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08/05/2020
Maria, Mãe de Deus e da Igreja
“Ao ter seu coração traspassado pela espada de dor, mantém sua fidelidade ao Senhor, tornando-se o elo de ligação dos momentos centrais da vida de seu Filho com aqueles que observavam e o seguiam”
Desde as mais distantes tradições do Cristianismo, Maria sempre teve um lugar especial no coração da comunidade cristã. No Evangelho de Mateus e de Lucas, vemos Maria ser citada como aquela que é a Virgem que conceberia o Filho de Deus. Maria, desse modo, conforme Lucas nos salienta com riqueza de detalhes, ao aceitar ser a mãe do Salvador, como criatura e filha, torna-se a Mãe do Criador. A segunda parte da oração da Ave-Maria cita-a, com o devido respeito a ela e ao Senhor, como Santa Mãe de Deus. Dá a Maria a honraria de ser intercessora quando proclama: rogai por nós, pecadores. Ao mesmo tempo que nos resgata em nossa natureza de pecadores, somos levados ao céu por sua intercessão.
Ao falar de Maria como aquela escolhida para ser mãe do Salvador, vemos que sua maternidade gesta não somente o biológico de Jesus, mas forma nele o caráter e os afetos que permitem sua manifestação amorosa traduzida numa linguagem humana e fraterna. Nossa Senhora colabora na obra da Salvação como aquela auxiliadora em todas as adversidades e consolo para os aflitos. O auxílio de Maria é, de fato para nós, cristãos, um acalento que nos aponta para o sagrado.
A discrição de Maria, no contexto da vida e obra de Jesus, faz-nos refletir como seu papel maternal e educador tem como meta a santificação do povo e a entrega total na Divina Providência. De acordo com as Sagradas Escrituras, uma virgem conceberia e nos daria um menino que se chamaria Emanuel e significa: Deus está conosco. A graça que repousa sobre Maria é tão genuína que não tem a menor preocupação em se colocar diante do povo como aquela que é o centro das atenções, como vemos em nossa sociedade midiática, mas, antes, ela escolhe a discrição e o acompanhamento das palavras de seu Filho amado.
Ao ter seu coração traspassado pela espada de dor, mantém sua fidelidade ao Senhor, tornando-se o elo de ligação dos momentos centrais da vida de seu Filho com aqueles que observavam e o seguiam. Ela está na concepção e primeiros anos de vida, na educação, na Via-Sacra, na Paixão, no Pentecostes. Agora, no tempo de grande graça, quando o Evangelho é difundido pela face da terra, ela permanece como auxílio poderoso contra todos os embustes do mal.
Pe. Reginaldo Fragoso Marinho, SDB
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
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