Onde voce deseja procurar?

  • Arquidiocese
  • Paróquias
  • Clero
  • Pastoral
  • Liturgia
  • Cursos
  • Comunicação

Você está em:

  1. Home
  2. Comunicação
  3. Notícias
  4. Semana Santa: Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo

15/04/2019

Semana Santa: Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo

Tempo de reviver os maiores acontecimentos da história da salvação

Semana Santa: Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

Após o longo inverno da Quaresma, chegamos à porta de entrada da Semana Santa. No Domingo de Ramos, abrimos essa porta e começamos a viver os grandes acontecimentos da nossa fé, aquilo que nos move o ano inteiro no espírito do Cristianismo. A Semana Santa, como a conhecemos hoje, ficou assim definida no Concílio de Niceia, no ano de 325 d.C. É a semana de preparação para os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Embora seja a semana mais importante para a vivência dos mistérios da nossa fé, a Semana Santa não é de preceito. “Os dias de preceito são quatro: Ano Novo, Natal, Corpus Christi, Imaculada Conceição. Na Semana Santa, de segunda a quarta-feira não há preceito, mas não existe um católico que não participe das celebrações na Quinta e na Sexta-feira Santa, e da celebração da Vigília Pascal no Sábado, porque ali está condensado o mistério pascal”, esclarece, em entrevista, o padre Dilmo Franco, reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney.

 

Nesta reportagem, ele explica cada dia desta grande semana que estamos começando a viver e que segue até o Domingo de Páscoa, dia 21 de abril. “É uma semana para se evitar músicas barulhentas, pois é o nosso Mestre e Senhor quem vai morrer. Então, a partir do Domingo de Ramos, nós somos convidados a viver intensamente esta semana, pois, se eu vivi profundamente a Quaresma, devo viver mais ainda esta semana. Não é o momento de preparar a viagem, pois mais do que qualquer período do ano litúrgico, é para ser vivido na comunidade”, orienta padre Dilmo.

 

 

Domingo de Ramos

As Missas geralmente são na parte da manhã por causa da Procissão de Ramos. As duas únicas procissões litúrgicas da Igreja é a de Ramos e a de Corpus Christi. A procissão que antecede a Santa Missa é, justamente, para nós revivermos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém com as palmeiras, dizendo “Bendito o que vem em nome do Senhor, hosana nas alturas”. É importante sabermos que não se trata de teatro. Sendo sincero, dependendo da situação, é bem melhor não ter o burrinho, porque às vezes ele causa tanto riso nas pessoas, ou sai desembestado, derruba o padre, e aquilo que era para ser um momento de reflexão, espiritualidade, acaba sendo um circo.

 

 Precisa ter muita atenção de maneira que não seja um teatro e que possa levar as pessoas a reviver o mistério, compreender que somos nós que estamos acolhendo Jesus em Jerusalém, para depois entender que nós estamos dizendo: “crucifica-o”. Não é algo externo a mim, é algo que eu também participei.

 

Segunda – feira Santa

Em algumas paróquias, na Segunda-feira Santa, acontece a Procissão do Depósito em que os homens peregrinam com o Senhor dos Passos e as mulheres com Nossa Senhora das Dores. As imagens são deixadas em alguma capela.

 

Quarta – feira Santa

É o dia em que se realiza a Procissão do Encontro. Os homens vão buscar o Senhor dos Passos e as mulheres, Nossa Senhora das Dores. Eles peregrinam até chegar na igreja matriz onde acontece o sermão das Sete Dores de Maria e é sempre bom frisar essa parte, para relembrar as dores e os sofrimentos de Nossa Senhora e mostrar que ela também esteve presente, como mãe, nos sofrimentos de Jesus

 

Quinta – feira Santa

Celebra-se, neste dia pela manhã, a Missa do Crisma, que é chamada também de Missa dos Santos Óleos, em que se abençoa os óleos que serão usados nos Sacramentos da Confirmação, do Batismo e da Unção dos Enfermos em todas as paróquias. Nesta Missa também acontece a renovação das Promessas Sacerdotais diante do bispo, reafirmando o seu querer de continuar a servir a Cristo. Essa Missa é importante também pela unidade dos padres com seu bispo, demostrando obediência. Todos os fiéis são convidados a participar.

