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26/05/2022

Celebração da Bem-aventurada Virgem Maria, auxílio dos cristãos

Celebração da Bem-aventurada Virgem Maria, auxílio dos cristãos - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

 

Celebração da Bem-aventurada Virgem Maria, auxílio dos cristãos
Nossa Senhora Auxiliadora
Catedral Metropolitana de Goiânia – 24.05.2022

 

 

É grande minha alegria. Pela primeira vez presido a Solenidade de Nossa Senhora Auxiliadora, Titular de nossa Catedral e padroeira da cidade de Goiânia e da Arquidiocese de Goiânia. Como é bom me encontrar com todos vocês, minhas irmãs e meus irmãos, ao redor do altar do Senhor. Juntos, aqui estamos, para agradecer as inúmeras vezes em que Maria, Mãe de Deus, veio em nosso auxílio em nossas lutas, nossas dificuldades, fracassos e quedas, nossas enfermidades e incertezas. Nossos corações se rejubilam de gratidão. E, por isso, dedicamos todo este dia a louvar e a bendizer a Deus que escolheu a jovem Maria de Nazaré para ser a mãe de seu Filho e nossa mãe. O que chamamos de feriado é um dia para dedicar a festejar um motivo muito especial. 24 de maio é dia de reconhecer que a Mãe de Deus é nossa auxiliadora nas estradas desta vida rumo ao Reino dos Céus. Ao contemplar na fé, cada vez, o crucificado, todos nos colocamos no lugar do discípulo amado para escutar as palavras de Jesus: “Eis aí a tua mãe”, eis o auxílio dos cristãos, eis o auxílio dos discípulos do Senhor Jesus.  

 

Há pouco em oração nos dirigimos a Deus recordando que Ele constituiu a Mãe de Jesus como auxílio do povo cristão. E a oração sobre as oferendas suplica que pelo “auxílio de tão gloriosa Mãe, sintamos a proteção divina em todas as adversidades”. Não estamos sozinhos! Estamos acompanhados por aquela que nos orienta a escutar a palavra de seu Filho Jesus. Não estamos expostos ao mal; estamos protegidos por aquela que enrolou em faixas Jesus recém nascido e o deitou na manjedoura. Não estamos perdidos; estamos sob os cuidados daquela que procurou seu Filho no meio da multidão em Jerusalém, até encontrá-lo no templo entre os doutores da lei. Não estamos abandonados aos sofrimentos; contamos com a presença materna e solidária daquela que estava ao pé da cruz de seu Filho.

 

Como expressou o Papa Francisco em sua Exortação Evangelii gaudium: “Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus” (EG 286).

 

Esta mulher chamada Maria, reconhecidamente Mãe de Jesus, está nomeada apenas duas vezes no evangelho de São João. Suas palavras ali são pouquíssimas, mas resumem duas realidades de especial importância. A sensibilidade diante do que falta e a esperança no agir de Jesus que veio para que todos tenhamos vida. Foi lá em Caná da Galiléia, quando na festa de casamento, o vinho veio a faltar, que Maria, em sua sensibilidade feminina fez a mediação entre seu filho Jesus e os servos. Maria agiu com uma objetividade incomum. Não fez nenhum comentário que pudesse depreciar as famílias anfitriãs; não fez nenhuma crítica ao trabalho dos servidores; não saiu a comentar entre os convidados o que estava acontecendo: começava a faltar o vinho. Corria-se o risco de a festa terminar antes do previsto... Dirige ao seu Filho Jesus as simples palavras: “Eles não têm mais vinho”. A identificação da falta do vinho e o relato a Jesus mostra o jeito de agir daquela que foi chamada para auxiliar na obra da salvação. Já era hora do Filho de Deus se manifestar. Para Jesus não parecia ser ainda a hora. Ele responde: Minha hora ainda não chegou. Maria parece silenciosamente dizer: sim, meu Filho, é agora.

 

Maria dirige sua segunda e última palavra aos que serviam, dizendo-lhes delicadamente, talvez sussurrando para não chamar a atenção de ninguém: “Fazei tudo o que meu Filho vos disser!” Que discreta autoridade, como que tomando a iniciativa dos donos da casa e da festa para se dirigir aos servos uma orientação. Cheia de esperança de que seu Filho criativamente agiria para que a festa continuasse e fosse realizado numa festa o seu primeiro sinal. Conhecemos o desfecho deste apelo de Maria aos servos. Está dada a partida para que a Palavra de Jesus seja sempre a mais importante de todas. “Fazei tudo o que meu Filho vos disser”. Maria apela à obediência às palavras de Jesus. Que auxílio extraordinário ela presta à humanidade! Não toma o lugar de seu Filho. Não puxa para si a ação mais importante e decisiva. Não atribui a si a solução daquela falta. Tudo é remetido à obediência qual realização do que Jesus disser. Não continua Maria a dizer o mesmo a nós? Não continua Maria a identificar o que nos falta para viver a dignidade de filhos de Deus? Não continua Maria a interceder a favor de cada filho e filha de Deus? Sim, cremos. Ela é nossa intercessora. Ela é nosso auxílio.

