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02/12/2019
Honremos Nossa Senhora, a Virgem Imaculada
Caros irmãos e irmãs,
Celebrada desde o século XI, a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria está inserida no contexto do Advento e do Natal, unindo a expectativa messiânica e o glorioso retorno de Cristo à memória da Mãe de Deus. Nesse sentido, esse período litúrgico deve ser considerado um momento particularmente adequado para a veneração da Mãe do Senhor. O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado por Pio IX, em 1854, com a Bula Ineffabilis Deus. Com ele, a Igreja afirma que Maria é toda santa, imune a toda mancha de pecado, moldada e feita uma nova criatura por obra do Espírito Santo.
Todos os anos, no dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade que recorda o dogma da Imaculada Conceição. No ano de 1857, o papa Pio IX inaugurou e abençoou, em Roma, o monumento da Imaculada, conhecido como o monumento da Piazza di Spagna. O papa Pio XII, no dia da Imaculada Conceição, começou a enviar flores como uma homenagem à Virgem. Seu sucessor, o papa João XXIII, em 1958, deixou o Vaticano e foi pessoalmente à Piazza di Spagna, para colocar uma cesta de rosas brancas aos pés da Virgem Maria. Esse costume também foi continuado por todos os papas posteriores, inclusive o papa Francisco.
A visita à Piazza di Spagna inclui um momento de oração, como expressão da devoção popular. Além disso, a homenagem à Imaculada Conceição se faz pelo gesto de apresentar as flores, ler uma passagem das Sagradas Escrituras e uma passagem da Doutrina da Igreja Católica, praticar orações litânicas e entoar alguns cânticos marianos, incluindo o Tota Pulchra.
A cena do anúncio do Anjo Gabriel à Imaculada Virgem Maria é a página que coloca em evidência a cooperação de Nossa Senhora na obra da salvação. O Concílio enfatizou, como faziam os Padres da Igreja, que Maria contribuiu para a obra de Cristo não com uma passividade inerte, mas com uma atividade operosa. Seu “sim” foi mantido ao longo de sua vida até o Calvário, onde ela se ofereceu a Cristo, que se ofereceu para nossa salvação. Em sua vida, ela avançou no caminho da fé, dedicação, obediência, amor e esperança (LG 58; 63; 65). Com tudo isso, ela cooperava com a obra salvífica de seu Filho.
Na celebração da Solenidade da Imaculada Conceição deste ano, convido todos os fiéis de nossa Arquidiocese a termos uma atitude simples, mas importante, que vai ao encontro dos dois elementos de que tratei acima: rezemos o terço, na medida do possível, em família, no dia 8 de dezembro.
Honraremos juntos nossa Mãe, aquela que Jesus nos deu do alto da cruz. Assim, acompanharemos o gesto do Santo Padre, o papa Francisco, que depositará flores aos pés da imagem da Virgem Imaculada. As nossas flores serão as Ave-Marias do terço.
Como intenção particular, rezemos juntos o terço por nós, pelas pessoas que amamos, pela Igreja e pelo mundo. Tempos difíceis como os nossos requerem de nós uma ativa participação na ação da graça de Deus, sobretudo por meio da oração, como fez Nossa Senhora. O mundo vive grandes dificuldades e a nossa melhor resposta em cooperação com o Senhor é a nossa santificação e a oração, que faz com que a força de Deus, de dentro para fora, mude o rumo da história.
Dom Washington Cruz,CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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