O Tempo Pascal tem duração de 50 dias. Ele se inicia no Domingo de Páscoa, com a ressurreição do Senhor, e termina no Domingo de Pentecostes. O Tempo Pascal é marcado pela alegria do ressuscitado que invade os nossos corações. Padre José Luiz da Silva, reitor do Seminário Maior São João Maria Vianney e do Seminário Propedêutico Santa Cruz, em Goiânia, explica que “são 50 dias em que, na liturgia da Igreja, celebramos o mistério da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de uma primavera espiritual na vida da Igreja”. Ele diz que o Tempo Pascal também “é um tempo de renovação interior e fidelidade ao nosso batismo. Tempo esse que nos dá a esperança de que em Cristo somos ressuscitados”.

Neste tempo, o Círio Pascal é aceso em todas as celebrações e só é apagado no Domingo de Pentecostes. Padre José Luiz explica que o Círio Pascal “trata-se de uma vela maior e ornada com alguns símbolos da Igreja que manifestam a ressurreição do Senhor”. O Círio representa a luz de Cristo. É o símbolo do Cristo ressuscitado em nosso meio. “O Círio Pascal é o sinal de Cristo, luz na vida de todos os fiéis, convidando a cada um de nós a sermos luz: ‘Vós sois a luz do mundo...’” (cf. Mt 5,13-16), completa.

Tempo Pascal e pandemia

Padre José Luiz explica que a pandemia está nos restringindo de muitas possibilidades, mas não poderá limitar a ressurreição do Senhor, porque Jesus de Nazaré ressuscitou, caminha conosco e vê o sofrimento do seu povo.

O padre aponta três elementos pascais importantes para viver a experiência de Cristo ressuscitado:

• 1- A fé em Deus, que ressuscitou o seu Filho por amor a nós, para nos salvar e mostrar o caminho que devemos seguir.
   
• 2- A esperança que a ressurreição nos traz, leva-nos a entender que, mesmo diante de situações adversas, somos capazes de superar os nossos medos para contemplar a grandeza do Ressuscitado.
   
• 3- A caridade que nos lança ao outro e, então, percebemos que caminhamos juntos na fé e na esperança de que tudo vai passar. Vivendo a caridade na família e com os outros, fazendo das ações de Jesus de Nazaré nossas ações, teremos a alegria pascal. Dessa forma, poderemos vencer o mal da pandemia.  
   

Em sua homilia, na Vigília Pascal deste ano, o papa Francisco nos deixa três anúncios de Páscoa neste tempo de pandemia. Primeiro, ele diz que “é possível recomeçar sempre, porque há uma vida nova que Deus é capaz, independentemente de todos os nossos falimentos, de fazer reiniciar em nós. Deus pode construir uma obra de arte até a partir dos escombros do nosso coração; a partir mesmo dos pedaços arruinados da nossa humanidade, Deus prepara uma história nova. [...] E, nestes meses sombrios de pandemia, ouçamos o Senhor ressuscitado que nos convida a recomeçar, a nunca perder a esperança”. 

No segundo anúncio de Páscoa, o papa comunica que “a fé não é um repertório do passado, Jesus não é um personagem ultrapassado. Ele está vivo, aqui e agora. Caminha contigo todos os dias, na situação que estás vivendo, na provação que estás atravessando, nos sonhos que trazes dentro de ti”.

Para finalizar, o Santo Padre nos fala sobre o terceiro anúncio de Páscoa. “Jesus, o Ressuscitado, ama-nos sem fronteiras e visita todas as situações da nossa vida. Ele plantou a sua presença no coração do mundo e convida-nos também a nós a superar as barreiras, vencer os preconceitos, aproximar-nos de quem está ao nosso lado dia a dia, para redescobrir a graça da quotidianidade.” 

Larissa Costa