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09/09/2022
Pela Santa Cruz fomos remidos dos nossos pecados

Na Festa da Exaltação da Santa Cruz celebramos a redenção conquistada por Cristo em sua morte na Cruz e pedimos o dom da salvação eterna para todos os fiéis. Dada a importância deste mistério da vida do Senhor, é muito bom que tenhamos, na prática, como que uma pequena páscoa do segundo semestre.
Segundo a Crônica de Alexandria, Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, em peregrinação à Terra Santa, descobriu três cruzes enterradas no Gólgota em 14 de setembro de 320. Uma série de milagres fizeram com que uma dessas cruzes fosse identificada pelas autoridades como aquela em que foi morto o Senhor. Em 14 de setembro de 336, expôs-se solenemente à veneração dos fiéis a Cruz do Senhor. Posteriormente, uma parte dessa cruz foi enviada para Roma e outra para Constantinopla, duas capitais do Império Romano à época.
Sobre estes fatos se apoia a comemoração anual em 14 de setembro, atestada em Constantinopla, no século V, e em Roma, no final do século VII. Nesta data, as Igrejas que possuíam uma relíquia maior da cruz costumavam expô-la à veneração dos fiéis, em cerimônia solene, chamada de exaltação.
A Festa tem amplo fundamento nas Sagradas Escrituras. Os quatro Evangelhos nos apresentam a morte de Cristo na Cruz como ponto alto da história da Salvação. O quarto Evangelho, de modo especial, fala da crucificação em termos positivos, como glorificação, elevação, passagem para o Pai: ela é a grande vitória do Deus feito homem. A Ressurreição, em íntima ligação com a Cruz, no mesmo Mistério Pascal, é o transbordamento do amor do Pai.
É interessante pensar nos fundamentos do Antigo Testamento, como a provação que Deus faz a Abraão, pedindo-lhe que faça um holocausto de seu filho amado, Isaac, dispensando-o na última hora (Gn 22).
Recordemos também do lugar importantíssimo que o anúncio de Cristo crucificado e a reflexão sobre a entrega de Cristo na Cruz possuem na pregação apostólica. Isso está registrado nos Atos dos Apóstolos e em todos os outros textos do Novo Testamento: At 2,24-25; 3,13-15; 4,10; 1Cor 1,17-25; Fl 2,6-11 etc.
A importância da cruz está em ser o modo com o qual o Senhor consumou a salvação da humanidade. Assumindo o preço dos nossos pecados, abriu para o homem a porta da comunhão com o Pai e o Espírito Santo, para que vivam na amizade com a Trindade aqui nesta terra e na vida eterna. É elemento central de nossa fé.
Deste modo, a cruz é sinal da vitória do amor de Deus, encarnado em Jesus Cristo. O Filho amado do Pai fez-se homem e, sendo homem, amou-nos até o fim, a ponto de suportar todo tipo de injustiça e sofrimento em fidelidade à Palavra de Deus e à relação com seu Pai.
Pe. Pedro Mendonça Curado Fleury
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