 

Irmãs e irmãos, quantos estão passando falta nestes tempos. Como não pedir o auxílio da Mãe de Jesus?

 

Mãe Auxiliadora, há tantos irmãos nossos com fome e frio. Vinde nos despertar para a partilha que multiplica o pão e o agasalho.

 

Mãe Auxiliadora, há famílias forçadas à migração que perambulam em busca de uma terra onde se fixarem para viver com dignidade. Vós, que com José e o pequenino Jesus fugistes da fúria de Herodes, vinde em auxílio dos migrantes e dos refugiados e ajudai-nos, especialmente, às autoridades constituídas para que trabalhem em favor dos que buscam terra, trabalho e pão.

 

Mãe Auxiliadora, há mães e pais assustados com a gravidez e tentados ao aborto. Vinde encorajá-los a acolher o presente da vida para viverem a alegria singular de embalarem um recém-nascido a quem poderão chamar de meu filho, minha filha.

 

Mãe Auxiliadora, há tantos jovens sem saber que rumo dar à vida, perdidos em meio às ofertas de drogas e de sexo fácil. Vinde convocá-los para um novo percurso de vida, libertos da escravidão do prazer desenfreado e atentos às oportunidades de recomeço.

 

Mãe Auxiliadora, há tantos que se enveredaram pelos caminhos da corrupção e roubam dos mais precisados. Vinde tocar-lhes a consciência para que se envergonhem do mal feito às pessoas e à sociedade e tenham a coragem de devolver o que roubaram.

 

Mãe Auxiliadora, há pessoas que depositam, sua confiança na violência e nas armas, guerreiam e matam. Vinde apresentar-nos o vosso Filho, o Príncipe da Paz e faz-nos acreditar na bem-aventurança da promoção da paz, pela qual ele nos prometeu sermos chamados filhos de Deus.

 

Mãe Auxiliadora, há casais em crise conjugal e enfraquecidos na vivência do matrimônio. Vinde suscitar no coração deles o desejo de renovar a escolha que fizeram, e tudo oferecerem de si para salvar a família que constituíram.

 

Mãe Auxiliadora, há cristãos em estradas contrárias ao evangelho de vosso Filho. Vinde corrigir-nos quando nos desviamos dos ensinamentos de Jesus e julgamo-nos os melhores dentre todos os vossos filhos.

 

Mãe Auxiliadora, há cristãos desanimados em viver a fraternidade qual mandamento de vosso Filho. Vinde incentivar nossas comunidades eclesiais para a vivência do amor fraterno e da amizade social, a fim de nos aproximarmos do Reino de Deus.

 

Mãe Auxiliadora, há pessoas com pouca ou nenhuma esperança no futuro do mundo. Vinde em auxílio da humanidade nesta hora tão grave da história, para que todos se convençam de que o amor é a resposta a todas as perguntas.    

 

Mãe Auxiliadora, nas cidades e nos campos, há famílias sem ter onde morar, expostos à incerteza de seu futuro, abrigados em barracos de lonas plásticas e restos de tábuas. Vinde tocar o coração e a criatividade dos gestores públicos e das organizações civis para que todos possam morar com dignidade, como morastes com seu castíssimo esposo José e seu amado Jesus, em Nazaré.

 

Mãe Auxiliadora, a vida é tão frágil e são tantas as pessoas enfermas que lutam pelo tratamento e pela cura. Vinde auxiliar todos os que se encontram doentes intercedendo em favor da cura deles e da renovada disposição de médicos, enfermeiros, cuidadores que cuidam dos enfermos.

 

Mãe Auxiliadora, permita-me uma súplica em favor de nossa Arquidiocese. É pequeno em nossa Arquidiocese de Goiânia o número de jovens que buscam o ministério sacerdotal. Vinde provocar a juventude para uma escuta atenta ao chamado de Deus e para a disposição de dizer sim às vocações de ministros ordenados.

 

Nosso último pedido neste momento, Mãe Auxiliadora, é pelas nossas crianças, dom maravilhoso de Deus para a vida da humanidade. Estão ameaçadas de tantas formas, até mesmo pelo descuido dos seus pais e seus educadores, e dos que governam sem apostar na educação como caminho imprescindível para uma sólida, fraterna e justa sociedade. Vinde despertar os ouvidos de todos para a sabedoria de seu Filho e para a vivência do mandamento do amor. Amém.

 

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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