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25/11/2024

Quarta-feira da 34º Semana do Tempo Comum

Quarta-feira da 34º Semana do Tempo Comum - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

Cara irmã, caro irmão, também nesta quarta feira da trigésima quarta semana do tempo comum, a última deste ano litúrgico, lemos um texto tomado do livro do Apocalipse de São João. O texto do capítulo 15,1-4 apresenta a visão das sete últimas pragas e um hino de louvor cantado pelos vencedores da besta e de sua imagem, em preparação para o juízo final. Este trecho está inserido no contexto de uma série de visões que revelam o triunfo de Deus sobre o mal e o estabelecimento de seu Reino eterno.

 

A narrativa começa com a visão de sete anjos com as últimas pragas, símbolo do encerramento dos julgamentos divinos sobre a humanidade rebelde e do cumprimento da justiça de Deus. No versículo 1º, São João vê “sete anjos com as sete últimas pragas, pois com elas se consumou a cólera de Deus”. A expressão indica o clímax do julgamento divino, que é ao mesmo tempo uma resposta ao mal e um passo decisivo para a restauração final. A “cólera de Deus” aqui não é uma vingança arbitrária, mas sim a justiça de Deus que confronta o mal e purifica a criação.

 

No versículo 2, São João vê “como um mar de vidro misturado com fogo” e sobre ele estão aqueles que venceram a besta e o número do seu nome. Este “mar de vidro” provavelmente alude ao mar que estava diante do trono de Deus (Ap 4,6), simbolizando paz e pureza, agora misturado com fogo, que representa o julgamento purificador. Os vencedores que estão de pé sobre esse mar venceram a opressão e a tentação da besta e representam aqueles que permaneceram fiéis a Deus mesmo em meio à perseguição.

 

Os versículos 3 e 4 registram o cântico desses vencedores, conhecido como o “Cântico de Moisés e do Cordeiro”. Eles louvam a grandeza e justiça de Deus, proclamando que Suas obras são “grandes e admiráveis” e que Seus caminhos são “justos e verdadeiros”. Esta canção ecoa o cântico de vitória dos israelitas após a travessia do Mar Vermelho (Ex 15), associando a redenção em Cristo com a libertação de Israel, e celebra a fidelidade de Deus que sempre livra Seu povo.

 

O cântico continua reconhecendo que todas as nações virão adorar diante do Senhor, pois “tua justiça se tornou manifesta”. Este é um sinal escatológico de que, no final, toda a criação reconhecerá o senhorio de Deus e se submeterá à Sua justiça. A conclusão expressa a confiança na soberania divina e na consumação do plano de salvação, que culminará na reunião de todos os povos no louvor ao Deus único.

 

Este trecho reforça a certeza da vitória definitiva de Deus sobre o mal e nos convida a viver com esperança e fidelidade, apesar das provações. Ele também nos lembra de que a justiça divina será plenamente manifestada, chamando-nos a uma vida de adoração e confiança em Deus, cujo julgamento é sempre justo e cuja vitória é certa. Na vida cristã atual, esse texto é um convite à perseverança, mesmo em face de adversidades, e à fé em um Deus cuja justiça e fidelidade são inabaláveis.

 

+ Dom João Justino de Medeiros Silva

Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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