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21/06/2017
Pastoral Familiar
Uma resposta da Igreja
Assim o Diretório Nacional da Pastoral Familiar define essa pastoral tão importante e essencial à vida paroquial: “A Pastoral Familiar é um serviço que se realiza na Igreja e com a Igreja, de forma organizada e planejada, por meio de agentes específicos, com metodologia própria, tendo como objetivo apoiar a família a partir da realidade em que se encontra, para que possa existir e viver dignamente, estabelecer relacionamentos e formar as novas gerações conforme o plano de Deus”.
O objetivo da Pastoral Familiar não é evangelizar apenas os casais, mas todas as pessoas em seus relacionamentos afetivos e familiares. Ela busca acolher e envolver todas as famílias, independentemente de sua situação familiar, com o propósito de promover a inclusão delas e resgatar os valores e a dignidade de cada pessoa, inspirados nos valores do Evangelho.
A missão da Pastoral Familiar é ajudar a entender a família, não somente como lugar de sacrifício, mas também de realização e felicidade humanas, nas experiências de paternidade, de maternidade, de filiação, de um pertencer que produza crescimento, maturidade, e proporcione satisfação (cf. DGAE da Igreja no Brasil, 2008-2010, n. 129). Por isso, a família deve ser ajudada por uma pastoral familiar intensa e vigorosa (cf. Bento XVI, Discurso inaugural, Aparecida, 2007, n. 5).
A forma de evangelizar da Pastoral Familiar é a defesa e promoção da pessoa em todas as etapas e circunstâncias da vida e a defesa dos valores cristãos para o matrimônio e os relacionamentos pessoais e familiares, bem como o apoio às diversas atividades de formação e educação na fé.
Essa pastoral tem quatro metas principais: fazer da família uma comunidade cristã; fazer com que a família seja santuário da vida; resgatar para a família seu justo valor de célula primeira e vital da sociedade; tornar a família missionária e Igreja doméstica. Em vista disso, sua atuação acontece para: formar agentes qualificados; acolher toda família a partir da realidade em que se encontra, sem fomentar juízos e discriminações; santificar os laços familiares; apoiar a família no seu papel educador; promover a missão em família; valorizar os tempos litúrgicos e datas civis relativos à vida familiar; articular o trabalho em conjunto com as outras pastorais e movimentos eclesiais; estabelecer articulações também com forças externas à Igreja, em vista da defesa radical da vida em todas as suas etapas.
A pastoral se organiza em comissões constituídas nos diversos níveis eclesiais: nacional, regional, provincial, diocesano e paroquial. O trabalho, no Brasil, se concretiza nos três setores, em que se articulam as atividades próprias da pastoral e as colaborações com outras pastorais e organismos:
1) Setor Pré-Matrimonial: preparação remota (articulada com Crisma, Pastoral da Juventude, catequese e escolas) e preparação próxima (evangelização em grupos de namorados e de noivos);
2) Setor Pós-Matrimonial: evangelização e ajuda a recém-casados, casais e grupos familiares com formação contínua para a vida conjugal, familiar e comunitária;
3) Setor Casos Especiais: evangelização de casais e famílias em situações difíceis. Casais em segunda união e suas famílias, com o acolhimento, acompanhamento e incentivo, dentro de sua condição, a fim de que participem da vida da Igreja, segundo as orientações do Magistério (cf. DGAE da Igreja no Brasil, 2008-2010, n.133). Acompanhamento a diferentes realidades das famílias de migrantes, mães e pais solteiros, famílias com filhos deficientes ou drogados, famílias distanciadas da Igreja, matrimônios mistos, atenção especial aos idosos, viúvos, casais em situação de alcoolismo, entre outros.
Como é possível perceber, a Pastoral Familiar se constrói na cooperação, na parceria com outras iniciativas da Igreja, pastorais e movimentos, pois tudo parte da família e, ao mesmo tempo, tudo se dirige à família e é voltado para ela. A Pastoral Familiar é “um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora”. Nela, todas as pessoas têm lugar, todas as pastorais, movimentos, serviços e institutos, de uma maneira ou de outra, têm sua contribuição a dar, como também sua contribuição a receber.
São João Paulo II já nos alertava que “o futuro da humanidade passa pela família”. Isso significa que na medida em que descuidarmos dessa instituição básica da sociedade, que é a família, que não a ajudarmos a viver sua vocação e sua missão, o futuro da humanidade fica ameaçado, seriamente comprometido. “A família é essencial para construir um futuro digno para a sociedade humana, pois ali são postos os fundamentos sobre os quais se constrói a vida de cada pessoa. Na medida em que essa passagem pela família for desastrosa, também o futuro será desastroso, e na medida em que essa passagem for positiva, educadora, personalizada, socializadora, o futuro será bom”. (CNBB, Encarte do Boletim Semanal, 21/08/2003, n. 694).
Dom Moacir Silva Arantes
Bispo auxiliar de Goiânia
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