Você está em:
17/02/2021
Vila São Cottolengo: “Deus caritas est”
Celebrar os 70 anos da Vila São Cottolengo traz à memória uma imensidão de pessoas, cristãos leigos, religiosos e religiosas, sacerdotes que deram as suas vidas, consumiram-se como velas que queimam no altar da vida pelo bem da vida do outro. Desejo recordar quem eu não conheci, mas que os anais da história desta Instituição registram: o Pe. Gabriel de Campos Vilela, missionário redentorista que deu a inspiração e tudo proveu, com o auxílio, certamente, de um grande número de pessoas, em vista da fundação da Vila São Cottolengo. Este missionário redentorista das terras mineiras que foi ordenado sacerdote em 08 de dezembro de 1939, com formação em Direito Canônico, com diversas iniciativas e encargos missionários e pastorais, e que veio a falecer há quase 20 anos atrás, no auge dos seus 53 anos de sacerdócio.
Fazer o elogio aos que marcaram o tempo por iniciativas tão belas e tão corajosas como essa é um dever que se impõem à nossa memória institucional, não por razões de ordem personalíssimas, mas por reconhecermos a imensidão da bondade de Deus, de sua misericórdia que se estende a todos, que a todos acolhe em Seu imenso abraço de Pai. Deus, Pai zeloso e amoroso, é que sustenta essa grande obra não apenas de filantropia, mas de caridade. Quero aqui agradecer às Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, autênticos anjos da guarda, que, com tanta paciência, com augusta caridade, com o espírito de seu fundador, Frederico Ozanam, este imenso modelo de apostolado leigo, empenhado e dedicado ao serviço dos mais pobres, foi beatificado por São João Paulo II em 22/08/1997, durante a Jornada Mundial da Juventude, ocasião em que o papa recordou um ensinamento de São Vicente: “amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus, mas que isto aconteça com os nossos braços e com o suor do nosso rosto”.
Este sagrado suor no rosto está hoje em tantas faces de missionários redentoristas, religiosos, leigos, voluntários, profissionais da saúde, contratados ou vinculados aos convênios, em tantos jovens que, ao longo destes 70 anos e, ainda hoje, viram e veem na Vila São Cottolengo um átrio onde homens e mulheres, portadores de diversas limitações e de igual forma, potencialidades humanas dentro destas limitações, portadores de muitas dificuldades, que estão, também, sempre dotados de um coração imenso que estendem suas mãos à caridade e ao amor do próximo.
Quero, como pastor da Arquidiocese de Goiânia, na pessoa do Pe. Marco Aurélio M. da Silva, missionário redentorista, agradecer de vivo coração a todos os que viram e continuam vendo, ao longo destes 70 anos de história da Vila São Cottolengo, um fundamento também para seus apostolados, a razão de viver por Cristo, no profundo amor a Nossa Senhora, no vínculo de amor ao carisma de São Vicente de Paulo.
Deus abençoe a todos.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
Leia também
08/09/2023
Os gritos do povo brasileiro
19/05/2023
Comunicar cordialmente
16/03/2023
Francisco: “não se esqueça dos pobres...”
20/01/2023