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23/08/2021
História da Igreja em Goiás
O Congresso Eucarístico de Goiânia em 1948
O Congresso Eucarístico de Goiânia foi uma iniciativa da Arquidiocese de Sant’Ana de Goiás para celebrar seu bicentenário e o 25º aniversário de sagração episcopal de Dom Emanuel Gomes de Oliveira, seu arcebispo. Esse grande evento eclesial aconteceu entre os dias 3 e 6 de junho de 1948, em Goiânia. Cada paróquia goiana deveria colaborar com doações financeiras para a realização do evento e dispor de três leigos para compor as comissões de preparações para o congresso.
O altar-monumento foi levantado em frente ao Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica, com uma altura de aproximadamente 11 metros e com uma grande hóstia no topo, acima da cruz. A localização e a suntuosidade do altar nos revelam que – na óptica da Igreja Católica goiana – o poder espiritual deveria estar à frente do poder temporal. No projeto restaurador da Igreja, a fé católica deveria estar acima do Estado laico. Se a praça mais importante era aquela que abrigava a sede do governo, então deveria ser ali o lugar da maior manifestação da fé católica. Se essa praça era utilizada para manifestações públicas e festas civis, logo deveria ser ali o local ideal para que a Igreja demonstrasse sua fé na eucaristia, mobilizando uma grande multidão em torno dela. Nos dias do CEG, a praça não foi chamada de “cívica”, mas, “do congresso”.
O Congresso Eucarístico de Goiânia começou no dia 3 de junho de 1948, com a chegada da imagem do Divino Pai Eterno, vinda de Trindade, ao Jóquei Clube, às 7h, de onde saiu a procissão até a Praça Cívica. Uma análise revela que o congresso constituiu uma manifestação pública importante da Igreja Católica em Goiás para reafirmar sua presença na sociedade. Os eventos realizados evidenciaram a força dessa instituição, principalmente através do contingente que era formado pelo grande número de fiéis.
Dois eram os motivos para a realização do CEG: o bicentenário da Prelazia de Sant’Ana de Goiás e o Jubileu de Prata de Sagração Episcopal de Dom Emanuel. Porém, o que prevaleceu, de fato, foi este último. A figura de Dom Emanuel foi enaltecida em todo o congresso, tanto pelas autoridades eclesiásticas, quanto pelas civis. Esse momento representou o ápice de sua glória e prestígio, sendo, assim, o apogeu do movimento restaurador e da neocristandade em Goiás. Na época, foi organizada uma polianteia (caderno) comemorativa, com uma bênção especial do papa Pio XII a Dom Emanuel.
Pe. Maximiliano Costa
Mestre em História
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