Você está em:
12/03/2019
É Tempo de Conversão e Fraternidade
Disponhamo-nos a percorrer o itinerário da Quaresma à Páscoa, como uma viagem de quarenta dias (Jn 3,4), que nos leva ao encontro reconciliador e renovador com “Cristo, porto da misericórdia e da paz”.
Há 55 anos consecutivos, a Igreja no Brasil nos propõe que, durante a Quaresma, também desenvolvamos a Campanha da Fraternidade (CF), que neste ano trata sobre a Fraternidade e as Políticas Públicas. Embora seja um tema complexo, temos que enfrentá-lo com determinação, com estudo e com muito empenho penitencial.
A exigência principal é capacitar as nossas comunidades – e colaborar com o povo brasileiro –, a fim de que todos compreendam e tenham condições de participar na formulação das políticas públicas.
Um apelo especial dirigimos aos jovens e às famílias, para que participem efetivamente na elaboração das políticas públicas, a fim de que cresçam na consciência de seus direitos e de suas responsabilidades.
Fundamentos do nosso Compromisso Social
Nossa participação para a construção das políticas públicas tem motivações bíblicas e orientações do magistério da Igreja. Para os profetas, o jejum que Deus aprecia é aquele que quebra o jugo dos oprimidos e reparte o pão com os que têm fome (Is 58, 5-7); é aquele que nos liberta pelo direito e pela justiça (Is 1,27).
Em Jesus, como discípulos missionários, encontramos o grande exemplo do bom pastor, que tem profunda compaixão pelo povo e, por isso, multiplica os pães para o combate à fome. A doutrina cristã – formulada e elaborada pelos Santos Padres, nas origens do cristianismo –, insistiu para que todos os cristãos tivessem empenho com a caridade e que fossem sempre solidários com a mesa dos pobres, para participar mais dignamente da mesa eucarística.
A Doutrina Social da Igreja, no ininterrupto ensinamento do Magistério do papa, orienta os cristãos para a participação, a cidadania e o bem comum. Estamos, pois, alicerçados em sólidos fundamentos de nossa fé católica para nos empenharmos na Campanha da Fraternidade deste ano de 2019.
Caminhada Penitencial
É preciso, porém, vencer a indiferença e o medo; é preciso que todos nós, como Igreja viva, tenhamos o olhar fixo no Senhor e atento à realidade; é preciso que nossa caminhada penitencial nos conduza à verdadeira conversão de vida e ao verdadeiro compromisso com os irmãos.
Se compreendermos em profundidade o significado das cinzas colocadas em nossas cabeças, entenderemos que não podemos gastar as nossas vidas levianamente; iremos percorrer os desertos áridos sem perder a confiança na Páscoa de Cristo, crescendo no amor e na fraternidade; cultivaremos, nesta terra, os sinais do Reino definitivo; e, enfim, na hora que o Senhor nos reserva, experimentaremos da graça pascal, salvos e libertos em Cristo.
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
Leia também
08/09/2023
Os gritos do povo brasileiro
19/05/2023
Comunicar cordialmente
16/03/2023
Francisco: “não se esqueça dos pobres...”
20/01/2023