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26/07/2017

Avós, tesouro para as gerações

A doce e experiente presença que fortalece a família

Avós, tesouro para as gerações - Notícias - Arquidiocese de Goiânia

 

Quando falamos em avós, a primeira imagem que provavelmente vem à mente é a de velhinhos fofos e de cabeça branca. Uma imagem que cada dia mais se divide com a de vovôs e vovós com aparência mais jovial. Mas certas coisas parecem não mudar. Quem nunca ouviu expressões do tipo: “Vô e vó são pais com açúcar! Os pais educam e os avós mimam! Casa de vó é bom demais!” E por aí vai.

Em grande parte das famílias, os avós são envolvidos por lembranças boas e “açucaradas” e mantêm grande proximidade com os netos. Em outras, no entanto, existe um grande afastamento, o abandono, o convívio limitado, e em outras, ainda, eles estão tão “juntos e misturados” na vida dos filhos e dos netos que acabam por acontecer alguns destemperos. Opa! Aproveitemos a palavra para fazer uma alusão. Se na casa de vó a comida é boa, a presença dos avós na família é como alimento, o sal que dá gosto, o açúcar que adoça, e tudo na medida da experiência e do amor que engrandecem. Por isso, é fundamental que eles sejam valorizados no papel que ocupam dentro da família.


Sr. Antônio, dona Nilda e familiaresDom Moacir Silva Arantes, bispo auxiliar de Goiânia e responsável pela Pastoral Familiar Arquidiocesana, destaca alguns aspectos importantes da presença dos avós no seio familiar. No aspecto da geração, eles são aqueles que dão o exemplo da vida que foi acolhida. Os filhos gerados por seus pais aprendem os valores da vida e abrem, neles mesmos, a exemplo dos pais, essa capacidade de também gerar vida, de se doar e permitir que seus filhos também nasçam.

No aspecto afetivo, normalmente os avós são mais carinhosos, próximos e disponíveis para as relações humanas na família, pois, em geral, estão em uma fase em que já viveram mais experiências na vida e têm mais disponibilidade de tempo, o que propicia essa maleabilidade. Eles oferecem aos netos o que os pais, que estão muito envolvidos no trabalho e no cuidado material da família, não podem proporcionar. Há ainda o aspecto do auxílio e suporte na educação e formação dos netos, em que os avós são um apoio para os pais.

A relação dos mais jovens com a velhice, na convivência com os avós, em suas limitações e dificuldades, faz com que a juventude exercite a paciência e o respeito e também se prepare para o envelhecimento. No cuidado com os avós, os netos compreendem e assumem o cuidado também com os pais. “Aprender a ser gratos”. Dom Moacir destaca que um grande ensinamento que a presença dos avós suscita é o da gratidão. “As crianças e os jovens, desde cedo, devem aprender o sentido da gratidão. Quantas coisas recebemos daqueles que vieram antes de nós, seja física, psíquica ou materialmente. E, graças a isso, devemos buscar retribuir ao menos um pouco do que foi recebido”, disse o bispo.

 

Há mais de 60 anos casados, dona Nilda Rezende Dias e o senhor Antônio Rezende de Carvalho têm 6 filhos, 18 netos e 7 bisnetos. Ela revela que o respeito nas relações e a oração são as bases fortes para manter a família, que permanece unida há várias gerações. Uma vez por semana, acontece um almoço em família, com um tradicional prato que tem um segredo especial, a incomparável carne cozida feita pela vovó. “Nossa casa está sempre aberta para a família. Qualquer um que chegar vai ser acolhido com amor e atenção. Procuramos estar presentes na vida de todos, mas de maneira equilibrada. O respeito às diferenças é fundamental, e aqui isso se aprende logo cedo”. Dona Nilda, porém, convive com uma realidade oposta. Há 18 anos como conselheira do Conselho Estadual da Pessoa Idosa de Goiás, ela já conheceu inúmeras histórias de abandono total dos idosos pelas famílias, de filhos que abandonaram os pais, que morreram na esperança do amor.

“Meus avós sempre estiveram presentes na vida de todos os netos. O nosso almoço de domingo é na casa deles. É lá onde temos exemplos de força, determinação, de casal, de pais, de avós e bisavós. Temos um orgulho gigantesco de saber que viemos dessa linhagem maravilhosa. Nosso amor por eles é infinito! Eles são lindos, nossa vó Dida e vô Doce”, afirma a neta Marília Mota Rezende.

 

Maria Luiza da Silva Medeiros, psicóloga clínica e familiar, pós- graduada em psicoterapias cognitivas e em neuropsicologia, reforça e afirma que a família é fundamental na formação e educação das crianças e jovens e, no seio familiar, cada um dos avós tem o seu devido papel. “O problema ocorre quando se confundem os papéis, quando os avós querem ocupar o lugar do pai e da mãe, ou quando é delegada a eles essa função pela própria família. Eles então saem da função que lhes cabe, tornando a família disfuncional, com problemas moderados a graves, o que pode fazer com que os netos saiam também dos seus lugares adequados. Isso é perigoso! A convivência é positiva a partir da ocupação adequada e sadia do papel de cada um”.

Tanto a Igreja quanto os profissionais de Psicologia indicam que a boa convivência familiar entre as gerações contribui para a manutenção da família e para a formação de pessoas mais equilibradas e afetivamente saudáveis. “Para uma relação saudável é importante que cada membro da família seja respeitado”, disse Dom Moacir. Para isso, é necessário que primeiramente se busque o diálogo e a concordância entre avós e pais, para que só depois aconteça qualquer correção ou interferência na vida dos netos. Os avós não devem usurpar dos pais o que lhes é devido. O respeito aos espaços e às funções torna a proximidade dos avós engrandecedora e amorosa, não somente para os netos, mas para toda a família. Mas vale ressaltar que existem os casos que, por necessidade, os avós acabam por assumir o papel de pais.

Papa Francisco, em sua catequese dedicada ao papel dos avós, também destaca essa triste realidade, a dos avós que são “descartados” pela velhice. Ele afirma que “nossas sociedades não estão prontas, espiritualmente e moralmente, para dar a isso, a esse momento da vida, o seu pleno valor”. Em outra parte do discurso, o papa reitera que a experiência dos avós “constitui um tesouro precioso, indispensável para olhar o futuro com esperança e responsabilidade. A maturidade e a sabedoria deles, acumuladas nos anos, podem ajudar os mais jovens, sustenta-los na estrada do crescimento e da abertura ao futuro, na busca de seu caminho”.

 

Talita Salgado

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