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28/05/2018
Virtudes Teologais: Esperança
Esperança
A esperança é a virtude teologal por meio da qual aspiramos ao Reino dos céus e à vida eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Jesus Cristo; apoiando-nos não em nossas forças, mas no auxílio da graça do Espírito Santo. Assim nos ensina São Paulo: “Mas um dia apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens. E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador, para que a justificação obtida por sua graça nos torne, em esperança, herdeiros da vida eterna” (Tt 3,4-7).
A virtude da esperança corresponde ao anseio de felicidade colocado por Deus no coração de todo ser humano. Assume os desejos que inspiram as atividades dos seres humanos; os purifica para ordená-los ao Reino dos céus; protege do desalento, sustenta e reanima em qualquer desfalecimento e, finalmente, dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à prática constante e gozosa da caridade.
A esperança cristã reúne e aperfeiçoa a longa espera do povo eleito de Israel, que tem sua origem e seu modelo na esperança do patriarca Abraão, baseada nas promessas de Deus e purificada pela prova do sacrifício de seu filho Isaque (cf Gn 17,4-8 e 22,1-8). “Esperando contra toda esperança, (Abraão) acreditou e foi feito pai de muitas nações”, nos recorda o apóstolo Paulo na carta aos Romanos (4,18).
A esperança cristã se manifesta desde o começo da pregação de Jesus, com a proclamação das bem-aventuranças. As bem-aventuranças elevam nossa esperança para o céu como para a nova terra prometida, e traçam o caminho para ela por meio das provas reservadas aos discípulos de Jesus. Mas pelos méritos de Jesus Cristo e de sua paixão, Deus guarda todos os seus filhos “na esperança que não falha” (Rm 5,5). “Esperança essa que seguramos qual âncora de nossa alma, firme e sólida, e que penetra até além do véu, no santuário” (cf. Hb 6,19). É também uma arma que nos protege no combate da salvação, conforme a expressão de Paulo: “Nós, ao contrário, que somos do dia, sejamos sóbrios. Tomemos por couraça a fé e a caridade, e por capacete a esperança da salvação.” (1Ts 5,8).
Nos escritos de Santa Tereza de Jesus, encontramos estas belas e esperançosas palavras: “Espera, espera, porque não sabes quando virá o dia e a hora. Vigia com cuidado, porque tudo passa com brevidade. Veja que quanto mais pelejares, mais mostrarás o amor que tens ao teu Deus e mais gozarás com teu Amado, gozo e deleite que não pode ter fim” (cf. Eclo 15,3).
Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia
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