Pela tarde, temos a chamada Missa da Instituição da Eucaristia ou do Sacerdócio e também conhecida como Missa do Lava-pés. Jesus é o modelo que lava os pés dos discípulos. É importante salientar que não fazemos teatro, e sim relembramos o gesto de Jesus e isso deve ser feito com simplicidade. Todo cristão deve exercer sua diaconia. Sabemos que há pessoas que recebem a ordenação diaconal, seja ele como diácono permanente ou transitório. O sentido é que o diaconado passa, mas a diaconia não. O que significa? Que nunca passe em nós o desejo de servir. Neste dia é também o dia do padre. Na Quinta-feira Santa, com a missa do Lava-Pés, começa o Tríduo Pascal, com a condensação do mistério da Paixão, Morte e Ressureição de Jesus.

 

Sexta – feira Santa

Neste dia acontece em algumas paróquias a celebração da Via-Sacra, em que relembramos os passos de sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Via Crucis.

 

Na sexta-feira pela tarde, às 15h, temos a adoração da Santa Cruz. Literalmente é adoração da Santa Cruz, porque essa madeira foi banhada pelo sangue de Cristo, foi impregnada pelo sangue do redentor, não adoramos a madeira pela madeira, mas sim o sangue nela, adoramos a Cristo, a cruz remete a ele. O ser humano é aquele que mais quer fugir da cruz, não quer sofrimento, não quer dor, mas, se quiser ser salvo, ele vai ter que fixar os olhos na cruz e vai ter que desejar essa cruz de Cristo, por isso que o padre diz: “Completo na minha carne aquilo que faltou na cruz de Cristo”. Cristo, na cruz, dá um sentido no nosso sofrimento, ele não sofre por masoquismo, ou só por sofrer, ali ele sofre para nos salvar, nos redimir dos nossos pecados, é um sofrimento redentor. O sofrimento de um pai ao filho é um sofrimento redentor, o sofrimento do papa ao mundo é um sofrimento redentor, não como o de Cristo, mas o mundo é o sofrimento de Cristo, porque quem redime é o Cristo. Mas nós somos chamados a nos unirmos à cruz dele, então sofre como ele sofreria ao ver a realidade que estamos vivenciando.

 

São celebrações que nós temos que participar com dor no coração, literalmente, mergulhar, escutar cada leitura, e são várias leituras. Tem a narração da paixão segundo o Evangelho de João, que é tocante, ou seja, viver isso com dor, muitas pessoas ficam impressionadas porque, nessa celebração, o sacerdote entra sem canto, em silêncio, ele entra e já se posta diante do altar, ele se deita, se tem diácono ele deita junto com o padre, se tem bispo também deita. O altar está desnudado, não tem toalha branca nem enfeite, o sentimento é o de que Cristo morreu, único dia do ano que não tem a Missa, porque o Cristo morreu. Termina sem bênção final, aquela liturgia que nos leva a celebrar de fato que o Senhor morreu. Novamente, eu insisto que não é teatro, é para reviver, eu torno vivo ele hoje, depois tem a Comunhão Eucarística e, em muitos lugares, há também a procissão do Senhor morto.

