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19/01/2020
Vamos juntos ao encontro de Deus
Fazer uma romaria ou peregrinação não é simplesmente visitar qualquer lugar para admirar seus tesouros religiosos, da natureza, de arte ou da história. Ir em peregrinação significa, primeiramente, sair de nós mesmos para encontrar Deus onde Ele se manifestou, onde a graça divina se mostrou com esplendor particular e produziu frutos abundantes de conversão e santidade entre os crentes.
Desde os tempos antigos, os cristãos foram em peregrinação, antes de tudo, aos lugares ligados à paixão, morte e ressurreição do Senhor, na Terra Santa. Depois, a cidade de Roma, local do martírio de Pedro e Paulo, e outros lugares ligados aos apóstolos e mártires passaram também a acolher peregrinos de todo o mundo, ansiosos por fortalecer seu espírito com o testemunho de fé e amor que por outros cristãos havia sido dado.
Nas profundezas de seu ser, o homem está sempre a caminho, em busca da verdade e do bem, isto é, de Deus. A Igreja, especialista em humanidade, participa desse profundo anseio do ser humano, uma vez que é feita de homens, e põe-se em jornada, acompanhando cada ser humano à plenitude de seu próprio ser, no encontro com Cristo Jesus. Ao mesmo tempo, nesse caminho, a Igreja faz sua própria jornada interior, que a leva pela fé, esperança e amor, a tornar-se transparente no caminho humano para a Verdade e a Vida, ou seja, para Cristo que liberta cada pessoa da escravidão da ignorância de não saber de onde vem e para que se destina.
Neste ano, além da tradicional romaria para a cidade de Aparecida, lugar da particular manifestação da Mãe de Deus, muitos de nossos irmãos da Arquidiocese de Goiânia também irão peregrinar em visita ao Santuário Santa Dulce dos pobres, a primeira santa brasileira, recém-canonizada. Em uma e outra experiência, cada romeiro é alguém à procura de Deus, do Seu amor. Por isso, como acontece em Santiago de Compostela, onde normalmente os peregrinos terminam sua jornada abraçando a imagem do apóstolo, a romaria leva cada peregrino, nesses lugares de particular manifestação da graça do Senhor, em Nossa Senhora e em Santa Dulce, ao abraço do Pai. Cada romeiro leva consigo seus pedidos e anseios. É desejável, todavia, que cada peregrinação termine com este encontro com o Senhor, que muda a nossa vida e nos faz voltar às nossas casas, transformados por Seu amor.
Gostaria de encorajar os membros de nossas comunidades, ministros ordenados, leigos e religiosos para que façam a experiência de serem peregrinos, acompanhando uma dessas duas romarias ou, se possível, as duas. É um momento de graça e de amor de Deus que tem uma verdadeira força transformadora em nossas vidas. Vamos, juntos, como Igreja particular, ao encontro de Deus, como filhos que precisam sempre voltar à casa do Pai. Na verdade, somos todos romeiros do céu.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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