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26/04/2021
São José, profetizado e preparado por Deus
“Também por intermédio de José, Deus quis cumprir as profecias que fizera e dar a Israel o Messias prometido, nascido da casa de Davi, como rebento de um renovo por tanto tempo preparado”.
Quando o papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, de 8 de dezembro de 1854, declarou o dogma da Imaculada Conceição, ele nos diz — e diz acertadamente — que, quando Deus, nos seus projetos divinos, desde toda a eternidade viu o pecado do homem, ele decidiu, por um ato livre de vontade, que iria salvar o ser humano. Deus não estava obrigado a salvar ninguém, mas ele quis e, querendo salvar, tampouco estava obrigado a se encarnar; mas ele quis encarnar-se.
Dentro do projeto da economia salvífica, Deus quis o seu Filho Encarnado. Ora, quando Deus definiu isso, ele não decidiu sem preparar também os detalhes. Ele pensou, no mesmo ato, na Virgem Maria, e nós podemos — é isso que está dizendo o Bem-aventurado Pio IX — dizer também que, no mesmo ato, pensou em São José. Por quê? Porque, de fato, havia uma providência divina, um desígnio divino em relação a São José. Disso não há dúvida nenhuma. Deus, quando faz as coisas, as faz perfeitamente. Nós, seres humanos, podemos fazer as coisas “meio embaralhadas”, mas Deus não é assim. Ele, tendo em vista a missão, verdadeiramente deu a São José a graça, a santidade e o amor de que ele precisava para cumprir a sua missão.
Isso aqui é uma coisa claríssima, é um princípio inquestionável: quando Deus dá missões especialíssimas e singulares a uma pessoa, ele dá a ela também graças especialíssimas e singulares. Portanto, tiremos da cabeça a ideia de que São José “ficou santo” depois, só quando Jesus nasceu. Não, nós estamos falando aqui de um ser humano que, depois da Virgem Maria, é o mais santo de todos os santos: São José é evidentemente mais santo do que todos os outros santos juntos, mais santo até do que os anjos.
Quando, no Evangelho, os filhos de Zebedeu pedem a Jesus que, quando ele vier no seu Reino, um sente à sua direita e outro à sua esquerda, o Senhor responde que isso ele não pode fazer, porque já está reservado pelos planos e projetos de Deus. Ora, quem vai sentar à direita e à esquerda de Jesus? Evidentemente, a Virgem Maria e São José. Quem mais seria, senão aqueles que estiveram com Jesus e eram parte do projeto de Deus da Encarnação? Iremos ver com mais detalhes, durante o curso, que os outros santos estão na ordem da graça, ao passo que São José, de alguma forma, junto com a Virgem Maria, está na ordem da união hipostática, da Encarnação. Ou seja: nenhum santo pode dizer, junto com a Virgem Santíssima e com São José, que colaborou com a Encarnação do Verbo eterno e a salvação da humanidade inteira. Mas, São José colaborou, estava lá por desígnio e projeto de Deus.
Posteriormente, veremos com mais detalhes como a santidade de São José se mostra evidente desde o início e como ela se manifesta. Nós vamos tentar desdobrar isso com clareza durante o curso. Mas, desde já, é preciso ter claro que São José foi pensado por Deus e está nas profecias porque, desde toda a eternidade, fazia parte de um decreto divino. Disso não há dúvida nenhuma. Por isso, estamos diante de um grande santo, do maior de todos os santos, excetuada a Virgem Maria e, é claro, Jesus, nosso divino Salvador, que não é santo em sentido ordinário: Ele é Santíssimo porque é o próprio Deus que se fez homem”.
Fonte: Padre Paulo Ricardo (curso sobre São José)
Diácono Amarildo Martins
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