser como Maria, que parou aos pés de Cristo e o escutou. Você se lembra da última vez que parou para rezar e fez somente isso? Largou celular, internet, e outras tarefas para rezar? Em que momento podemos fazer essa escuta?

Por mais que tenhamos nossas obrigações, devemos sempre nos lembrar daquilo que São Paulo fala em Filipenses 13, que comparado a Cristo e seu conhecimento, tudo nesse mundo é vão. Uma frase atribuída a São Cipriano, replicada e reproduzida por Santo Agostinho e São Bento, é Christo nihil praeponere, “nada dar mais valor que a Cristo”. Nosso objetivo é o paraíso, é a santidade, nada nesse mundo pode nos distrair disso. Que sejamos como Maria, que valoriza o seu tempo e apenas escuta a Cristo.

Rafael Borges – Setor Juventude