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13/12/2021

Senhor, vem salvar teu povo

Senhor, vem salvar teu povo - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

O canto de entrada escolhido para os domingos deste Advento certamente faz parte da história de fé de muitos de nós. É mais uma das belas composições do Pe. José Weber, SVD, a quem tanto devemos na construção da identidade musical das liturgias no Brasil após o Concílio Vaticano II. Senhor, vem salvar teu povo insere-se completamente na sóbria espiritualidade que prepara a celebração do Natal, movendo-nos rumo à expectativa Daquele que vem, sempre novamente, ao encontro da nossa vida. Ou melhor, Daquele que é vinda constante em nossa direção, para resgatar-nos da escuridão e inundar-nos com a luz de sua Presença.

 

A dinâmica do Ano Litúrgico

Todo o Ano Litúrgico está organizado ao redor de dois grandes centros festivos: a Páscoa e o Natal. O primeiro, a Páscoa, é o epicentro. O máximo sinal da revelação de Deus para com a humanidade. O segundo, o Natal, desvela-nos um Deus que, de tanto amor, encarnou-se e assumiu a condição humana. Como diz o texto da Carta aos Filipenses (2,6-7): “Embora fosse de divina condição, Cristo Jesus não se apegou ciosamente a ser igual em natureza a Deus Pai. Porém, esvaziou-se de sua glória e assumiu a condição de um escravo, fazendo-se aos homens semelhante”. Se, portanto, em ordem de precedência, celebramos a Páscoa e, por conseguinte, o Natal, seguindo o plano da salvação, entendemos que, para que houvesse a plenitude da Redenção, foi preciso que se passasse pelo mistério da Encarnação. Ambos os momentos constituem demonstrações fundamentais do amor de Deus por nós, motivos de alegria e júbilo.

 

Assim, do mesmo modo que a Páscoa é antecedida e preparada por um tempo forte de conversão e vivência da caridade, a Quaresma, também se antecede um período de fecunda espera ao Natal. Isso é o que chamamos de Tempo do Advento. Talvez, entre as virtudes que melhor podem denotá-lo encontra-se a esperança. Embora durante as quatro semanas do Advento a liturgia se cubra, predominantemente, de roxo, persiste o sentimento de grata esperança. Isso porque não se trata de uma espera vã e ingênua. Esperamos justamente o que nos foi prometido: a realização dos tempos e a vinda definitiva do Senhor. Por um lado, aprontamo-nos para o momento desse encontro em plenitude. Por outro, temo-lo como certo porque o afiançamos em sua primeira vinda, à qual celebramos ano após ano como forma de atualizar entre nós a certeza de sua presença. Eis porque a esperança que nos alimenta move-se como expectativa, mas também como certeza: o Senhor Vem!

O canto no rito

Isso é o que nos aponta toda a liturgia do Advento. A Igreja se emudece, para ouvir o clamor da história, dos homens e mulheres que nos antecederam na fé. As leituras bíblicas falam da Promessa, do que Virá, da Libertação. No primeiro Domingo do Advento, a voz do profeta clama por justiça e por um mundo novo, como a terra seca e sedenta, desejosa de que o céu se parta e dele escorra o orvalho vivificador. Ao longo dos domingos seguintes outras testemunhas ganham notoriedade. Esse é o caso de João Batista, o precursor, mas também de integrantes bem próximos ao convívio de Jesus em seus primeiros anos, no silêncio da casa de Nazaré, como São José e Maria. Entre outras expressões, reveste-se de nova força o verbo VIR, modulado nas mais diversas construções e imagens. O que vem como a carta esperada; como a chuva mansa sobre o roçado; como o bem-amado que partiu e cujo regresso se anseia da primeira claridade do dia até o seu ocaso. Recorre-se à metáfora da semente, da videira, que estende seus rebentos por onde passa, trazendo fartura. Alegra-se a multidão dos anjos, unindo-se à Virgem Filha de Sião, sobre a qual repousou o agrado de Deus. Abre-se definitivamente a porta da salvação, inundando a realidade com sua força.

 

O canto em si mesmo

Inserido nesse contexto ritual, em pleno Tempo do Advento, o canto que temos a tarefa de analisar pode ser apreendido ao menos sob dois aspectos: sua semântica textual e a relação entre texto e música. Suas estrofes representam o brado do povo, oprimido e escravizado, mas já em marcha pela libertação. Lembram-nos os vários episódios da história da salvação em que a intervenção de Deus se mostrou fundamental para a salvaguarda de seus eleitos. Falam de fartura, de riqueza compartilhada entre todos. Mas também falam de norte e orientação, com referência Àquele que caminha à nossa frente, como proteção e luz. O refrão endossa o clamor das estrofes e insiste: Vem, Senhor, vem nos salvar! O sentido evocado pelo texto, porém, expressa apenas parcialmente a força do canto. Precisa ser considerado em estreita unidade com a melodia que o reveste e dá brilho. Nesse caso, o movimento escolhido para as estrofes parece enfatizar a marcha em passos largos. Lê-se, dessa forma, o seu caráter processional, isto é, o que se pode cantar enquanto se caminha. O ápice, contudo, está a cargo do refrão, que começa num dos pontos mais altos da linha melódica e, de acordo com o ralentar do brado, vai abaixando. Do agudo ao grave, a melodia acompanha o grito do povo e a descida do Senhor e Salvador, que caminha em seu meio.

 

Dicas para a execução

A melodia é bastante simples e de fácil adesão por parte de toda a comunidade. Isso se pode notar pelo uso de acordes bem conhecidos. Cuide-se para que os instrumentos não sobreponham o canto e todos possam participar tanto no refrão quanto nas estrofes.

 

Quando houver procissão de entrada, o canto deve acompanhá-la. Quando não houver procissão, pode-se cantar a quantidade de estrofes que for necessário para que a comunidade penetre o mistério celebrado.

 

Equipe do Canto Litúrgico

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