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15/06/2021

Comunicar é a arte da Comunhão

Comunicar é a arte da Comunhão - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

A pandemia do coronavírus, além das questões de cuidado impostas à saúde, lançou à comunicação o desafio da sobrevivência. E o desafio foi ainda maior à Igreja: como evangelizar neste tempo? O cardeal José Tolentino Mendonça afirmou, em meados de 2020, que, com a pandemia, o futuro chegou de supetão. E foi de supetão que fomos lançados ao ambiente digital. Nossos ritos e nossa forma de ser Igreja foram pensados e construídos para o contato presencial e relacional e, abruptamente, tivemos que descortinar uma nova forma de presença.

 

Os princípios não envelhecem e o Evangelho, Boa Notícia por natureza, se atualiza na vida dos homens e mulheres de nosso tempo, seja na sua comunidade eclesial missionária, seja em sua igreja doméstica, seja na “igreja digital”. Inclusive, esta presença digital já é mencionada pelo papa Francisco em mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2014. Ele reflete que “não basta circular pelas ‘estradas’ digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro.Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos”. O pontífice vai um pouco além e diz que estas estradas estão “congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança.” (Papa Francisco, 2014).

 

E o que fazer nestas estradas? Como gerar proximidade concreta neste ambiente abstrato? Ora, “comunicação é a arte da comunhão, do encontro”. Está radicada no verbo communicare, que pode ser traduzido, num primeiro sentido, como “pôr em comum, repartir, dividir alguma coisa com alguém, partilhar”. Daí gera “reunir, associar, misturar”. E mais: “falar, conversar, comunicar” ... e “comungar”. Tantas acepções para entender este princípio: “comunicação é comunhão!” Comunhão que vivemos no seio de nossa comunidade quando participamos da Eucaristia, quando nos reunimos com os membros de uma pastoral ou movimento, quando nos abrimos ao Espírito para deixar que ele aja em nós no ambiente digital.

 

A Igreja precisa de uma presença fecunda nos ambientes digitais. Não deve estar aí apenas para falar, mas, sobretudo, para escutar e oferecer respostas. Escutar a humanidade ferida e oferecer respostas de esperança. Vivemos no tempo do falatório em detrimento da escuta. Se olharmos para a Sagrada Escritura, entenderemos que a experiência vivida no Tabor (cf. Mc 9,2-10) foi a primazia da escuta. É o chamado aos comunicadores de hoje e a todos os que transitam nas estradas digitais: escutar, interagir, responder. Desafio posto, cabe-nos ter consciência do discipulado e da missão, deixarmo-nos renovar pelo Espírito, reencantarmo-nos pela vida e pelo outro, redescobrirmos o valor da escuta e novas formas de presença.

 

 

Marcus Tullius
Filósofo e publicitário. Coordenador geral da Pascom Brasil, membro do Grupo de Reflexão em Comunicação da CNBB e gerente de conteúdos da Tv Pai Eterno. Autor do livro Esperançar: a missão do agente da Pastoral da Comunicação, pela Editora Paulus.

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