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17/07/2017

A fé cura?

Então, o que a ciência nos diz sobre isso?

A fé cura? - Vida Cristã - Arquidiocese de Goiânia

Nas últimas décadas, a comunidade científica mundial vem demonstrando um crescente interesse acerca da relação entre fé e saúde. Uma busca por estudos sobre fé/religiosidade e saúde, no PubMed – uma espécie de biblioteca virtual especializada em literatura biomédica –, mostrou que, no ano 2000, 82 estudos foram publicados com essa temática, enquanto que, em 2016, o número cresceu para 444, ou seja, mais do que o quíntuplo!

Então, o que a ciência nos diz sobre isso? Afinal, a fé cura? Para responder à questão, primeiro precisamos refletir sobre a saúde como experiência humana numa concepção holística, ou seja, integral, na qual a vida humana compreende quatro dimensões: espiritual, física, mental e social. Essas dimensões são interconectadas e interdependentes e, quando estão em perfeita harmonia, podemos dizer que o indivíduo desfruta da saúde em sua plenitude.

" Existe uma relação entre a dimensão espiritual, a prevenção de várias doenças e a melhoria na qualidade de vida."

A dimensão espiritual pode englobar várias significações, tais como: as crenças, a fé, os propósitos de vida, a esperança, as orações, a religiosidade ou a transcendência com um Ser superior. De modo geral, podemos dizer que existe uma relação entre a dimensão espiritual, a prevenção de várias doenças e a melhoria na qualidade de vida.

Pessoas religiosas costumam ter melhor imunidade, melhor pressão arterial e uma melhor resposta às doenças, inclusive ao câncer. Quando um indivíduo se vê desafiado a enfrentar uma doença que lhe causa ameaça à vida, como um câncer, uma boa religiosidade está relacionada à qualidade de vida, à satisfação com o tratamento e à tomada de decisões. Ademais, pessoas mais religiosas consideram mais frequentemente que há pessoas em seu meio social nas quais elas podem confiar, pessoas que se preocupam com elas e as valorizam.

Na saúde mental, a dimensão espiritual tem sido relacionada ao melhor bem-estar psicológico, à felicidade, aos valores morais, ao otimismo, à esperança e à melhor percepção do sentido/propósito da vida. Além disso, o estímulo à dimensão espiritual como um tratamento complementar aos tratamentos convencionais também tem sido alvo de pesquisas, cujos resultados apontam para um efeito benéfico adicional, inclusive com redução de sintomas clínicos (principalmente a ansiedade), diminuição do estresse, alcoolismo e depressão.

Mas, apesar de haver densas conexões positivas, há também alguns aspectos que são conflituosos e estão associados com pensamentos de culpa, abandono ou punição, tais como: “Deus está me punindo”, “Deus não me ama” ou “Foi o demônio que fez isso”. Ou, ainda, uma supervalorização da fé: “Deus irá me curar, eu não preciso de médico ou remédio”. Logo, pode ocorrer uma “religiosidade negativa” e não saudável, verificando-se, nesses casos, uma maior ocorrência de depressão, ansiedade, tendência ao suicídio e maior mortalidade.

Então, podemos perceber que, quando a nossa dimensão espiritual não está boa, as outras dimensões – a social, a física e a mental – são afetadas negativamente. Do mesmo modo, se a dimensão espiritual está boa, as demais são afetadas positivamente! Respondendo à questão que dá título a este artigo, podemos afirmar que a fé cura, mas desde que seja uma fé saudável e compreendida, num sentido mais amplo, como nossa dimensão espiritual, devendo estar na melhor harmonia possível com as outras dimensões que nos definem como seres humanos.

Leonardo Essado Rios
Mestre em Ensino na Saúde

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