 

Sábado Santo

Muitas pessoas acreditam que no Sábado Santo nada acontece. É neste dia que Cristo desce à mansão dos mortos para poder salvar todos aqueles que morreram em estado de justiça antes dele. O Senhor desce à mansão dos mortos para poder levar luz àqueles que esperavam a chegada dele, é o dia mais doloroso para Maria, porque ela estava vivenciando todos aqueles eventos, a prisão dele, o caminho da cruz quando ele morreu. Maria teve ele nos braços, mas de repente ele foi colocado no sepulcro, e sábado de manhã ela vai para casa e a casa está vazia, só tem ela. Nós sabemos que Maria não entrou em desespero, pois sabia que tinha algo mais, mas ela não sabia o que, não sabia quando. Nós, quando enterramos um ente querido, ao terminar o funeral voltamos triste para casa. É a mesma sensação e Maria está sozinha, pois ela só tinha Jesus, José já tinha morrido. Por isso, Jesus dá João a Maria e Maria a João, para um cuidar do outro, mas é um dia de extrema dor para Nossa Senhora e de extrema dor para nós também.

 

 Espera-se a Missa da Vigília que é o anúncio da ressurreição de Cristo. A Missa começa com uma fogueira lá fora, as luzes da igreja estão apagadas, o altar sem enfeites, os santos cobertos. Ali, acontece a bênção do fogo novo que acenderá o Círio, que representa o Cristo. O padre entra na igreja levando o Círio e, por três vezes ele diz: “Eis a Luz de Cristo”, e o povo responde: “Graças a Deus”. Quando ele entra, vai acendendo as velas das pessoas, Cristo ressuscitado vai contagiando, a Igreja vai ficando iluminada e nesse momento se canta o anúncio da Páscoa, a noite grandiosa.

 

Se Semana Santa é a semana das semanas, a Missa da Vigília Pascal é a missa das missas. Por isso, a gente fala que cada domingo é uma pequena Páscoa. Cada domingo é como se fosse uma pequena Páscoa em relação a tudo o que nós vivemos no Tempo Pascal. Uma vez terminada a procissão de entrada com o Círio, acende-se a luz da Igreja, apagam-se as velas, acontece a renovação do Batismo de todos fiéis, e segue normalmente a Santa Missa. Nesta semana, pedimos aos leigos de fazerem as leituras em casa para uma maior sintonia na hora da Missa.

 

Domingo de Páscoa

No domingo, algumas paróquias estão instituindo a procissão da ressurreição. Não é fácil, pois a missa da Vigília termina tarde, depois acontece a ceia da família. Eu faço, porém, uma advertência sobre a Páscoa do Senhor: não a viver e voltar aos vícios antigos. A Páscoa é a passagem da morte para a vida. Por isso, as penitências que escolhemos na Quaresma são a maneira de nos disciplinar para que, ao término desse tempo, eu tenha vencido. Não devemos deixar de fazer uma coisa que eu sei que é errado para depois tornar a fazer, pois isso fazemos com a carne, algum alimento, mas as nossas penitências quaresmais não podem ser apenas materiais, têm que ser para a conversão, rezar mais por exemplo. Não podemos deixar de rezar quando chega a Páscoa do Senhor.

 

A Quaresma deve ser um trampolim para eu crescer nas virtudes. No domingo tem a procissão, as Missas normais do dia do Senhor, e volta- -se com todo fervor a cantar o “Glória”, o “Aleluia” e a alegria de celebrar a Páscoa. Lembrando que se a pessoa não pôde viver a Páscoa por uma coisa ou outra, nós temos a Oitava da Páscoa, uma festa grande em que vivemos os dois mistérios centrais da nossa fé, o mistério da encarnação e o mistério da redenção. Por isso, no Natal, temos o Advento para preparar e, no tempo da Páscoa, temos a Quaresma. A preparação é longa porque o que se celebra é grande. Um dia só não basta para se festejar. Por isso, tem a Oitava da Páscoa.

 

 

Fúlvio Costa

Nós usamos cookies para oferecer uma melhor experiência a você quando estiver visitando o nosso site. Ao clicar em "Aceitar e Fechar", você concorda com o uso dos cookies e termos na nossa Política de privacidade.

Aceitar e Fechar