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04/09/2024
Quarta-feira da 22ª semana do Tempo Comum
Minha prezada irmã, meu prezado irmão. Continuamos hoje, quarta-feira da 22ª semana do tempo comum, a leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios. O texto proclamado é o início do capítulo terceiro. Depois de ter apontado no texto anterior a distinção entre a sabedoria divina e a sabedoria humana cunhando as expressões homem espiritual e homem psíquico, o apóstolo São Paulo entra num tema delicado: as divisões presentes na comunidade eclesial de Corinto. Para tratar desse tema, o autor também estabelece um paralelo, dessa vez entre pessoas espirituais e pessoas carnais. E começa por considerar os membros da comunidade de Corinto como ainda imaturos, como recém-nascidos que não podem receber alimento sólido, mas somente tomar leite. Escute como diz São Paulo:
“Irmãos, não pude falar-vos como a pessoas espirituais. Tive que vos falar como a pessoas carnais, como a crianças na vida em Cristo. Pude oferecer-vos somente leite, não alimento sólido, pois ainda não éreis capazes de tomá-lo. E nem atualmente sois capazes de receber alimento sólido, visto que ainda sois carnais”. Mas por que o apóstolo os considera assim? Quais os traços daquela comunidade eclesial de Corinto que levaram São Paulo a ser tão forte em sua avaliação? Eis, então, que surge o tema das rivalidades e rixas, ou divisões entre os membros da Igreja de Corinto. É lamentável que ainda não tenham compreendido que a unidade prevalece em Jesus Cristo, a quem somos todos devedores dos dons recebidos e colocados em comum, não para nosso engrandecimento, mas para o crescimento da comunidade eclesial.
São Paulo é explícito. Diz assim: “As rivalidades e rixas que existem aí, no meio de vós, acaso não mostram que sois carnais e que procedeis de acordo com os impulsos naturais? Quando um declara: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu sou de Apolo", não estais procedendo como pessoas simplesmente naturais?” Pessoas simplesmente naturais ou pessoas carnais são aqueles que ainda não assumiram o olhar da fé, ou que ainda reproduzem na comunidade de fé os mesmos esquemas do mundo. É preciso reconhecer que os que estão a serviço de Deus, não podem gabar-se de nenhuma importância ou de vaidade, pois são todos servidores daquele que de fato realiza sua obra.
Diz o apóstolo, incluindo-se na pergunta: “Pois, o que é Apolo? O que é Paulo? Não passam de servidores, pelos quais chegastes à fé. E cada um deles exerce seu serviço segundo o dom recebido de Deus. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é que fazia crescer.” Creio que o versículo sete é o mais importante para derrubar qualquer pretensão de importância de um ou de outro nas coisas de Deus. Escute comigo: “De modo que nem o que planta, nem o que rega são, propriamente, importantes. Quem é importante é aquele que faz crescer: Deus”. A conclusão é, portanto, “nós somos cooperadores de Deus, e vós sois lavoura de Deus, construção de Deus”. E você, já compreendeu que todos nós, pela fé e pelo batismo, nos tornamos cooperadores de Deus?
+ Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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