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29/06/2020

São Pedro e São Paulo: Colunas Mestras da Igreja

Na Solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, rezemos pela unidade da Igreja, com o papa Francisco

São Pedro e São Paulo: Colunas Mestras da Igreja - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

Neste domingo, 28 de junho, a Igreja celebra os apóstolos São Pedro e São Paulo, considerados as colunas mestras da Igreja. Por isso, a eles é dedicada uma celebração especial. No Martirológio Romano, a festa desses dois gigantes da fé é anunciada desta maneira: “Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos. Simão, filho de Jonas e irmão de André, foi o primeiro entre os discípulos a confessar que Jesus era Cristo, Filho de Deus vivo, por quem foi chamado Pedro. Paulo, o Apóstolo dos gentios, pregou Cristo crucificado aos Judeus e aos Gregos. Ambos, na fé e no amor de Jesus Cristo, anunciaram o Evangelho na cidade de Roma e morreram mártires no tempo do imperador Nero: Pedro, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo e sepultado no Vaticano, junto à Via Triunfal; Paulo morreu ao fio da espada e foi sepultado junto à Via Ostiense. O triunfo dos dois Apóstolos é celebrado neste dia com igual honra e veneração em todo o orbe da terra”.

 

É nesta celebração solene também que toda a Igreja faz memória da eleição de São Pedro por Cristo: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Pedro tornou-se, portanto, com a investidura de Jesus, o sinal visível da comunhão, da unidade da Igreja, na fé e na caridade. A partir dele e com os seus sucessores, a Igreja caminha com o pastor do rebanho.

 

A Solenidade de Pedro e Paulo é mais antiga que a própria celebração do Natal do Senhor. Teve início a partir do século IV, quando se celebrava três missas neste dia em Roma, devido à sua importância: na Basílica de São Pedro, no Vaticano, era celebrada a primeira; na Basílica de São Paulo Fora dos Muros era rezada a segunda; e a última, onde as relíquias dos dois apóstolos foram escondidas por muito tempo, nas catacumbas de São Sebastião. Segundo a tradição, isso se deu devido à profanação nos tempos difíceis.

 

Dois santos e um só testemunho

Entre tantas referências aos apóstolos Pedro e Paulo, Santo Agostinho explicou, em seus sermões, qual é o significado deste dia para a fé cristã. “Hoje é para nós dia sagrado, porque nele celebramos o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo… Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho”, explicou o santo (354-430). No Brasil, a solenidade é celebrada no dia 29 de junho, mas é transferida para o domingo anterior ou seguinte, caso essa data caia em dia de semana.

Para a Igreja, Pedro e Paulo são colunas mestras porque deram a vida pelo Evangelho. Cada um à sua maneira. Se o primeiro foi escolhido para conduzir a Igreja de Cristo, o segundo teve uma conversão singular ao ouvir as palavras do Senhor: “Saul, Saul, por que me persegues?” (At 9,4). Os Atos dos Apóstolos descrevem a conversão de Paulo, que era Saulo e antes de conhecer a Jesus “só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor” (At 9,1). Na estrada de Damasco, ouvindo a voz que vinha do céu, Saulo se deu conta de que não somente perseguia os discípulos, mas o Pai também. “Então trêmulo e atônito, disse ele: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ Respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade. Aí te será dito o que deves fazer’” (At 9,6). O livro continua a narração da missão de Paulo após sua conversão: “Demorou-se por alguns dias com os discípulos que se achavam em Damasco. Imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus” (At 9,20). Dessa conversão radical surgiu o grande apóstolo dos gentios e de perseguidor passou a ser perseguido e tornou-se o maior missionário de todos os tempos. Pregou a Palavra de Deus em várias regiões: Turquia, Grécia, Macedônia, Roma e Espanha.

