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16/12/2018

Alegria pelo Senhor que vai chegar

Domingo Gaudete

Alegria pelo Senhor que vai chegar - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

 

Antífonas do Ó: Contemplação e admiração do mistério da chegada do Messias

Chegamos ao dia 16 de dezembro, 3º Domingo do Advento, mais conhecido como Domingo Gaudete ou Domingo da Alegria. Nas duas primeiras semanas vivemos a chamada preparação remota e agora, de forma intensa, vivemos aquela semana que chamamos de preparação próxima. A chegada do Senhor está aí e precisamos preparar o coração. A escuta da Palavra nos direciona, por isso devemos nos deixar moldar por ela, de modo que a ouvindo possamos entrar no espírito daquilo que nós vamos celebrar, o Natal do Senhor.

 

Recordando ainda o caminho feito até aqui, nas duas primeiras semanas do Advento, os textos bíblicos do Antigo Testamento narraram a vinda do Messias que nos remetem à segunda vinda do Senhor. A partir de agora, os relatos mudam, conforme o coordenador arquidiocesano de Arte Sacra, padre Antônio Donizeth do Nascimento. “Os textos da liturgia da semana e do domingo, a partir do dia 16, são próprios daquele ambiente da chegada do Senhor: o anúncio do Anjo Gabriel a Maria, as reações de José com a notícia da gravidez de Nossa Senhora, o plano de fuga, a visita de Maria à sua prima Isabel, o nascimento de João Batista, todo o ambiente em que se prepara a chegada de Jesus”, explicou.

Na ilustração, trazemos Nossa Senhora do Ó ou da Expectação que indica a expectativa do parto na qual se encontrava a Virgem Maria. Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, no século VII. Naquela época, a festa da Anunciação de Maria era celebrada no dia 18 de dezembro.

 

Nesse ambiente de preparação, nos nove dias que antecedem a festa, a Novena prepara o Natal do Senhor. Muitos grupos de novenas, nesta época do ano, acostumaram-se a realizar ainda um décimo encontro de confraternização. Segundo padre Antônio, o objetivo da Novena é muito importante para este momento que antecede o Natal. “Com a Novena, preparamos os corações para a escuta da Palavra, pela solidariedade, pelo fortalecimento do vínculo das pessoas, das famílias e dos grupos que rezam até a chegada do ponto alto, que é a Celebração do Natal. Não havendo Novena, a própria liturgia encadeia um ritmo de preparação muito intenso, que entra na questão das Antífonas do Ó.”

 

Antífonas do Ó : admiração e encanto pelo Senhor que vai chegar

Padre Antônio Donizeth explicou que as Antífonas do Ó, iniciadas na Liturgia das vésperas do dia 16 até o dia 24 de dezembro, são Aclamações de admiração, encanto, surpresa. Ao mesmo tempo, conforme relatou, proclamam um Mistério, admiram o Mistério, se encantam pelo Mistério. “Pouco assimiladas em nossa cultura ocidental latino-americana, as Antífonas do Ó surgiram no ambiente da Liturgia do povo do Oriente, no ambiente das Igrejas de tradição Ortodoxa, que são muito poéticas e artísticas no ordenamento da Liturgia”, disse. “As Antífonas do Ó são pequenos trechos que a imensa maioria das vezes são tirados das grandes Aclamações ou Exclamações Proféticas do Antigo Testamento na expectativa da vinda do Messias.”

 

Pe. Antônio DonizethAinda conforme o coordenador arquidiocesano de Arte Sacra, as Antífonas do Ó são uma forma de contemplar, de longe, o admirável mistério da chegada do Messias: “Ó Sol, Ó Esperança, Ó Alegria, Ó Sabedoria, Ó Senhor. São aclamações de admiração e encanto do Senhor que vem”. Para compreensão do sentido dessas Antífonas, padre Antônio faz uma analogia muito simples. “Em nossa cultura brasileira é mais ou menos o Ó das torcidas em nossos estádios de futebol, quando o jogador quase marca o gol, mas ele não acontece, logo após uma jogada bonita. É o Ó da admiração, da surpresa e parte muito do elemento próprio das relações humanas, da esperança humana e do gemido da alma. As Antífonas do Ó tem ainda esse cunho humano da antropologia humana, do anseio humano que o Messias chegue.”

 

Linguagens dos Símbolos

Neste caminho de preparação para o Natal do Senhor, padre Antônio faz questão de comentar que os símbolos são importantes, mas ressalta que, para comunicarem, é indispensável entender o seu significado na liturgia. “Temos feito um espalhafato de criatividade, às vezes até consumista, como por exemplo, na Coroa do Advento. Esse símbolo, que é o primeiro anúncio do Natal do Senhor, foi concebido em outra cultura, no norte da Europa, em países muito frios em que o verde suporta o inverno rigoroso dos meses de novembro e dezembro. Portanto, trata-se de um símbolo de esperança, de resistência do pinheiro verde no meio do violento inverno. E há luz no meio da escuridão. A coroa foi formada, então, por esses elementos, o verde da esperança, o cipreste que vence a crueldade da estação longa da geleira e dá luz que vai compondo o globo; a Coroa recorda a luz que vai espalhando pelo mundo na grande escuridão, lembrando que o Natal é sempre próximo à noite mais longa do ano no Hemisfério Norte. Aqui, nós vivemos sempre o oposto, por isso falta sensibilidade para preparar algo que não estamos vivendo, e nossas coroas dizem pouco, ainda que tenhamos muita boa vontade em nossas paróquias. O estudo da teologia pode nos ajudar nesse sentido”, enfatizou.

 

Cores e Sentidos

As cores das velas têm ligação direta com os textos bíblicos. O entrevistado resumiu o sentido das cores da Coroa do Advento, com fundamentação na liturgia.

1º Domingo – Vigilância: Preparação para o Natal do Senhor, atitude de vigilância, de espera. Por isso a cor vermelha da vela, que significa vigilância, lâmpada, fogo, ficar acordado.

 

2º Domingo – Conversão: Preparação para o Natal do Senhor, atitude de conversão. A cor da vela é roxa. As orações e o Prefácio da Missa, a Oração da Coleta, apresentam uma atitude espiritual de conversão.

 

3º Domingo – Alegria: Preparação e espera da vinda do Senhor em uma atitude de alegre espera. A palavra forte é alegria, por isso este Domingo recebe este apelido: Domingo Gaudete. A cor da vela é rósea.

 

4ª Domingo – Esperança: Anúncio da chegada imediata de Jesus por Maria e José, a palavra que resume é esperança. Preparamos o Natal do Senhor em uma atitude de esperança, por isso a cor da vela é verde.

 

Fúlvio Costa

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