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03/11/2020

Fé e Política

“A política é uma vocação de serviço”

Fé e Política - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

Nestes dias, ao ver a movimentação política de preparação para as eleições municipais, veio a vontade de fazer uma pequena reflexão sobre o tema fé e política. Assim, imediatamente pensei nesta frase de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é Deus” (Lc 20,25).

 

Essas palavras de Cristo têm de ser bem interpretadas, pois elas não são uma autorização para os cristãos se desinteressarem da política e das coisas do Estado. Com sua resposta, ele nos dá solução ao problema das relações entre a Igreja e a comunidade política.

 

Nesse sentido, Igreja e comunidade política hão de ter a sua respectiva independência e esfera de atuação, ao mesmo tempo em que deverão manter a sua colaboração eficaz para tratar daqueles assuntos que possam requerer a atuação de ambas no poder, como ensina o Concílio Vaticano II: “No domínio próprio de cada uma, comunidade política (Partidos Políticos) e Igreja são independentes e autônomas. Mas, embora por títulos diversos, ambas servem a vocação pessoal e social dos mesmos homens. E tanto mais eficazmente exercitarão este serviço para o bem de todos, quanto melhor cultivarem entre si uma sã cooperação” (Gaudium et Spes, n. 76).

 

Jesus também nos ensina o dever de cumprir com fidelidade nossas obrigações como cidadãos. O bom cristão será um cidadão exemplar.

 

A doutrina de Cristo transcende qualquer proposição política e, se os fiéis, no exercício de sua liberdade, escolhem uma determinada solução para os assuntos de caráter temporal, o fazem em nome próprio e não com a autoridade da Igreja.

 

Jesus, com essas palavras, reconheceu o poder civil e os direitos superiores de Deus (cf.  Dignitatis Humanae, n. 11) e indicou como parte da vontade de Deus o cumprimento dos deveres cívicos, obviamente entre estes se encontra o uso do voto para eleger os governantes públicos.

 

Para que os católicos exerçam com consciência esse direito e dever, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil do Regional Centro-Oeste elaborou uma carta para estas eleições de 2020. Essa carta visa auxiliar os fiéis a votarem bem e a escolherem os políticos que realmente se preocupam com o bem comum.

 

Os bispos afirmam que a motivação desta carta foi a de ter percebido “uma redescoberta pelo debate político nos últimos anos, em toda a população”.

 

O papa Francisco tem um papel importante neste processo, pois ao longo do seu Pontificado tem esclarecido alguns pontos importantes, como a própria finalidade da política: “A política não á a mera arte de administrar o poder, os recursos ou as crises.  A política é uma vocação de serviço”.

 

Aqui está o motivo da esperança levantada pelo Regional da CNBB: eleger novos líderes políticos nos municípios que realmente tenham esta vocação de serviço. Deste modo, diante das eleições municipais teremos condições de estarmos mais próximos dos candidatos e, assim, avaliarmos se eles possuem essa qualidade tão querida para nós, católicos.

 

É preciso fazer uma escolha e eleger candidatos coerentes com os valores cristãos. Neste contexto, levando em consideração as circunstâncias reais, lembramos a questão do aborto e da ideologia de gênero como duas questões a serem tratadas dentro da fé católica, bem como a questão social que deve ser conduzida dentro das normas da Doutrina Social da Igreja.

 

A Igreja não faz política partidária nem quer os seus padres e bispos dentro dos chamados instrumentos políticos, que são os partidos e agremiações políticas. Portanto, a Igreja não indica candidatos nem os apoia.

 

As relações entre a fé cristã e a política devem ser vistas em um quadro teológico bem mais elevado: isto é, ao chamamento universal à santidade, dinâmica profunda da moral e do social, ou seja, de toda a vida cristã, que implica em uma intensa concentração cristológica.

 

As relações de fé e política, para serem verdadeiras e construtivas, têm que ter o seguimento a Cristo: “Caminho, Verdade e Vida”.


Priscila Ferreira
Advogada, membro da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Goiânia (Unijuc).

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