 

Não se sabe ao certo quando ocorreu o martírio dos dois apóstolos. Fala-se que foi no mesmo dia, na data em que são celebrados hoje. Mas também que deve ter acontecido em dia e anos diferentes. A morte de Pedro pode ter ocorrido em 64. Nesse ano aconteceu o incêndio em Roma e milhares de cristãos foram crucificados. Já Paulo deve ter morrido em 67. O certo é que os dois foram martirizados em Roma, durante a perseguição de Nero. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana, e São Paulo foi decapitado nas chamadas Três Fontes.

 

Curiosidade

São Pedro e São Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico, depois da Virgem Maria e de São João Batista. Além da tradição do dia 29 de junho, que neste ano é celebrado no dia 28, no dia 25 de janeiro celebramos a conversão de São Paulo; no dia 22 de fevereiro, celebramos a festa da cátedra de São Pedro; no dia 18 de novembro, é celebrada a dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo.

 

 

Festa dos apóstolos Pedro e Paulo – Dia do Papa –

Porque São Pedro foi o primeiro papa, esta é também uma data especial para homenagear o sucessor dos apóstolos, o papa Francisco. Há sete anos ele exerce o seu pontificado sempre em observância às virtudes da fé, da esperança e da caridade. Sobre esta última, por exemplo, vemos na prática o que tem feito o papa Francisco pelos mais pobres. Iniciativas simples do seu pontífice nos fazem refletir sobre a nossa própria fé e nosso amor ao próximo. O que dizer dos banheiros, chuveiros quentes e lavanderias que ele construiu para cuidar dos moradores de rua de Roma?

 

Na pessoa de Francisco, os migrantes e refugiados também foram abraçados pelo papa, que a todo momento demonstra preocupação com essas pessoas. É importante destacar também seus encontros mundiais com líderes dos movimentos populares, que refletem sua preocupação em acolher os pobres que vivem ao relento. “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem-terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem dignidade que o trabalho dá”, disse ele em 2014, no primeiro encontro mundial de Movimentos Populares.

 

No mesmo ano em que foi eleito papa, Francisco explicou por que escolheu esse nome para o seu pontifi­cado, em encontro com os jornalistas. Segundo ele, quando a contagem dos votos no último Conclave já passava de 2/3 e os cardeais já sabiam que ele seria o novo papa, o arcebispo emérito de São Paulo, cardeal Cláudio Hummes, que esteve ao seu lado durante todo o evento, abraçou-o, beijou-o e lhe disse: “Não se esqueça dos pobres”. Daí, Jorge Bergoglio pensou em São Francisco de Assis e escolheu o nome desse santo por ser ele considerado “o homem da pobreza, da paz, que ama e guarda a criação”, conforme palavras do próprio Francisco, o 266º papa da Igreja Católica.

 

Francisco é o primeiro pontífice latino-americano de origem. Seu ministério é caracterizado pelos estudiosos como sinodal e comunional. A cultura do encontro, do cuidado e da misericórdia estão bastante presentes em seu ministério. Como Pai e Pastor, tem expressado com ações seu cuidado compassivo, indo ao encontro daqueles que mais sofrem. A partir dos seus ensinamentos, por meio de exortações, encíclicas e audiências, ele tem nos direcionado a viver o Deus misericórdia. A obra evangelizadora, portanto, não está distante das estruturas da Igreja. Uma está inserido na outra, proporcionando acolhida, proteção, promoção integral da pessoa humana, integrados a uma comunidade que cura e salva.

 

Óbolo de São Pedro

Na solenidade de São Pedro e São Paulo, a Igreja em todo o mundo realiza a chamada coleta do Óbolo de São Pedro. Trata-se de uma pequena oferta em sua dimensão, mas imensa em seu espírito e perspectiva. O Óbolo é justamente o presente dos fiéis em todo o mundo ao Santo Padre. Historicamente, o Óbolo foi estabelecido no século VII com a conversão dos anglo-saxões, e a coleta tem relação direta com a festa do apóstolo Pedro. Neste ano, a coleta, que seria realizada neste dia 28 de junho, foi transferida para o dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis. O comunicado oficial foi feito pelo diretor da Sala de Imprensa Vaticana, Matteo Bruni, que justificou a transferência devido à pandemia do coronavírus. Os valores coletados com o Óbolo, nas comunidades e paróquias, são enviados todos os anos para a Arquidiocese de Goiânia e cabe a ela mandar os valores arrecadados para a Santa Sé. Com essa coleta, o papa faz caridade no mundo inteiro, sobretudo onde mais precisa, onde mais acontecem calamidades, como erupção de vulcões, terremotos, deslizamentos, guerras, fome.

