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21/01/2019

A Beleza da Liturgia - III

A Beleza da Liturgia - III - Palavra do Arcebispo - Arquidiocese de Goiânia

A liturgia que celebramos é um espaço dado a Cristo, ou antes reservado para nós? O tempo consagrado à liturgia é um tempo em que Cristo fala ou, antes, um tempo em que falamos de nós ou simplesmente um tempo vazio? A liturgia que celebramos, em vez de uma ordem, é uma sequência de ritos, será também uma fonte de ordem nas nossas relações com os outros? Será fonte de ordem interior para nós mesmos?

 

 Essas questões servem não apenas para compreender a essência da liturgia, mas também para clarificar o sentido da participação ativa sobre a qual o Concílio tanto insistiu. Partimos de sacramentalidade da Igreja, para sublinhar a importância do gesto na liturgia e em particular do gesto de Deus: o próprio Cristo que se torna, precisamente na liturgia, gesto da Igreja. Esse gesto tem em si a sua beleza, feita de simplicidade e de amor, e que deve ser sempre respeitado.

 

 Na sua liturgia, a Igreja serve-se também da beleza de outros sinais, como as imagens, os ícones e os elementos da criação. A beleza da liturgia, pois, é antes de mais a beleza da simplicidade e do amor do gesto de Cristo, mas é também a beleza dos nossos gestos e a beleza dos sinais e dos elementos da criação que a liturgia ordena e harmoniza no tempo e no espaço.

 

 A beleza da liturgia é a ordem que alcança criar em nós, nas nossas relações com os nossos irmãos, a ordem que consegue criar na nossa relação pessoal com Deus. A beleza da liturgia é algo que nos ultrapassa. Não é a que se impõe subitamente à atenção, que se faz ver através dos gestos, dos sinais e dos elementos materiais, mas, sobretudo, a beleza que eles deixam transparecer.

 

Com efeito, é mais uma beleza que transparece que uma beleza que se vê. Se quisermos ter uma bela liturgia, devemos deixar-nos guiar pela própria liturgia, pelo seu espírito, pelas suas normas. A beleza da liturgia exige sempre alguma renúncia da nossa parte: renúncia à banalidade, à fantasia, ao capricho. Além disso, importa dar à liturgia o tempo e o espaço que ela precisa. Não se deve ter pressa. Mais que à nossa iniciativa, importa conceder a Deus a liberdade de nos falar e de nos reunir pela sua Palavra, oração, gestos, música, canto, luz, incenso, perfumes. A liturgia, como uma composição musical, tem necessidade de espaço, de tempo, de silêncio, de despojamento de nós mesmos, para que as palavras, os gestos e os sinais nos possam falar de Deus.

 

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

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