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22/12/2022

A paz tão sonhada...

A paz tão sonhada... - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

O ano novo está às portas. As mensagens natalinas são acompanhadas de votos de feliz ano novo. Os augúrios de paz são os mais repetidos. É praticamente unânime desejar a paz no início de um novo ano. Os católicos celebram no dia 1º de janeiro a solenidade de Maria, Mãe de Deus. Celebra-se o belo título Theotókos (mãe de Deus) dado à Maria, mãe de Jesus, no Concílio de Éfeso, no ano de 431. No primeiro dia do ano, desde o pontificado de São Paulo VI, celebra-se, também, o Dia Mundial da Paz, ocasião em que o papa escreve sua mensagem para todos os homens e mulheres de boa vontade, sempre com o apelo à paz.

 

Desta vez o Papa Francisco tratou da “paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica”. A humanidade traz na memória e na carne as lembranças dos conflitos e guerras que ferem o sentido da paz entre os povos e entre as pessoas. Nós cristãos devemos escutar uma vez mais o anúncio dos anjos aos pastores: “Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra, paz a todos por ele amados” (Lc 2,14).

 

Jesus, ao ensinar as bem-aventuranças, que assinalam o que deve ser tomado como essencial na vida dos seus discípulos, pontua: “Bem-aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Vencedor da morte, ressuscitado, dá aos seus discípulos como dom pascal a paz: “A paz esteja convosco” (Jo 20,19), diz Jesus ressuscitado quando se dirige aos discípulos no anoitecer daquele domingo de sua ressurreição. Essas palavras mostram a imediata relação entre trabalhar pela paz e ser chamado ou reconhecido como filho de Deus. Portanto, é nítida a contradição quando quem se diz cristão escolhe o caminho do armamento, do lucro das armas e da sua insana fabricação.

 

É bom desejar a paz aos outros. No entanto, é urgente trabalhar pela paz. E isso passa pelo compromisso de muitas mudanças. A começar pela linguagem, pois costumamos ser violentos nas palavras que agridem e nas palavras que parecem justificar a violência. Nesse sentido, educar para a paz deve ser o compromisso de todo aquele que professa crer em Jesus como Filho de Deus. E a educação para a paz começa com a proposição do evangelho da fraternidade. Somos todos irmãos e tudo devemos fazer para conter os impulsos de violência e agressão contra as pessoas. Qualquer forma de agressão, de violência, de desrespeito aos direitos da pessoa afasta a paz.

 

Com efeito, é urgente a superação do feminicídio. É inadmissível qualquer espécie de violência contra as mulheres. É preciso pôr fim à matança dos jovens, vítimas, sobretudo, da praga do século, a dependência das drogas. Não se pode esquecer da paz tão desejada no campo, lugar de disputas de terras, de conflitos e de mortes. Nessas disputas por território, os indígenas se encontram em grande desvantagem diante de um Estado que enfraquece os mecanismos de controle para favorecer os mais poderosos. É fundamental proteger as crianças e adolescentes de todas as formas de violência. É preciso, ainda, cuidar e proteger os idosos. Enfim, quem deseja a paz, deve trabalhar pela paz. Entende-se, então, porque Jesus disse “bem-aventurados os que constroem a paz…” (Mt 5,9). Assim, todos são convocados a participar da construção da tão sonhada paz…

 

Trecho do livro “Diakonia da Palavra”, de Dom João Justino de Medeiros Silva.

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