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07/08/2020

Pai: meu melhor exemplo

“O pai é a primeira imagem que o filho tem de Deus”

Pai: meu melhor exemplo - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

Sempre desejei ter três meninos: Miguel, Gabriel e Rafael. Em meus planos, o primeiro seria militar; o segundo, um político, diplomata, enfim, um ótimo orador; e o terceiro, um médico. Queria que cada filho tivesse as características desses anjos.

 

O Miguel nasceu prematuro com quase oito meses. No ultrassom, havia sido diagnosticado que ele tinha um cisto no aparelho digestivo e teria que ir para a UTI assim que nascesse. Foi um tempo de amadurecimento na fé, não sabíamos a gravidade que o cisto teria em sua formação. Começamos momentos de vigília, intercessão e orações. Tivemos o amparo da comunidade que conosco rezava, clamava e intercedia pela vida de nosso filho.

 

Pois bem, veio o grande dia, minha esposa entrou em trabalho de parto e fomos ao hospital. Ansioso, na porta do centro cirúrgico, parecia que o tempo tinha parado. Então, em certo momento, sai o pediatra com um tom preocupado e sério. Miguel veio ao mundo! Porém, em vez de parabéns, o doutor informou-me que meu filho nasceu com síndrome de Down.

 

Naquele momento perdi o chão, não tinha conhecimento algum sobre a síndrome, não sabia o que pensar e o médico estava parado, olhando para mim, esperando alguma reação de minha parte. Olhei para o médico e disse: “Então, ele nasceu na melhor família que há para cuidar dele!”. Foi uma exclamação que saltou aos meus lábios, sem muito pensar.

 

Quando nasce um filho nasce também um pai, não há curso de como ser pai. O que eu sei de ser pai tem como referência ao pai que tive. Meu pai tornou-se pai com 21 anos. Um casal muito novo, com um futuro completamente diferente, caso não tivessem um filho. Porém, ele me assumiu, casou-se com minha mãe e formou uma família. Juntos criaram um lar, um local propício para que eu tivesse minha formação.

 

Aquela resposta ao doutor foi um grito interior com base na minha história, pois eu nasci na melhor família que havia para cuidar de mim.
 

Miguel foi direto para a UTI, fazer exames e descobrir qual má-formação havia gerado o cisto. Foram 34 dias na UTI, para que ele fizesse a cirurgia no aparelho digestivo, se recuperasse dela, iniciasse a alimentação com leite por sonda até a amamentação na minha esposa e posterior alta. Trinta e quatro dias de visita diária ao hospital e era permitido apenas 40 minutos com ele. Nesses dias, nós experimentamos o Amor novamente, o amor que se doa. Recebemos manifestações de carinho, cuidado e orações de amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos de quase todas as regiões do país. A fé sustentou-nos nesse período. Quase dois meses depois de sair da UTI, Miguel passou por mais uma cirurgia, de hérnia, e mais uma vez saiu vitorioso. Tivemos nessa caminhada ainda duas cirurgias cardíacas. Eu desejava ter um filho militar e fui agraciado com o maior guerreiro que já vi. Diante de todos os problemas de saúde sempre o encontrávamos com um sorriso no rosto. A síndrome não mudou em nada o que sentimos por ele, não mudou em nada o amor que nossos amigos e familiares sentem por ele.
 

Três anos depois veio o nosso Rafael, o garoto mais intenso que conheço. Cheio de vida, alegre, agitado e curioso.
 

Papa Francisco aconselha os pais “Que esteja próximo da esposa, para compartilhar tudo: alegrias e dores, cansaços e esperanças. E que esteja próximo dos filhos em seu crescimento”. Sou um pai que está há cinco anos nessa jornada de ser exemplo, de educar, amar e guiar na fé a minha família.
 

O pai é a primeira imagem que o filho tem de Deus. Por isso, ele nos deu a honra de sermos chamados pais; toda a paternidade vem do próprio Deus. Muitos homens negligenciam essa honra, abandonando sua companheira ao saber da gravidez. Assim, nascem crianças chamadas “órfãs de pais vivos”. Acredito na importância da presença de um pai na criação do filho. Tive, na minha história, um homem que me assumiu e me criou e é esse exemplo que eu sigo, para a cada dia, ser o melhor pai que meus filhos poderiam ter.

 

Frederico Bispo de Oliveira
Coordenador Grupo Ágape de Casais
Paróquia Jesus de Nazaré

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