Nosso arcebispo Dom Washington Cruz, em Palavra publicada na edição 200 deste jornal, definiu assim o pontificado de Francisco. “Desde que assumiu seu pontificado, o papa Francisco tem sido fiel mensageiro da luz de Cristo para o mundo. Preocupado com os grandes problemas que afligem a humanidade e causam conflitos entre pessoas e nações, ele é incansável na pregação pela busca de soluções por meio de diálogo fraternal e do exercício da tolerância diante das diferenças étnicas, culturais, econômicas e religiosas, entre outras. Para levar a mensagem de Amor e Paz do nosso Mestre, ele viaja pelo mundo praticamente sem descanso, indo ao encontro dos fiéis e conversando com os dirigentes das nações, buscando sensibilizá-los para a superação da guerra, que traz prejuízos irreparáveis à humanidade. No mesmo intuito, o papa motiva reflexões usando as redes sociais; publica documentos para formação dos membros da sua Igreja; dirige-se aos homens e às mulheres de boa vontade, de todas as crenças do mundo; convoca-nos à oração conjunta, para citar somente algumas das suas iniciativas que visam à promoção de uma Cultura da Paz. O Sumo Pontífice nos convida a pensar e agir como Jesus nos ensinou. Quantas lições podemos tirar dos seus atos de humildade e simplicidade!”.

 

“Que termine bem esse milagre que vocês começaram”

Com a pandemia do coronavírus em todo o mundo, o papa Francisco também tem demonstrado sua proximidade e recordado que em meio a tanta dor, tanto sofrimento, os gestos de solidariedade têm sido sinais de esperança para todos os povos. Em audiência no último dia 20 de junho, ele se dirigiu a todos que têm trabalhado incansavelmente pelo fim da pandemia. “Não esqueçam que, com o trabalho de todos vocês, médicos, paramédicos, voluntários, sacerdotes, religiosos e leigos que fizeram isso, começaram um milagre”, disse. E acrescentou que Deus vai ajudar para “que termine bem esse milagre que vocês começaram”. Ele recebeu em audiência, naquele dia, uma grande delegação do norte da Itália.

Ele também recordou, na Solenidade de Pentecostes, o sofrimento que vem passando a Amazônia com a pandemia e rezou pelos povos indígenas. “Hoje, festa de Pentecostes, invoquemos o Espírito Santo para que dê luz e força à Igreja e à sociedade na Amazônia, duramente provada pela pandemia.” Muitos são os contagiados e os mortos, lamentou o pontífice, inclusive entre os povos indígenas, particularmente vulneráveis. “Por intercessão de Maria, Mãe da Amazônia, rezo pelos mais pobres e indefesos daquela querida região, mas também por aqueles de todo o mundo, e faço apelo para que não falte a ninguém assistência de saúde.” O papa fez um acréscimo, não previsto no texto inicial, afirmando que é preciso cuidar das pessoas e não economizar para salvar a economia: “Cuidar das pessoas, que são mais importantes do que a economia. Nós, pessoas, somos o templo do Espírito Santo; a economia, não.”

 

O papa Francisco, por tudo o que tem nos ensinado e praticado em sete anos de pontificado, sonha com uma Casa Comum, aquela lembrada por ele mesmo em sua Carta Encíclica Laudato Si’. “O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar” (LS, 13). A civilização da partilha, da dádiva e da confiança é sonhada pelo papa, que nos dá esperança de abandonar pandemias e ídolos que corroem a beleza da vida e nos tira a liberdade de filhos de Deus, guardiões da Terra. Rezemos pelo nosso papa e louvemos a Deus pela sua vida e busca incansável pela paz entre os povos.

 

 

Fúlvio Costa

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