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25/03/2021

Série: Entendendo a Santa Missa

Ritos Iniciais

Série: Entendendo a Santa Missa - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

No segundo capítulo da nossa série “Entendendo a Santa Missa", vamos falar sobre os Ritos Iniciais, tendo como base especialmente a Instrução Geral do Missal Romano.

 

Os Ritos Iniciais precedem a Liturgia da Palavra. O compõem: canto de entrada, entoado durante a procissão, saudação inicial, ato penitencial, imediatamente seguido da aclamação Kyrie Eleison (ou da sua tradução “Senhor, tende piedade de nós”), Hino de Louvor e, enfim, Oração da Coleta. Os Ritos Iniciais têm carácter de exortação, de introdução e, sobretudo, de preparação. Por seu intermédio, a assembleia é congregada como “Corpo Místico de Cristo”, reunida ao redor do altar na diversidade de carismas e ministérios. Formados em comunhão, os fiéis se dispõem a ouvir atentamente a Palavra de Deus e a partilharem o Pão Eucarístico.

 

Como um dos primeiros gestos da ação litúrgica, a procissão de entrada faz parte dos Ritos Iniciais. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em seu Guia litúrgico-pastoral, afirma que os Ritos Iniciais “fazem com que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma comunhão em Cristo”. Movida por esse mesmo objetivo, a procissão de entrada recorda que é Deus quem convoca e reúne o seu povo. O rito de entrada se configura, portanto, como sinal de que Cristo, Cabeça da Igreja, que é seu Corpo, manifesta sua presença na comunidade reunida. E também se faz presente naquele que preside a celebração, como foco de unidade na multiplicidade dos membros. Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote, quem conduz a ação ritual, para a glória do Pai, na unidade do Espírito. Ele que disse: “onde dois ou mais se reunirem em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mt 18,20).

 

Chegando ao presbitério, o presidente da celebração e os demais ministros saúdam com uma profunda reverência o altar. Em seguida, os ministros ordenados (o bispo, os presbíteros ou os diáconos) beijam o altar. O beijo, na tradição bíblica da qual a maioria dos gestos litúrgicos recebe seu significado, não é, primeiramente, demonstração de afeto. O beijo tem o caráter de selo, de vínculo, bem como pode ser considerado um gesto através do qual se transmite ou se troca algo. Note que também o altar, referência de Cristo Ressuscitado, altar e oferenda pela remissão da humanidade, é um significativo sinal na liturgia. Ao saudar o altar com o beijo – ou ósculo – aquele que preside sela a aliança entre rebanho e Pastor. Se beija a Mesa do Banquete memorial porque é nela que o vínculo entre o Pai e o Filho transborda, nos alcança e envolve.

Tomando o seu lugar na celebração, o presidente e toda a assembleia fazem sobre si o sinal da cruz, em referência à nossa redenção. Este gesto é, imediatamente, seguido pela saudação e sequente resposta por parte do povo reunido, como expressão da unidade da Igreja. Note que a liturgia da missa, que é uma celebração ritual, não é precedida por palavras excessivas, nem mesmo por cumprimentos como “boa noite” ou “boa tarde”, oportunos para outras reuniões sociais. As palavras iniciais, marcadas pelo caráter Trinitário da nossa fé, são aquelas oferecidas pelo apóstolo Paulo em suas remissivas às comunidades cristãs: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”. A aclamação da assembleia é ação de graças: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”.

 

Após a Saudação Inicial, acontece o Ato Penitencial, em que o sacerdote convida a assembleia a um momento de silêncio e reflexão sobre os pecados. O Ato Penitencial é realizado por toda a comunidade como uma fórmula de confissão geral e termina com a conclusão do sacerdote. Ao contrário da confissão sacramental em que, em nome da Igreja e por mandato de Cristo, o sacerdote manifesta a graça da absolvição dos pecados, a conclusão do Ato Penitencial envolve também aquele que preside, motivo pelo qual não se faz oportuno o gesto de imposição das mãos. Aquele que preside se reconhece como parte do corpo necessitado da graça do perdão: “Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna”. Nesse sentido, embora a confissão dos pecados e arrependimento digam sempre respeito a cada fiel em particular, na missa o Ato Penitencial também tem o caráter de comunhão e expressão de unidade. Aos domingos, principalmente durante o Tempo Pascal, é possível substituir o Ato Penitencial em seu rito ordinário pela bênção e a aspersão da água sobre o povo, em memória do batismo.

 

Depois do Ato Penitencial se reza ou canta o Kyrie Eleison, ou em sua forma habitual, a tradução “Senhor tende piedade de nós”. Se trata de uma aclamação que poderá ser realizada de forma recitativa ou como canto alternado entre solista e assembleia. Quando a opção do Ato Penitencial, conforme indicação do Missal Romano, já incluir a aclamação Kyrie Eleison, essa deve ser omitida, passando diretamente ao Glória após a conclusão do Ato Penitencial.

 

O Glória in excelsis Deo ou Glória a Deus na Alturas, é um antigo hino com que a Igreja, unida ao Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento e da Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em particulares celebrações mais solenes. O Glória é um hino eminentemente cristológico, isto é, centrado na figura de Cristo, e, por isso, não deve ser substituído por outras fórmulas trinitárias de hino de louvor. Como hino, sempre deve ser entoado integralmente.

 

Na Oração da Coleta, o presidente da celebração convida os fiéis à oração e, juntamente com ele, se recolhem num momento de silêncio em que apresentam suas intenções particulares. Então o sacerdote reza a oração que se chama “Coleta”, pela qual se exprime o carácter da celebração. Segundo a tradição antiga da Igreja, a oração se dirige habitualmente a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, terminando com alguma conclusão que enfatize seu caráter trinitário. O povo aclama o Amém, uma palavra de origem antiga que denota o consentimento, a adesão e a fidelidade à fé manifesta.

 

Assim encerramos nossa breve reflexão sobre os Ritos Iniciais. Permaneçam atentos, pois no próximo capítulo da nossa série refletiremos sobre a Liturgia da Palavra.

 

Marcos Paulo Mota e Equipe Canto e Liturgia da Arquidiocese de Goiânia

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